Sicredi Ouro Verde MT

album-art

Raízes Ouro Verde | Ep. 16
00:00

Raízes Ouro Verde | Ep. 16

Rubia Mendes e Jonas Tonetto

No episódio 16 do podcast Raízes Ouro Verde, os convidados Rúbia Mendes (do Comitê Mulher de Santa Rita do Trivelato) e Jonas Tonetto (do Comitê Jovem de Nova Mutum) compartilham suas trajetórias e experiências como membros destes comitês que compõem a governança da Sicredi Ouro Verde.

Eles nos explicaram como os comitês promovem o protagonismo, a formação e a representatividade de mulheres e jovens na cooperativa e nas comunidades, destacando iniciativas de educação financeira, empreendedorismo, sustentabilidade e inclusão, além do impacto positivo dessas ações no desenvolvimento pessoal e coletivo dos associados e na construção de um cooperativismo mais diverso e transformador.

Ouça e compartilhe!

album-art
Raízes Ouro Verde | Ep. 16
00:00

TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 16

BRUNO MOTTA
 Oi pessoal, bem-vindos a mais um episódio do podcast Raízes Ouro Verde. Muito bom ter cada um de vocês nos acompanhando nesse projeto que já contou tantas histórias emocionantes, histórias importantes e relevantes realmente da nossa cooperativa Sicredi Ouro Verde. Nós já falamos da nossa atuação, né, Camila, nos 15 municípios onde a nossa cooperativa está presente. Já rodamos muitas cidades, né?

CAMILA CARPENEDO:
 Já rodamos, exatamente, já rodamos muitas cidades. E muita coisa já foi falada por aqui, muita coisa já foi compartilhada com vocês, nossos associados que nos acompanham nesse projeto. Hoje encerra, então, a nossa primeira temporada, onde nós falamos de toda essa história, de tudo que percorremos nesses últimos 35 anos. A partir da próxima semana, o Raízes Ouro Verde entra na sua segunda temporada com uma visão de relevância. Então, realmente, é um momento muito importante para o nosso projeto, para o nosso podcast. E agradecemos mais uma vez a participação, a presença de todos que nos acompanham através das plataformas digitais. E o tema deste último episódio da primeira temporada, que na verdade já marca essa transição para a segunda temporada, nós vamos falar hoje sobre os nossos comitês, sobre o nosso Comitê Mulher e sobre o nosso Comitê Jovem. Você já ouviu falar sobre eles? São dois programas muito importantes da nossa governança, da nossa cooperativa e que fazem toda a diferença para a representatividade dos nossos associados. Então, nós vamos conversar bastante sobre isso nesse programa de hoje. E, para isso, nós recebemos aqui duas pessoas, dois associados, que fazem parte, então, da nossa cooperativa, da nossa Sicredi Ouro Verde, e que têm uma vivência com esses programas.

Eu vou apresentá-los para vocês, então. Nós recebemos aqui a RUBIA MENDES, que é membra do nosso Comitê Mulher, e ela vem de Trivelato, se deslocou lá de Santa Rita do Trivelato para a nossa gravação. Muito obrigada, Rúbia, por estar aqui com a gente. E o JONAS TONETTO, que é de Nova Mutum, membro do Comitê Jovem, participante deste programa lá de Nova Mutum. Também muito obrigada, Jonas. Obrigada por estarem com a gente, por se deslocarem, virem aqui para o nosso estúdio, da nossa sede, para essa conversa que eu tenho certeza que vai inspirar muitas pessoas e ensinar também sobre o que é esse programa, esses dois programas que fazem tanta diferença para a governança da nossa cooperativa.

BRUNO MOTTA:
 Isso mesmo, bem-vindos.

RUBIA MENDES:
 Obrigada.

JONAS TONETTO:
 Obrigado, obrigado. É um prazer enorme estar podendo chegar até aqui. Então, acredito que da nossa parte, tanto eu quanto a Rúbia, é um prazer enorme participar desse podcast, participar de mais um projeto dentro da nossa cooperativa.

BRUNO MOTTA:
 Muito bem. Olha, no início, a gente sempre costuma começar os nossos episódios contando um pouco mais sobre vocês, abrindo esse espaço para que vocês compartilhem mais. Então, como é o nome do nosso projeto, Raízes Ouro Verde, gostaríamos de conhecer as raízes de vocês. As raízes da Rúbia, as raízes do Jonas. Quem são vocês? De onde vocês vieram? Contem um pouquinho dessa trajetória para a gente.

RUBIA MENDES:
 Sim. Eu sou paulista do interior de São Paulo, de uma região da cidade de São José do Rio Preto, e estou no estado do Mato Grosso já desde 2012. Sou filha de uma costureira, sou filha de um operário, sou irmã mais velha do Raul Mir, hoje sou mãe da Ana Júlia, de 4 anos, companheira de vida do Amarildo, há 18 anos, e membra do Comitê Mulher Sicredi.

JONAS TONETTO:
 Show, show de bola. Então, meu nome é Jonas, Jonas Tonetto, tenho 28 anos, natural do estado do Paraná, acho que tem pouca gente do Paraná aqui, né? Natural do estado do Paraná, São Miguel do Iguaçu, e em 97, com um ano de vida, a gente já veio para o estado do Mato Grosso, eu, meu pai e minha mãe, e diretamente para Nova Mutum. E desde então, vivendo lá, fiz toda a minha faculdade. Hoje eu sou engenheiro agrônomo formado pela UNEMAT. Trabalho também dentro de uma cooperativa. Então, desde a minha instituição financeira até o meu trabalho é dentro de uma cooperativa. Sou pai, pai do Nicolas, de quatro anos. E atualmente moro em Mutum. Mas possivelmente agora, no próximo mês, já estou me deslocando para Sorriso, para a gente dar continuidade nos trabalhos da nossa cooperativa.

CAMILA CARPENEDO:
 Que legal. E agora, então, vamos conversar um pouquinho sobre como é que vocês dois associados, você, Rúbia, associada lá de Trivelato, você, Jonas, associado de Nova Mutum, vieram fazer parte, então, dos comitês. Comitê Mulher, Comitê Jovem. Como foi esse convite, né? Como vocês receberam esse convite? Sabiam, entendiam o que era isso na época? Já conheciam, né?

RUBIA MENDES:
 Não, eu não sabia da existência do Comitê Mulher e eu fiquei muito preocupada porque o convite chegou no momento que eu tinha acabado de me associar, e depois que o gerente da época me explicou que geralmente o convite é feito para os associados, às vezes, com mais caminhada, dentro da cooperativa, com mais experiência, mas que, segundo ele, ele via muito potencial em mim, apesar de ser muito recente a minha chegada. Aí eu fiquei um pouco assustada, mas eu aceitei. Eu falei, estou pronta para esse desafio, porque essa é uma cooperativa com valor, e a grandiosidade do Sicredi está vendo potencialidade em mim, então, eu acredito e estou pronta para esse desafio.

JONAS TONETTO:
 Legal, legal. Então, eu sou associado há mais tempo, eu tenho mais de 23 anos de associado dentro da cooperativa. Foi levado pelos meus pais, com certeza. Na verdade, eu lembro muito bem que quando eu fiz a minha primeira conta corrente, na verdade, era uma conta poupança, era para participar dos jogos que a Sicredi fazia. Então, eu pedi para a minha mãe me associar para justamente eu participar. E o convite veio da minha gerente. Eu fui resolver uns problemas dentro da cooperativa e aí a minha gerente do banco falou, olha, nós estamos com um projeto, comitê jovem. Então, fica o convite, vai ter a reunião. Se você puder ir lá e tal, eu estou te indicando para você participar do comitê. E, prontamente, aceitei a oportunidade. Falei, olha, que legal, nem sabia que existia. Falei, comitê jovem, vou lá. Então, mediante isso, fui, participei das primeiras reuniões, entendi o projeto, falei, faz sentido para mim. Então, dentro do projeto, tinha outras modalidades e outras funções que dentro do comitê a gente vai entendendo, mas de primeira também não tinha noção, né? Como que era um comitê jovem. Para mim, quando falou de comitê, eu falei, não, deve ser um monte de pessoa lá, todo mundo decidindo o que seria cada coisa, né? Mas me pegou muito de surpresa, aceitei o convite de primeira mão e com certeza fico muito feliz de poder participar, né? Mais uma etapa.

CAMILA CARPENEDO:
 E como que foi esse começo, então? Logo que vocês começaram a participar, vocês conseguiram encontrar, entender melhor qual era o objetivo e o que vocês iriam efetivamente fazer ali?

RUBIA MENDES:
 Sim, eu fui conseguindo compreender, porque como na minha trajetória eu já lidava com mulheres no dia a dia, a minha formação em psicologia. Então, eu já trabalhava com um grupo de mulheres. Então, não foi muito difícil compreender o objetivo do Comitê Mulher. Fui estudando na plataforma e me conectando com as outras membras, que nós somos em 13 comitês. Então, os 15 municípios, 13 que têm hoje comitês representados, os únicos que ainda vão passar por isso em breve, é Alto Paraguai e Nova Maringá. Mas eu fui estudando, me conectando com as membras. Fui muito acolhida, principalmente pelas membras de Nova Mutum. Nova Mutum já estavam há muito tempo, me abraçaram ali prontamente. Só que o ruim que eu percebi no início é estar sozinha em Trivelato. Porque, de acordo com o nosso gerente, não tinha membro ainda. Teve uma iniciativa bem lá no começo, mas realmente é algo que tem que ter dedicação. É um convite de muita responsabilidade. E eu fui a primeira de Trivelato que conseguiu assumir, estar nessa caminhada. Hoje, nós somos em três, que é o número realmente para Trivelato, que é um município de 3.500 habitantes. Então, para nós, tem que ser, nesse momento, três membros.

JONAS TONETTO:
 Bacana, bacana. Quando eu recebi esse convite, eu entendi que, como eu tinha falado anteriormente, o comitê era um monte de pessoas ali decidindo algumas questões dentro da cooperativa voltado ao jovem. E aí quando eu comecei a entender o que o Comitê Jovem representava para o jovem e para a comunidade, foi onde eu entendi que realmente aquilo faria muito sentido para mim. E isso me marcou bastante quando eu entrei, que o pessoal no início falou assim, olha, o Comitê Jovem é um comitê onde jovens são protagonistas do seu futuro, do futuro da comunidade e também do futuro da cooperativa. Isso me marcou bastante nos primeiros encontros já. Eu tive a real ideia do que seria. E desde a minha criação, desde o meu início, eu tive esse protagonismo, essa proatividade de fazer algo. Tanto em casa, tanto na comunidade, quanto até nas próprias ações de caridade dentro das comunidades voltadas à religião. Então, eu tive isso para mim. E aí, quando eu comecei a entender o que o Comitê Jovem representava para o jovem e para a comunidade, foi onde eu entendi que realmente aquilo faria muito sentido para mim. Então, dentro até do Comitê, a gente teve vários módulos em relação à educação financeira, questão de sustentabilidade, e isso foi trazendo essa vontade de realmente fazer algo a mais daquilo que a gente já vem fazendo naturalmente durante todo o ano. Então, para mim, também foi muito interessante, muito bacana essa situação.

CAMILA CARPENEDO:
 Você comentou sobre esses módulos, por exemplo. Gostaria que vocês explicassem um pouco melhor realmente como é o trabalho, qual é a atuação que vocês fazem. Tem dentro do comitê? O que é realizado nos encontros, por exemplo? Expliquem isso para a gente. Eu acho que é legal a gente também pontuar que todo esse processo, uma chegada no comitê, começa com essa formação. Vocês não foram colocados lá e aí já foi esperado de vocês, como o Jonas disse, tomar decisões sobre algo. Primeiro teve todo um processo de formação. Como foi isso?

RUBIA MENDES:
 Sim, pois é. Em Trivelato, eu fui tomando conhecimento das formações online e dos momentos presenciais que nós temos também. E aí eu fui percebendo que eu só me percebia dentro dos consultórios. Por ser uma psicóloga, eu pensava que eu só fazia diferença num set terapêutico. E quando o gerente me disse, não, vejo você fazendo a diferença na comunidade, aquilo que nós somos enquanto cooperativa. Principalmente o que me chamou a atenção da formação é a questão do empreender. O empreendedorismo para além de uma formação em que você vá vender um produto, em que você vai ser uma microempreendedora. Então, isso me chamou muita atenção, porque o empreender é a nossa rotina, é o nosso cotidiano, as nossas relações, as responsabilidades de uma mulher dona de casa, que não é necessariamente para um local, para uma formalidade, para um trabalho formal. É também para o dia a dia com a família, com os filhos. Então, dentro de uma plataforma de estudos, protagonismo, empreendedorismo, educação financeira, o empreender foi o que realmente chamou muito a minha atenção.

E pensando um pouquinho enquanto protagonista e poder tentar fazer o diferencial para a minha comunidade, eu fui percebendo que eu só me percebia dentro dos consultórios. Por ser uma psicóloga, eu pensava que só fazia diferença num set terapêutico. E, quando o gerente me disse, não, vejo você fazendo a diferença na comunidade, aquilo que nós somos enquanto cooperativa. E aí eu fui me dando conta com os estudos. Hoje, sendo três membros do comitê, a gente se organiza, uma vez por mês, nós três, a gente se encontra lá em Trivelato, pensa um pouquinho o que naquele momento a nossa comunidade mais precisa ser trabalhado. E, de maneira geral, o empreendedorismo está sempre presente para elas se reconhecerem enquanto mulheres ativas, que, independente dos caminhos que elas escolherem, todos já são delas, todos são possíveis fazer com muito afeto, com muita acolhida.

E a gente vai agendando encontros na comunidade. Então, a gente fala um pouquinho com o gerente das nossas ideias e ele prontamente abraça. Aí a gente marca, às vezes, na própria cooperativa, uma noite, uma roda de conversa, apresenta um pouquinho o que é a nossa cooperativa e apresenta o Comitê Mulher, dizendo que elas também podem ser futuras membras. Nós estamos em três hoje, mas a questão é que mais mulheres possam passar por essa experiência. Eu fui abrindo caminhos, hoje eu vejo assim, então outras virão. É um pouquinho assim.

CAMILA CARPENEDO:
 Levando a mensagem, levando os benefícios que vocês já vivenciaram.

RUBIA MENDES:
 Exatamente. E aí a gente tem aqueles momentos que todos os municípios se encontram, umas duas a três vezes no ano, geralmente é aqui em Lucas.

JONAS TONETTO:
 Bacana, bacana. É bom entender que às vezes até em outros comitês, o empreendedorismo, o protagonismo é presente. No Comitê Jovem não é diferente. A gente também teve esses módulos voltados a empreendedorismo. Há uma parte muito interessante, que hoje é a questão da tecnologia, que é a inteligência artificial. Então, isso a gente teve também dentro do nosso módulo, alguns encontros voltados à inteligência artificial, estimulando o jovem a procurar isso. Porque, querendo ou não, é o futuro. E também outros módulos, a parte de sustentabilidade, que a gente comentou antes, entender o que é ser sustentável dentro da cooperativa, dentro da própria sociedade. E o formato de vocês era um pouco até diferente. O nosso era todo sábado, a gente se reunia para, em cada local, às vezes a gente se reunia dentro da própria cooperativa ou a gente faria encontros ao ar livre, fazendo uma conversa um pouco mais informal, identificando alguns pontos dentro da própria sociedade que o jovem poderia colaborar.

Então, acho que é isso que traz essa mobilidade do jovem: ver aquela situação, ele entender que aquilo faz sentido para ele e buscar resolver algumas situações hoje que a nossa comunidade precisa. E o jovem, por ele ter essa força de vontade, essa gana de querer buscar algo, então faz muito sentido você ter uma cooperativa que consegue priorizar isso, e o jovem entrando como uma linha de frente dentro desse projeto.

CAMILA CARPENEDO:
 Ouvindo vocês, eu acho que é bem bacana, a gente vai percebendo o quanto os dois programas, eles vêm inicialmente com o objetivo de formação, claro, de lideranças, sejam essas lideranças que representem os associados dentro da cooperativa, mas também numa atuação muito forte nas comunidades, que é muito também do nosso papel como cooperativa, que faz muito parte da nossa atuação como cooperativa nas comunidades.

Então, eu queria que vocês também trouxessem alguns exemplos de como vocês já percebem esse desenvolvimento de vocês pessoalmente para atuar nas comunidades e também da atuação dos comitês. A Rúbia começou a trazer alguns pontos de como vocês trabalham com outras mulheres lá em Trivelato, mas eu queria, se possível, que vocês retomassem alguns exemplos de ações que vocês já viram acontecer a partir dessa atuação dos comitês.

RUBIA MENDES:
 Sim. Lá em Trivelato, a gente faz muitas parcerias com a prefeitura, muitas ações voltadas às mulheres, no Mês da Mulher, no Agosto Lilás, e também ações, de fato, nós, enquanto comitê, para poder estar com as mulheres, principalmente dentro da cooperativa. E aí, nesses momentos que a gente fala um pouquinho sobre o empreender, que é você se conhecer, se permitir, saber que você é protagonista, que você é uma mulher ativa. E aí apresentando para ela os cursos que têm, muitas atuam de maneira informal, e a gente vai dizendo, olha, tem que começar, nem que seja na informalidade. E o Sicredi está aqui para apoiar cada passo de vocês, para que logo a gente possa formalizar esse trabalho. Que tem o curso Mulher Empreendedora, que é para a comunidade. Então, nós apresentamos durante todo o ano, desde março, para a comunidade, em todos os espaços que nós estivemos. Então, nas ações das mulheres, que a Prefeitura realizou, nós fomos parceiros, Sicredi, Comitê, nas ações que tiveram da Sala do Empreendedorismo da Prefeitura. Então, nós somos uma grande parceira. E aí, apresentando o curso, e algumas já começaram, então já está tendo um feedback nosso, até pelo simples fato de conseguir acessar ali uma plataforma online, que é uma dificuldade, que elas foram rompendo.

Isso é um desenvolvimento. Isso tem que ser reconhecido. Eu consegui, eu fui lá, obrigada pelo passo a passo. E falar que elas conseguiram ler informações sobre questões que podem melhorar o trabalho delas. Muitas atuam de maneira informal. E a gente vai dizendo, olha, tem que começar. Nem que seja na informalidade. E o Sicredi está aqui para apoiar cada passo de vocês, para logo a gente poder formalizar esse trabalho. Geralmente, elas fazem pão, doces, muito comum entre relatos. Então, esses relatos de que eu estou conseguindo acessar algo que era só com a ajuda de um filho ou que eu nunca tinha conseguido, e estou vendo possibilidade de pensar em como dar um valor para o meu produto, como me organizar, como eu pensar na questão da minha própria educação financeira. E a gente faz um trabalho também de desmistificar essa questão de que, comece. Comece. Você já tem conhecimento. Depois, nós estamos aqui enquanto comitê e também enquanto cooperativa para dar os próximos passos para que você formalize o seu negócio. E fique protagonista das suas ações, daquilo que você acredita que é algo que vai trazer rentabilidade, que vai trazer reconhecimento. E esse protagonismo mesmo, que geralmente acabam não tendo. Não que seja ruim, mas acaba sendo assim, eu sou a dona de casa. Então, quando o convite chega para participar dos encontros, mas por que eu? Eu sou uma dona de casa. Então, elas já chegam assim, nós vamos fazendo todo um trabalho, sim, você é a dona de casa, é a mãe, às vezes é a mãe solo, é a companheira, é aquela que está na igreja, uma liderança da igreja. E você é uma associada Sicredi agora, está se desenvolvendo conosco dentro do Comitê Mulher.

CAMILA CARPENEDO:
 Legal.

JONAS TONETTO:
 Bacana, bacana. E, tipo assim, dentro do nosso Comitê Jovem, a gente teve um módulo que chamou bastante atenção, que foi o módulo voltado à educação financeira. Às vezes a gente acha que o jovem tem uma cabeça para o financeiro, mas, de certa forma, ainda não está bem maturada. Então, a gente teve esse módulo juntamente com o pessoal no intuito de, a cada encontro, a cada mês, a gente depositar um dinheiro, deixar guardado ali para que, no final do ano ou no final de um ciclo, a gente utilizasse aquele dinheiro individualmente, cada um, com o sonho que queria, né? Seja uma viagem, seja aquisição de algum bem, enfim. Então, é um dos modos, assim, que chamou bastante atenção.

E o outro, né, voltado, né, dentro da, pensando em inteligência artificial, né? Muitas situações hoje do nosso cotidiano, do dia a dia, que a gente acaba penando para fazer com o simples acesso ali num chat GPT ou uma outra plataforma que a gente consegue acessar, consegue resolver todo um problema que às vezes era impossível de resolver, né? Seja uma apresentação de uma faculdade, ou seja, uma apresentação no seu trabalho, né? E aí vários outros jovens nos deram feedback dentro do próprio grupo, né? Olha, essa aula de inteligência artificial me ajudou a fazer o meu projeto da faculdade, que eu estava sem ideia, não sabia como começar. Olha, o meu projeto, o ChatGPT me ajudou aqui a fazer uma apresentação dentro do meu trabalho, porque eu não tinha o esboço de como fazer. Então, assim, foram projetos que dentro do nosso próprio comitê, os jovens aprenderam a utilizar uma plataforma e também na parte financeira, aprender a poupar, de certa forma. Que a gente vê que alguns, não todos, mas alguns jovens, eles não têm essa ânsia de poupar. Vivem um dia após o outro e aí chega no final, eles não conseguem ter esse discernimento. Então, marcou muito essa questão de você ter um aplicativo, uma plataforma voltada à inteligência artificial e também a parte financeira, você tendo um, melhorando o teu financeiro em casa também, toda a parte de gastos, de custos, o que você gasta por dia, por mês, fazer toda uma tabela, uma planilha para você ter todo esse conhecimento e aí possivelmente você melhorar a qualidade de vida dentro da sua casa, com a sua família e também consigo mesmo.

CAMILA CARPENEDO:
 Muito bom. Rúbia, você comentou sobre essa realidade de muitas das membras do comitê. Eu queria que vocês comentassem um pouco mais também, entrando um pouco mais nessa realidade, algumas histórias marcantes de pessoas que vocês viram chegar no comitê, que estão por ali, que tiveram, sentiram uma transformação no trabalho, enfim, que se desenvolveram mesmo. Existem casos assim, histórias assim, que vocês podem compartilhar?

RUBIA MENDES:
 Eu tenho a história de uma membra do Comitê Mulher, em que, depois que ela entrou no comitê, primeiro que ela não se achava digna, palavras dela, de ser uma membra do comitê. E aí, quando o convite chegou, de lá para cá, ela foi participando de maneira muito, assim, um pouco constrangida, achando que não era o lugar dela, mas foi seguindo. E como eu fui a primeira a chegar, eu tenho essa responsabilidade, eu sinto que eu preciso auxiliar nessa chegança. Está tudo bem, o que você tem para ofertar? O que a gente precisa é a sua presença, é o seu desejo de estar aqui, de conhecer outras mulheres, de se permitir se desenvolver. É isso que a gente precisa, que é o que você tem para ofertar. Hoje, ela trabalha, ela não trabalhava, ela era dona de casa e tinha todo um desejo de trabalhar fora, mas não se achava capaz. Hoje ela trabalha fora, ela trabalha no setor público. É uma funcionária contratada. E aí ela relata que, com os filhos dela, ela aprendeu a ter mais paciência, que ela faz os cursos de educação financeira, que tem toda aquela linha infantil do Sicredi. Ela faz com os filhos. Ali é como se fosse uma tarefa escolar. É muito educativa. Ela senta para fazer. Ela diz que diminuiu as telas, que, ao fim de semana, ela não sai tanto quanto saía. Preserva mais estatuto com os filhos e o companheiro, e ela começou a estudar, começou a fazer uma graduação em pedagogia. E eu fico bem emocionada quando eu lembro da história dela, que me marcou, porque quando a gente pensa nas nossas raízes, de como a gente teve, às vezes, as primeiras orientações, às vezes falta. E no caso dela, faltou. Ela teve raízes muito frágeis. Perdeu a mãe muito cedo. Teve que ser educada por um pai que mais se preocupou em pôr comida na mesa do que dar afeto. Então, ela é um dos exemplos que eu posso trazer de que o Comitê Mulher é muito grandioso. Algo que foi no desenvolver, no estar, que eu fui percebendo. Quando a gente entra, a gente não acha que o Comitê Mulher é isso. É esse movimento, essa circularidade, que eu costumo dizer que é começo, meio e começo, porque não tem fim. É isso. É esse movimento constante. Então, eu tenho esse exemplo dessa mulher fantástica.

CAMILA CARPENEDO:
 Uma história linda, né? De transformação a partir de um estender de mãos, né?

RUBIA MENDES:
 Foi isso.

JONAS TONETTO:
 Sim. Parabéns, Rúbia. É um insight muito bacana. E, dentro do Comitê Jovem, eu poderia até citar o meu próprio exemplo, né? Voltar da parte financeira, mas eu gostaria de citar uma passagem de uma das nossas membras, porque hoje a gente pega dentro do próprio comitê, um dos únicos homens ali sou eu. Então, 99% do nosso comitê é mulher, por mais que seja um comitê jovem. Então, dentro desse insight, nós tivemos esse módulo de educação financeira e dentro dele tem uma das nossas membras, ela é empresária do ramo de estética. E ela mesmo nos comentou ali, puxou um assunto voltado à parte financeira, que ela não tinha o financeiro da empresa na mão dela. Então, ela fazia muitos atendimentos, ela tinha um faturamento alto, mas não sabia onde estava escorrendo o dinheiro. Nos posicionou e aí a gente foi tentando identificar por que ela tinha um alto faturamento, mas não tinha a parte líquida do negócio, não chegava. E aí a gente foi tentando identificar as possíveis lacunas. E aí a gente observou que por mais que ela anotava, ela tinha todo um histórico de atendimentos, no final das contas o custo dela estava muito alto, seja com material e tudo mais. A gente identificou esse ponto que ela trouxe para a gente. E aí outros, também outros empresários dentro ali, do comitê, foram falando a mesma coisa. Olha, eu tenho um faturamento alto, mas o meu líquido está baixo. Como é que eu vou resolver isso? E você pega, todos são jovens. Todos têm um, começou com um pequeno empreendimento, na parte de estética, na parte automotiva. E a gente viu que, por mais que o jovem tenha uma mentalidade, faltava alinhar o quanto ganhava com o quanto gastava. Então, o custo dentro da própria empresa já estava muito próximo do faturamento. E a gente foi identificando isso.

E até mesmo dentro dos outros módulos, eu chamo muita atenção para o módulo de inteligência artificial, dentro desse módulo também, algumas membras do comitê utilizaram próprios aplicativos de inteligência artificial para melhorar a questão financeira da empresa. Então, hoje existem aplicativos, softwares, para realmente identificar esses pontos que estão sendo deixados para trás e aí, posteriormente, você fazendo essa compensação, utilizando isso e tentando identificar por onde está. Por que não está dando um faturamento líquido final vantajoso?

BRUNO MOTTA:

Muito legal. Vocês estavam falando um pouquinho antes sobre a sustentabilidade e eu queria que vocês trouxessem também como que, na visão de vocês, esses comitês também se conectam com os nossos ODS, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que nós, Sicredi, somos também signatários do Pacto Global, enfim, participamos também, contribuímos com o alcance desses objetivos. Como que, na visão de vocês, atuações como essas, em programas como o Comitê Mulher, como o Comitê Jovem, também contribuem para esses ODS?

RUBIA MENDES:
 Eu vejo principalmente na nossa realidade a questão das meninas, no empoderamento das meninas, cada vez mais que elas também percebam que é possível, a partir do movimento que a gente realiza com a mãe delas, que elas possam estar juntas, vendo que é possível ter caminhos, às vezes, menos dolorosos, dificultosos do que as mães tiveram. Então, quando eu penso nas ODS, eu penso muito nas meninas, nas jovens, nas crianças. E a gente faz esse trabalho de, quando tem as reuniões, tem algumas que a gente pede para que as filhas venham, principalmente nas comunidades rurais. Nós tivemos cerca de um ano que nós conseguimos ir numa comunidade rural, e aí tinha muitas meninas, a gente conseguiu separar um momento com as mães, um momento com as crianças, meninas de 7 anos a 11, e foi muito bom ouvi-las, ouvir os sonhos. Então, esse trabalho que chega nessas jovens muito mais cedo, que, de repente, daqui a uns tempos pode estar no Comitê Jovem, mas que elas são impactadas ali pelas mães, mulheres adultas, é o que eu vejo uma grande possibilidade de desenvolvimento. E elas vão entendendo que todos os lugares também são delas. Elas podem ocupar essas posições.

JONAS TONETTO:
 Exatamente. É a primeira coisa que a gente fala quando chega. Porque, às vezes, o pessoal acha que, no nosso caso de Trivelato, nós somos em três. Uma é do agronegócio, então ela tem fazenda, bens do agro. A outra é uma serviço gerais e eu sou funcionária pública. Então, a nossa formação, a gente mostra que todas, independendo dos cargos que ocupam na comunidade, da formação, é um espaço para todas as mulheres. E nós temos uma representação muito forte da questão também da raça. Uma é branca, a outra é negra da pele clara ou negra retinta. Então, eu falo, é para todas nós. Então, é muito interessante isso.

CAMILA CARPENEDO:
 Legal. Muito bacana.

JONAS TONETTO:
 E dentro do próprio Comitê Jovem, a gente tem também um módulo voltado às ODS. Então, a gente fez um bate-papo ao ar livre, lá na própria cidade, ali no lago, para falar justamente das ODS. Aí a gente, cada um, ficou com um tema de interesse e a gente falou, cada jovem falou sobre o tema que pegou. Eu lembro de ter pegado o tema de energia nuclear e energia renovável. Foi algo que me chamou bastante atenção, porque hoje a gente fala muito sobre energia sustentável, que seria basicamente, você pega hoje, várias casas hoje têm painel solar. E a gente fala sobre isso em relação ao quanto isso não agrega na própria distribuição da energia. E o quanto isso também não economiza dentro do nosso próprio lar. A gente sabe que a questão de o custo, o quanto é caro ter uma energia hoje. Então, dentro do próprio módulo, a gente falou sobre essas energias. Eu acho que é algo que também chama bastante atenção voltado ao agro, que é a minha área de atuação, que é a questão de sustentabilidade voltado ao ambiente. A gente fala bastante sobre o agro é o que desmata, o agro é o vilão do negócio. E a gente sabe muito bem que dentro do agro existem regras, existem restrições de tanto parte de desmatamento, parte de licenciamento ambiental e tudo isso é voltado também dentro das ODSs. Como a gente pode ajudar os produtores rurais, as pessoas que estão próximas ali do agro, a ter um melhor entendimento sobre como ser sustentável dentro do ambiente. Então é isso.

E para finalizar, a própria Rúbia comentou sobre a questão das crianças que possivelmente vão virar jovens. A gente tem agora nos próximos meses a nova safra chegando do Comitê Jovem. Então já fica o convite para o pessoal estar participando. A gente vai fazer as seleções, a gente vai identificar. Porque assim, quando começou o Comitê, começou lá com 50 pessoas. No primeiro módulo tinha 50 pessoas. Isso foi diminuindo conforme as pessoas entendiam o que era realmente o comitê. Então a gente fala sobre isso, de chamar realmente jovens que estejam interessados em ser protagonistas da nossa cooperativa, da nossa comunidade e protagonistas da própria vida também.

CAMILA CARPENEDO:
 Eu quero voltar um pouquinho nesse assunto daqui a pouco, Jonas, mas antes eu queria perguntar para vocês desse outro papel do comitê, que também a gente começou falando, sobre a representatividade mesmo. Então, vocês Comitê Jovem, representantes dos jovens associados, Comitê Mulher como representantes das associadas mulheres. Como vocês veem esse espaço de fala dentro dos comitês, esse espaço em que vocês podem levar as necessidades e a voz dos jovens e das mulheres?

RUBIA MENDES:
 Eu me sinto totalmente representada, principalmente, eu não sei se o Sicredi tem noção disso, mas quando faz um convite para uma mulher negra retinta para participar de um comitê com a proporção que é o Comitê Mulher, está abrindo portas que, quando nós buscamos nas raízes da formação do nosso país, foi negada para mulheres como eu. Então, o Sicredi, ele é assim, ele realmente acompanha todo o desenvolvimento, o respeito à questão de gênero, questão de equidade. Então, eu fico muito feliz e honrada por isso. Não é simplesmente pessoas que, às vezes, estão na cooperativa há mais tempo, que eu sei que tem que ter um olhar ali, muito partindo do que é esperado. Existem, sim, algumas questões de regras e o Sicredi segue. Mas o Sicredi também, ele acolhe. Ele também percebe que é necessário que todas as pessoas se sintam representadas. Então, no Comitê Mulher, Sicredi, eu me sinto representada, me sinto honrada em representar todas as outras mulheres da comunidade e também aqui da nossa região, Sicredi Ouro Verde, não só Lidia e Trivelato.

JONAS TONETTO:
 Bacana, bacana. Dentro do Comitê Jovem, a gente se sente representado, principalmente porque dentro hoje, do comitê em si, um dos únicos homens ali sou eu. Então, boa parte dos membros são membros mulheres. Então, a gente traz demandas da sociedade para dentro do comitê no intuito de resolver determinados problemas. E dentro da cooperativa, por ser um comitê um pouco mais jovem, o comitê jovem ser um comitê mais jovem. Recente, de criação recente. De criação mais recente. A gente vê que a gente já começou grande. A gente já começou grande. E isso faz com que o próprio Sicredi tenha uma visão melhor do jovem a partir desse comitê. E a gente traz situações do nosso cotidiano, situações que ocorrem com a gente, com as demais membras, no intuito de realmente identificar o que realmente acontece com o jovem na sociedade e trazer algumas informações, trazer pontos de melhoria dentro da sociedade como um todo, identificando alguns problemas. Por exemplo, nós tivemos um módulo voltado à prototipagem e aí nesse módulo a gente tinha que identificar algum fato dentro da sociedade que a gente poderia corrigir. E foi muito bacana um ponto de que, assim, hoje nós temos cada, boa parte das pessoas tem um cachorro, tem um gato, tem um pet, né, que a gente fala. E, às vezes, tu vai sair pra passear com o cachorro, você não tem onde, às vezes, levar água pra ele. Então, uma das alternativas que a gente colocou ali, por que a gente não consegue colocar dentro da avenida, algum outro ponto específico onde você está caminhando, algum vasinho ali com um pouco de água, que seja corrente também, para não ter nenhum problema dengue ou outra doença, para que o cachorro ou o gato, enfim, o animal, ele possa estar bebendo ali sem ter nenhum problema. E aí, às vezes, espalhar isso para dentro da de toda a comunidade, de toda a cidade como um todo. E aí foi um pequeno projeto, uma visão que a pessoa teve, que fez com que a gente observasse, realmente, a gente está, às vezes, saindo com o cachorro, o cachorro está lá sedento por água e não tem. Então, a gente consegue posicionar algo tão simples. Isso, claro, precisa de parcerias. A gente tem as parcerias dentro da própria comunidade, com instituições. A própria faculdade oferece também o campus para a gente fazer esse tipo de encontro. A gente fez alguns encontros dentro do campus universitário, na Unemat. A gente tem a própria prefeitura colaborando muito com o Sicredi também, com o Comitê Jovem. Então, é muito disso. É ter parcerias que façam sentido para a gente e a gente dar prosseguimento nesses projetos. Tem funcionado muito bem e sempre tem espaço para mais gente.

CAMILA CARPENEDO:
 Você falou que a nova safra está chegando aí, dos novos jovens que vão ocupar os comitês. Como que é essa captação? Como que vocês compartilham, levam essa mensagem? E como que essas novas pessoas recebem? Qual que é a sensação que vocês têm?

RUBIA MENDES:
 Sim. O Comitê Mulher, quando a gente faz os encontros lá em Trivelato, sempre no momento do encontro, ali em meados, na finalização, a gente diz se alguma mulher se sentiu tocada por esse movimento, pela nossa fala. Vocês podem buscar uma de nós três, que estamos à frente do comitê, para conversar, passar o nome, para que a gente consiga levar para o nosso gerente, conversar a respeito, a sua atuação também ali enquanto membra, e depois sentar e apresentar o comitê, para ver se realmente é o momento. Mas é bem assim. Sentiu tocada, chegue na gente para a gente conversar a respeito. E, muitas vezes, muitos até se sentem. Mas, quando a gente senta um pouquinho, apresenta, naquele momento, elas percebem que ainda não chegou o momento delas. Olha, não é o meu momento, ainda tenho criança pequena, ainda tenho que fazer muitos compromissos, tenho que ter alguma agenda. É muito tranquilo pensar em agendas. Nós temos uma agenda geral dos 13 comitês e temos uma agenda muito local. E nossa agenda lá em Trivelato local é, no mínimo, encontro por mês, e a gente tem que estar se conectando online. E aí tem que já estar avançada na questão dos estudos da plataforma, pensar, olha, quem vai trazer às vezes um texto, ou mesmo algum artigo que fale sobre mulheres, alguma coisa bem expressiva e relevante para estar compartilhando e trazendo enquanto possibilidade de movimentação dentro do comitê. E aí elas ouvem um pouquinho e percebem que não é o momento delas. Essa aqui é um pouquinho a dificuldade ainda. Mas o importante é que elas sentem tocadas. Eu costumo dizer que chega quem tem que chegar, parte quem tem que partir e está tudo bem. A gente vai seguindo enquanto movimento, com bastante protagonismo e aguardando a nova safra.

JONAS TONETTO:
 É justamente isso. Quando eu entrei no comitê, o processo atualmente vai ser um pouco diferente. A minha entrada foi a partir de indicação, uma indicação da minha gerente do banco, enfim. Porém, agora a gente observou que, como a gente iniciou com muitos jovens e foi cada vez caindo mais até chegar nos últimos módulos, ter oito ou nove jovens, a gente vai fazer diferente para agora em diante. A gente vai fazer um processo seletivo de identificação desses jovens. Porque a gente realmente quer alguém que seja protagonista, que põe a mão na massa de fato, que esteja disponível principalmente. Então, o processo de escolha desses jovens agora será um pouco diferente. Até nós que já estamos há mais tempo, vamos selecionar esses jovens, né? Vai ter a idade mínima também. A gente não consegue atender a todos. Então, uma idade mínima, uma idade máxima também para isso. Então, dentro desses dois parâmetros, a gente quer escolher jovens que sejam realmente capacitados para estar ocupando essa vaga. Porque o Sicredi investe para isso. Então, a gente precisa ter esse retorno, tanto dentro da cooperativa quanto na sociedade. Mas a gente precisa ter esse retorno. Então, a partir de agora vai ser um pouquinho diferente. A gente vai fazer um processo seletivo de identificação, de perfil, de busca do que a pessoa realmente quer para a vida. Se ela quer ter um investimento, se ela quer ser empresária, se ela está fazendo uma faculdade. Acho que tudo isso conta como algo de proatividade mesmo, de você fazer por merecer estar ali.

BRUNO MOTTA:
 Agora, vamos, então, olhar um pouquinho para o futuro. E daí eu queria entender de vocês, pensando nesse processo, então, também formativo dos dois comitês e pensando nesse olhar de que nós precisamos que os nossos associados entendam cada vez mais o nosso papel enquanto cooperativa nas nossas comunidades, assim como vocês já falaram tanto. Vocês enxergam que esses dois comitês vão apoiar nessa formação de novos associados, que vão levar a cooperativa adiante, né? Como que isso vai impactar nesses cooperativistas do futuro, né? Que a gente acredita que vão levar, então, cada vez mais essa mensagem do cooperativismo pra mais pessoas.

RUBIA MENDES:
 Já está impactando de maneira muito positiva. Quando eu penso que, quando eu entrei no comitê, eu nunca tinha pensado em já ter aberto uma conta para minha filha de quatro anos, que na época tinha dois, e eu abri. E aí a gente leva isso nos encontros do comitê, essa pergunta para as mulheres. Olha, como é que é todo mundo lá da sua casa? O pessoal já tem a conta? Vocês já vieram abrir? Como é que é a poupança, a corrente? E, geralmente, não tem. Então, está vindo já com muita orientação. Penso que está vindo muito forte, porque as mulheres, quando participam dos encontros, já falam, olha, já consigo levar para minha filha, para o meu filho, aquilo que eu não tive. E a agência ser tão acessível, porque quando elas nos veem nos encontros, chega convite. E para nós, enquanto Comitê Mulher, em Trivelato tem muito significativo fazer dentro da agência. E aí o gerente organiza para que seja um horário realmente à noitinha. Tem todo um planejamento que a gente sabe que é difícil, mas ele abraça porque a gente apresenta que elas percebem que também é o lugar delas. A agência toda linda, modernizada, acolhedora. E que eu possa entrar e sair desse lugar com muito respeito. E vendo possibilidades de estar me desenvolvendo e levando isso para os meus filhos. Então, vejo que está vindo muita mudança positiva, muitas mulheres percebendo que o lugar delas também é no cooperativismo, é nas cooperativas.

JONAS TONETTO:
 Legal, legal. E assim, o jovem, acho que não foge muito disso. O próprio método de entrada hoje dentro de uma cooperativa é de pai para filho. Ocorreu comigo, acredito que ocorreu com várias outras pessoas. O próprio pai e a mãe vai e faz a conta para o filho. E aí o filho vai aplicando, vai colocando dinheiro, vai tendo aquela conta como conta principal. E aí, de repente, surgiu a oportunidade, como surgiu para mim, de você participar de um comitê. Às vezes o jovem está querendo buscar uma cooperativa, uma cooperativa de crédito, justamente para trazer um pai e uma mãe que às vezes está em um outro banco, outra cooperativa, enfim. E isso está se invertendo aos poucos. Então acho que o jovem por si só também tem essa gana de buscar. E aí, claro, dentro do Comitê Jovem a gente precisa de pessoas assim. Dentro hoje do nosso próprio comitê, nós temos um ou dois casos em que somente o jovem tem conta dentro do Sicredi. E isso do início foi comentado, né? Olha, eu recebi o convite, mas a minha mãe e meu pai nem têm conta no Sicredi. Por que eu recebi esse convite, sendo que só eu que tenho conta aqui? Uma conta nova, diferente da minha, que é uma conta muito mais antiga, recebeu esse convite. E aí, dois, três meses depois, o pai e a mãe dessa jovem foi, se associou, tem os benefícios agora. Então, está mudando um pouco isso. Às vezes, o jovem está querendo buscar uma cooperativa, uma cooperativa de crédito, justamente para trazer o pai e a mãe, que às vezes está em um outro banco, outra cooperativa, enfim. Está se invertendo aos poucos. Então, acho que o jovem, por si só, também tem essa gana de buscar. E aí, claro, dentro do Comitê Jovem, a gente precisa de pessoas assim.

CAMILA CARPENEDO:
 Excelente. Antes da gente finalizar, nós gostaríamos que vocês deixassem aquela visão realmente do futuro desses projetos. Vocês, enquanto membro e enquanto membra, que vão continuar. O que vocês imaginam? A gente sempre brinca, né, Camila? São 35 anos de história da cooperativa. Então, o que vocês imaginam para os próximos 35 anos, por exemplo?

RUBIA MENDES:
 Nossa, que pergunta difícil. O futuro é feminino. Eu imagino que cada vez mais o Sicredi, com o Comitê Mulher, vai ficar muito próximo. E daqui a 35 anos vai ter alcançado o objetivo, que é aumentar a presença de mulheres nas áreas de gestão, realmente mulheres na liderança, na comunidade, seja tanto dentro da cooperativa, que são os objetivos. Isso já acontece no nosso Comitê Mulher. Nós temos a nossa coordenadora, ex-coordenadora, que teve que deixar, porque ela foi assumir o Conselho Fiscal. Então, o comitê já tem esse movimento muito proativo, muito verdadeiro, de mulheres convidadas para estarem no comitê, mostraram todo um protagonismo, uma liderança, para que ficassem se movimentando dentro da agência, na liderança realmente do Sicredi. E também fora da comunidade, que todos os espaços que as mulheres decidirem estar, que cada vez mais elas estejam nas lideranças. E eu penso que nós já estamos alcançando isso. Então, daqui a 35 anos, já vai ser pelo menos 50% mulheres e 50% homens.

JONAS TONETTO:
 Show! Show! E, assim, eu acho que o Comitê Jovem segue a mesma linha. É uma linha onde você está chegando novos jovens para dentro da cooperativa, está chegando novos jovens para dentro do nosso próprio comitê. Então, a gente espera que, por exemplo, daqui a 35 anos, todas as unidades da cooperativa, em todas as cidades, tem um comitê. Esse projeto começou recentemente e estamos no segundo, terceiro ano já desse projeto e a gente quer estender isso para dentro de toda a Sicredi. Trivelato, por exemplo, é um caminho. Então, a gente quer estender para outros jovens também, jovens que hoje não conseguem estar presentes em Nova Mutum. As outras unidades a gente quer trazer também. Então, a gente consegue fazer os encontros também via plataformas de internet para a gente manter esse contato também, mas a gente acredita que o jovem hoje é o futuro. O seu Alcindo mesmo fala muito sobre isso. O jovem é o futuro dentro da cooperativa e principalmente dentro da sociedade. Então a gente quer trazer esses jovens com pensamento que seja vantajoso para o Sicredi, vantajoso para a sociedade, trazer ao nosso lado, caminhando junto.

CAMILA CARPENEDO:
 Caminhando junto e construindo esse futuro da nossa cooperativa, né? Muito legal. Muito obrigada, Rúbia. Muito obrigada, Jonas. Muito obrigada mesmo pela presença de vocês aqui. É muito legal a gente ouvir, né, Bruno? Sobre esses programas que fazem tanta diferença na nossa comunidade.

BRUNO MOTTA:
 Que dão tão certo, né? Ampliam o nosso impacto, porque eu acredito muito nisso, né? A gente tá levando mais pessoas e ampliando o nosso impacto nas nossas comunidades. Então, parabéns pela atuação de vocês e muito obrigada por compartilharem essas histórias aqui com a gente, né? Compartilharem um pouquinho até desse amor de vocês por esses programas e por essa atuação no cooperativismo. Obrigada mesmo.

RUBIA MENDES:
 Muito obrigada pelo convite.

JONAS TONETTO:
 Obrigado pelo convite. A gente fica muito feliz de receber um convite como esse. Não esperava.

RUBIA MENDES:
 Eu também não. Pegou muita surpresa.

JONAS TONETTO:
 Cara, eu achei fantástico. Não sabia nem que existia esse tipo de projeto dentro do podcast da Sicredi. E fiquei muito feliz, muito lisonjeado mesmo, de coração. Muito obrigado.

CAMILA CARPENEDO:
 Maravilha. E muito obrigado também a quem ficou com a gente até agora, acompanhou mais um episódio. No início nós falamos: esse é o nosso último episódio da primeira temporada, onde a gente falou de toda essa questão de história, de presença. E na próxima semana já tem a nossa segunda temporada disponível, com mais episódios falando sobre a nossa relevância para a comunidade. Tem muita coisa boa vindo por aí, né, Bruno?

BRUNO MOTTA:
 Tem muitas boas histórias que ainda vão ser contadas agora, nessa segunda temporada. Tem episódios muito especiais sendo preparados para vocês. Então, se você ainda não nos acompanha nas nossas redes sociais, siga a Sicredi Ouro Verde no Instagram, acompanhe o nosso podcast também no Spotify, ou então acesse o site sicrediouroverde35anos.com.br, onde você acessa todos os episódios que já se passaram, todos, né? Estão disponíveis por lá, e lá também você tem acesso a muitas outras informações sobre como estão sendo as comemorações dos nossos 35 anos da cooperativa, porque são muitas ações nesse ano de 2025 que estão sendo preparadas, estão acontecendo com os associados e com a comunidade, né, Bruno?

CAMILA CARPENEDO:
 Com certeza. Material disponível quando e onde o pessoal quiser assistir, né, Camila? Na semana que vem tem mais, a gente espera que todos continuem nos acompanhando nesse projeto. Até lá!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *