Sicredi Ouro Verde MT

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Raízes Ouro Verde | Ep. 09
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Raízes Ouro Verde | Ep. 09

Adriana Mareti e José Dambrós

No nono episódio do podcast Raízes Ouro Verde, os associados Adriana Mareti e José Mauro Dambrós compartilham suas trajetórias ao lado da cooperativa e destacam como a chegada da Sicredi Ouro Verde impulsionou o desenvolvimento de Diamantino e Alto Paraguai.

José Mauro relembra o desafio de conquistar a atenção da comunidade no início. Ele destacou como o voto de confiança da comunidade consolidou a presença da cooperativa na região.

Já Adriana fala com entusiasmo sobre os projetos sociais e de empreendedorismo realizados em parceria com o Sicredi, com destaque para o Comitê Mulher, criado em 2020, que fortalece o protagonismo feminino e o impacto social nas comunidades locais. 

Uma conversa que mostra como a cooperação transforma realidades e impulsiona o crescimento coletivo.

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Raízes Ouro Verde | Ep. 09
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TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 9

Camila: Olá! Seja muito bem-vindo a mais um episódio do nosso Raízes Ouro Verde. Esse podcast onde nós contamos histórias de transformação, histórias sobre os 35 anos da nossa Sicredi Ouro Verde. E ouvimos personagens inspiradores que fizeram parte de toda essa história, não é isso, Bruno?

Bruno: Isso mesmo, Camila. Já passaram por aqui muitas pessoas que trouxeram histórias de transformação de muitos municípios que fazem parte da nossa área de atuação da Sicredi Ouro Verde. E hoje tem mais histórias de mais dois municípios muito relevantes para a nossa atuação. Hoje nós vamos falar então sobre Diamantino e sobre Alto Paraguai. E para isso nós recebemos aqui no nosso estúdio, como eu disse, dois personagens importantes dessa história. Duas pessoas muito atuantes na cooperativa até hoje. Então, quem a gente recebe hoje? Apresenta eles, por favor, Bruno.

Camila: Aqui com a gente, duas pessoas muito importantes para essa história. A história que já aconteceu e a história que ainda está sendo escrita, né, Camila? Então, com a gente aqui hoje, José Mauro D’Ambros e também a Adriana Maretti. Eles que são associados e também membros, o Mauro, conselheiro da cooperativa, e a Adriana, membro do Comitê Mulher. Bem-vindos! Muito bem-vindos! Aqui ao nosso Raízes Ouro Verde. Estamos muito felizes com a presença de vocês aqui.

José Mauro: Obrigado.

Adriana: Nós também muito felizes de participar desse momento tão importante da nossa cooperativa. Afinal, 35 anos é para ser comemorado mesmo. E, principalmente, fazendo parte da história. Isso é importante. A gente lê a história, é legal ter conhecimento da história, é legal. Mas, quando a gente faz parte e ajuda a escrever ela, com certeza isso nos enche ainda mais de orgulho.

José Mauro: Um agradecimento do tamanho, por fazer parte desses 35 anos de muita luta. Porque os primórdios lá lutaram muito para conseguir chegar onde estamos. Com tanta transparência e dedicação. Então, com o coração bem alegre que a gente festeja esses 35 anos.

Camila: Que bom, ficamos muito felizes, como eu disse. E para a gente começar, Bruno, a gente tem uma pergunta clássica que a gente vai fazer para vocês. Quem acompanha já o Raízes Ouro Verde já sabe que a gente normalmente começa com essa pergunta. A gente pergunta quais são as raízes de vocês, a gente quer saber quais são as raízes da Adriana, quais são as raízes do Mauro, se me permite chamar assim, né, Mauro?

Bruno: José Mauro, mas a gente conhece por Mauro.

Camila: Então, por favor, contem, né, pros nossos ouvintes, pra quem tá nos assistindo, quais são as raízes de vocês?

Adriana: Bom, eu sou Adriana, nascida em Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, morei lá até meus 18 anos, aonde eu vim me aventurar para o Mato Grosso, né? Vim morar com uma tia minha, em Diamantino, e ali fixei minhas raízes, né? Um solo bem fecundo. Ali conheci meu esposo, que vivemos juntos 32 anos. 31 anos de casado, 32 quase, e o ano passado ele nos deixou, ele foi fazer uma grande viagem com Deus, mas tudo começou nessa união nossa, onde a gente se descobriu dois jovens começando uma vida na luta da roça, trabalhando na agricultura. E seguimos em frente e hoje temos o que temos, dois filhos, uma neta e a família crescendo. Então, Adriana é uma mulher que veio de mulheres fortes, que lutam para ter algo melhor no futuro.

Camila: Obrigada, Adriana.

Bruno: Mauro, por favor.

José Mauro: Bom, eu sou natural do Rio Grande do Sul, da cidade de Catuípe, princesa das missões, como é conhecida na região lá. Filho do Paulo e da Anitta, com quatro irmãos. Eu sou o quinto irmão, sou do meio, duas irmãs e dois irmãos. Meu pai era moleiro, tinha um moinho que fazia farinha de milho no moinho de pedra. Quem é do Rio Grande do Sul, alguns do Paraná, devem lembrar como é que era o moinho de pedra para fazer farinha de milho. Minha mãe, costureira, católico. Era assim que, pequeno produtor rural também, o pai lá no Rio Grande do Sul, onde a gente ajudava ele. Desde pequeno, meu falecido pai me levava em assembleias da Cotrijuí lá no Rio Grande do Sul, talvez por isso até a identidade um pouco maior desde pequeno, desde criança, com o cooperativismo. Estudei no interior, lá numa vila chamada Santa Tereza. Até esses dias eu estive lá, fui visitar a minha escola. Não existe mais. Já caiu, mas está tudo certo. Hoje o pessoal vai para a cidade estudar também. Aí, com 14 anos, fui para Santo Ângelo estudar, fazer o segundo grau. Lá fiz a faculdade de Direito também. Me formei em 89 na faculdade de Direito de Santo Ângelo. Então já se passaram vários anos também. Aí trabalhei na prefeitura de Catuípe, no Rio Grande do Sul, com 21 anos, 22 anos. Eu era secretário municipal de administração lá. E daí, em 90, aí conheci a Elaine, minha atual esposa, né? A gente namorou por sete anos. Aí, em 93, eu falando um belo dia por telefone com o meu irmão e um primo meu que moravam em Diamantino, aqui no Mato Grosso já. Daí eles falaram que um paranaense tinha ganho a eleição para prefeito em Diamantino e que não tinha muito conhecimento de administração pública e tudo mais. E como eu estava lá no Rio Grande do Sul e na época eu estava começando a advogar lá, não tinha muita experiência, a gente perdeu a eleição lá, então fiquei meio rodado lá naqueles dias. Daí ele disse: “Mauro, não quer vir para cá? Vai que dá certo de você trabalhar em Diamantino”. Isso era um domingo de meio-dia, estava almoçando com a minha família no interior, num balneário lá, e aí tinha que se deslocar para outro lugar para atender o telefone, porque só tinha telefone na central. Daí a gente conversou e eu falei assim para ele: “Ildo, posso pensar?”. “Pode”. “Então tá bom, então amanhã eu vou comprar passagem e vou para o Mato Grosso”. Aí voltei para aquele almoço que a gente estava, da família lá, e comuniquei já, né, os pais, mãe, os irmãos e a Elaine, de que eu estaria vindo para o Mato Grosso para conhecer. Aí vim para o Mato Grosso em, acho que foi em fevereiro de 93, aí conheci o pessoal da administração pública ali, né, o Levi, o Natal, o pessoal que reside em Diamantino até hoje, e também o pessoal de uma cooperativa de crédito que existia lá. E na época fiz até uma seletiva para ser gerente daquela cooperativa de crédito da agência lá, da cooperativa que era lá em Diamantino mesmo. Aí tive a entrevista lá na prefeitura também, aí voltei para o Rio Grande do Sul aguardando um retorno para ver se eu seria contratado ou não. Alguns dias depois, daí eu recebi o convite do pessoal lá do município de Diamantino, da prefeitura, aceitando a minha proposta. Então eu vim trabalhar na época como assessor jurídico da prefeitura. E logo em seguida, em agosto, em julho do mesmo ano, eu abri também, já constituímos uma sociedade com a minha futura esposa, para abrir um escritório de assessoria jurídica e contábil para produtores rurais lá em Diamantino. Eu trabalhava meio dia na prefeitura, meio dia no escritório. Em janeiro de 1994, voltei para o Rio Grande do Sul. Casamos. Isso foi num sábado. No sábado seguinte, a gente já estava de mala e cuia ali no Mato Grosso. Assim que nasceu, constituímos a minha família. Em 96, a gente constituiu uma cooperativa agropecuária dos clientes da minha empresa lá. E eu fiquei presidente da cooperativa até a liquidação dela, em 2010. E em 97, comecei a trabalhar como agricultor também, junto com meu irmão. Temos uma sociedade até hoje. E aí, hoje, a principal atividade é produtor rural. Temos uma transportadora, temos uma revenda de insumos aberta agora há pouco tempo, temos muitos sonhos, temos muita coisa para construir, tenho dois filhos, e está faltando tempo para tanta coisa que eu ainda sonho em fazer na minha vida.

Bruno: E esse envolvimento com a cooperativa.

José Mauro: Com esse envolvimento que logo mais nós vamos falar.

Camila: Vamos falar sobre ele já então, né? Mauro, você falou dessa cooperativa de produção que vocês criaram, você falou dessas suas raízes cooperativistas, talvez lá do sul ainda, de infância. Como foi então, vamos falar agora sobre esse cenário, esse contexto, o que era Diamantino nesse momento então em que se pensou nessa ideia de ter uma agência de uma cooperativa de crédito, que, no caso, foi o Sicredi.

José Mauro: Bom, em 1998, eu fui fazer um MBA em Cuiabá, patrocinado até por outra instituição financeira. E lá eu conheci, eram várias pessoas, eu acho que nós éramos umas 40 pessoas lá. E eu conheci, lá também fez esse MBA e estava fazendo o presidente da Sicredi de Rio Claro. RioCred. Da RioCred, o seu Waldir Vassoler. A gente foi colega desse MBA e começamos em março e terminamos a formatura, foi em novembro, eu acho. Então, lá a gente se conheceu e começamos a conversar, amizade, fazia trabalho em grupo e tudo mais. De repente, a gente começou a pegar carona junto, ele de São José, eu de Diamantino, a gente ia até Cuiabá para fazer o curso lá. Cada 15 dias, 3 dias, a gente se deslocava para lá. E daí, então, em 1998, a gente conversou, conversou, ah, é legal, já tem lá em São José, e ele querendo expandir a cooperativa também. Então, durante o ano de 1998, foi um conhecimento nosso, meu e dele. E aí, em 1999, a gente começou a trabalhar para abrir a agência, lá em Diamantino, do Sicredi. Trabalhamos muito, fazíamos reunião, conversava com a Central também. A Central fez o projeto lá de que nós deveríamos ter tantos associados, tanto de capital no início, para iniciar a agência lá. E a gente trabalhando, trabalhando, sempre em conjunto lá com eles, de São José, e foi muito difícil. A gente conversava com as pessoas e, por causa de uma experiência negativa que teve no passado com uma instituição cooperativa de lá, o pessoal tinha muita resistência. Mas a gente estava insistindo, sempre insistindo, conversando com as pessoas. Daí chegou num dia lá, a gente fez uma reunião, então conseguimos reunir mais ou menos 250 pessoas num auditório lá em Diamantino. Lá teve a apresentação da cooperativa e tudo mais. E foi feita uma votação por aclamação. Tipo assim, quem concorda que a agência seja aberta aqui em Diamantino? Na época chamava Unidade de Atendimento, se não me engano. Não chamava agência. Aí todo mundo levantou a mão lá, concordando. Aí ficou duas pessoas encarregadas de arrumar associados. Fiquei eu e mais uma pessoa de lá de Diamantino. Acabou a reunião, tudo mais, todo mundo foi feliz e embora. Nossa, vamos começar já com 250 associados amanhã. A realidade do outro dia, ninguém apareceu. Aí passou alguns dias, a gente estava preocupado. Daí eu levei a proposta para a cooperativa agropecuária que nós tínhamos. Eu disse: “Olha pessoal, tem a cooperativa de crédito para nós abrir aqui em Diamantino. É muito importante. Eu tenho certeza disso. É uma coisa que vai dar certo. O que vocês acham de nós, os associados da nossa cooperativa, serem os associados da cooperativa de crédito para começar? Nós temos que dar um início”. Aí fizemos a reunião. Metade, mais ou menos, aceitou ser sócio. Só que não tinha dinheiro também. Era um momento difícil. Então, a proposta que eu fiz para eles foi: “Olha, nós temos um dinheiro em caixa na nossa cooperativa, a cooperativa consegue financiar R$ 1.500 cada um para devolver em três anos. Podemos fazer isso?”. “Podemos”, foi aprovado. Então, ali a gente já arrumou 10 ou 12 associados, mas não era o suficiente porque não dava o capital que a central queria e nem o número que a central queria. Aí eu fui atrás de outras pessoas, junto com o gerente. Daí a gente já estava meio trabalhando lá em Diamantino, já tinha me associado lá em São José. Daí conseguimos reunir 18 pessoas. Mas também não dava o capital que a central exigia na época. Daí, em um determinado momento, conversando com o Waldir, com o presidente da cooperativa, eu disse: “Waldir, está difícil, cara. Se nós não abrir isso aqui, nós não vamos conseguir mostrar que é bom”. “Mauro, quanto que nós temos?”. Eu falei: “Tem 18 pessoas, acho que 20 e poucos mil reais na época”, e a central queria 30 mil. Aí ele falou assim: “Mauro, você topa nós peitar a central?”. Essas foram as palavras. “Vamos abrir, depois nós se viramos? Você garante que se nós abrir, a gente consegue levar ela para frente?”. “Não, eu garanto, porque é bom”. E assim que nós abrimos a agência lá em Diamantino, foi desse jeito. Foi indo contra a orientação da central, porque não bateu no projeto, nós não conseguimos alcançar. Mas a certeza, a segurança que a gente tinha de que era um negócio que ia dar certo era tão grande que a gente foi empurrando, foi levando, foi acreditando e deu certo. Começamos a cooperativa, como falei, era compartilhado até o gerente de São José. Tivemos dificuldade também, mesmo abrindo. Os primeiros 60 dias só tinha dois depósitos, era o meu, pessoal e da cooperativa nossa. Nós tínhamos que chegar nas empresas de Diamantino por causa daquela experiência negativa. Isso já em 2000, quando nós já tínhamos a agência aberta lá. A gente tinha que pedir, por favor, para eles aceitarem o cheque, porque eles, pela experiência negativa, por não conhecer cooperativa, direito de crédito, como é que era, também não aceitavam, sabe? Então, foi um trabalho muito grande, mas a gente chegava, olha, é… Tem muita credibilidade. Nós temos certeza. A gente está aqui, não é de hoje. Já temos vários anos aqui. Já existem em outras cidades. Aí a gente citava Credilucas, Credimutum e tudo mais. As cooperativas que tinha na região. A gente tem certeza que vai dar certo. Tem uma central que vai apoiar e tudo mais. E as pessoas foram se associando. Graças a Deus. Deu muito fruto. Deu muito certo. E hoje a gente está do tamanho que está. Crescemos vinculados à cooperativa de São José do Rio Claro, depois nos unimos à Sicredi Lucas, que acabou ficando tudo Ouro Verde, depois nos unimos com o Mutum, que já tinha se unido com as cooperativas de Cuiabá, e hoje somos o que somos por causa da união das pessoas. Se não fosse a união, se não fosse as pessoas acreditarem nos sonhos, porque era sonho.

Bruno: Mas vamos voltar um pouquinho na história. Acho que é legal também a gente pensar. Diamantino, uma cidade com quase 300 anos, uma das cidades mais antigas de Mato Grosso. Em que cenário, em que contexto isso aconteceu? Porque hoje a gente completou recentemente 25 anos da chegada, da inauguração da primeira agência, então, lá em Diamantino. 25 anos atrás, então, quando isso tudo aconteceu, qual era o cenário daquele município de Diamantino? Em que momento econômico o município estava? E a Adriana, que já está lá também há 33 anos, não é, Adriana?

Adriana: 33.

Bruno: Mauro, 32 anos. Conta um pouquinho para a gente em que momento da economia estava Diamantino.

José Mauro: Olha, lá na época não era diferente das outras cidades também. Nossas cooperativas de crédito têm origem na área rural, com agricultores. Então, se nós pegarmos toda a história do nascimento das cooperativas, embora em Diamantino não foi uma cooperativa, foi uma agência de uma cooperativa, mas se nós pegarmos a história, toda ela é igual. Nasceu por necessidade. E a agência que a gente levou para lá também nasceu por necessidade. Porque a gente precisava principalmente de crédito. Alguém que acreditasse no nosso negócio. Então não foi diferente dos outros lugares. Lá tinha instituições outras financeiras, instituições grandes, públicas e privadas também. Hoje tem algumas que nem existem mais lá, foram embora, mas na época tinha isso. Mas nós não tínhamos o apoio que nós precisávamos. E nesse momento é onde o cooperativismo chega para somar. Porque como são pessoas da comunidade que administram a cooperativa, que conhecem o negócio, fica mais fácil aquele olho no olho. Ah, mas a cooperativa não exigia garantia. Não é isso. É que como a cooperativa conhecia mais o negócio do associado, ficava mais fácil. Além da garantia, seja fosse do penhor, dependendo do caso, fosse da hipoteca, existia a garantia da seriedade, a garantia da confiança. Essa era a principal. Se não tivesse confiança, nós não teríamos cooperativas hoje. E aí tinha que ter a confiança de quem depositava o recurso lá. Porque o crédito só existe se alguém deposita o recurso, senão não existe. Então, quem depositava o recurso lá também tinha que ter confiança naquelas pessoas que estavam administrando. E a gente conseguiu, com muito trabalho, com muita dificuldade, a gente conseguiu passar essa confiança para as pessoas. E deu certo.

Adriana: Diamantino, e os bancos é tudo em Diamantino. Aí eu falava assim, amor, a gente tem que abrir uma conta nesse banco aqui do Novo Diamantino, porque toda vez eu tenho que descer para Diamantino. Não, ainda não é tempo. E aí o Mauro falava. O meu compadre, que era irmão dele, o Giovanni, falava, minha comadre falava, e não, ele falava não. E isso muitos anos vieram falando. Até que um dia a gente foi ser presidente da comunidade, da igreja lá, né? E um colaborador do Sicredi foi trabalhar junto conosco. E aí ele começou, ó, vai lá conhecer. E falar, e falar. E um dia ele, meu esposo, pegou e falou assim, eu vou lá conhecer. Aí ele foi conhecer, gostou do que ele viu. E fez a associação dele, né? Ele foi o primeiro, ele se associou. Aí depois ele falou, mãe, vai lá e faz a sua também. Aí eu fui me associar. Acho que já tenho seis anos, mais ou menos. E assim, a gente vê a diferença que é o tratamento. E tudo o que fazem. Lá na nossa cidade tem o projeto União Faz a Vida, que faz maravilhas com as nossas crianças. Maravilhas com os nossos professores, que é o que precisa hoje. Ter esse olhar voltado para a educação. Para que a gente tenha adultos melhores no futuro. Crianças que não vão deixar ninguém passar eles para trás. Que eles vão poder falar e falar assim, não. É assim que tem que ser, vamos fazer a coisa direita. E é isso que eles querem passar. Então, assim, depois que eu entrei no Sicredi, eu sou apaixonada pelo Sicredi. Então, eu sou até meio suspeita para falar de Sicredi. E aí, nessa caminhada, em 2020, eu fui convidada para um projeto piloto que ia começar aqui na Sicredi Ouro Verde, chamado Comitê Mulher. A princípio, eu levei um susto, porque eu… A única da minha cidade pra ser convidada. E aí falaram, não, você já atua bastante na comunidade, na igreja, você se doa bastante, você gosta de ajudar as pessoas. Então, aí eu vim. Aí eu cheguei em casa e falei, amor, me convidaram pra fazer um negócio novo lá no Sicredi. Aí ele falou assim, ah, você gosta de desafio? Vai e faz. Vai ver o que é, pelo menos. E aí eu vim. Aí a gente ficou todo 2020, pandemia. Na pandemia. Encontros online. Dia 30 de junho de 2020. Foi feita a abertura do comitê mulher. Que a gente fez uma live. E aí todas. Na época nós éramos 54. Hoje nós somos 45. E assim. Mulheres que nunca se viram. De um contexto totalmente diferente. Social, de etnia, de tudo. E começamos ali. Uma familiaridade, porque eu falo assim, que nós do comitê somos uma grande família em casas diferentes. E quando a gente fez o nosso primeiro encontro aqui em abril de 2021, gente, o que é aquilo? Parecia que a gente se conhecia há anos. Nunca tinham se visto pessoalmente. Nunca. Então, eu falo assim, o comitê criou para mim um outro porto seguro, que eu sei que com aquelas mulheres eu posso contar em qualquer hora, em qualquer momento. E mais ainda, eu vinha falando isso para o Mauro, ele me fez crescer como pessoa. Eu conheci a Adriana da igreja, mas hoje eu conheço a Adriana. Então, assim, é algo surreal. E nenhuma outra entidade ou nenhuma outra cooperativa que eu conheça, que tem na minha cidade, faz o que esse crédito faz, pelo seu associado, por quem está ali. Realmente, eles vão atrás e procuram dar o melhor de si.

Camila: Você percebeu que os seus valores, então, estavam muito alinhados aos valores da cooperativa?

Adriana: Sim. Mesmo tendo demorado um pouquinho mais para descobrir a cooperativa, quando descobriu, foi muito bom. É assim, a gente tem uma noção do, que assim, eu não conhecia o cooperativismo. Nunca participei, nunca tive contato. Meu esposo é de uma outra cooperativa de grãos lá em Diamantino, mas é bem diferente de cooperativa de crédito. Mas assim, na cooperativa, então a gente tinha medo, né? Porque é você investe, aquilo que uma fala, pro outro, né? Aí ele falava assim, mas será? Então a gente tinha medo. Mas quando a gente viu que é tudo transparente, né? Que chega ali no final do ano. No meio do ano tem toda a prestação de conta. No começo do outro ano tem toda uma prestação de conta. Tanto foi para cá, tanto foi para cá, tanto foi para lá. E para você ajudar o outro, você vai votar para votar, para ajudar. Então, assim, é para a gente não ter medo, né? De estar lá, de conhecer a história e poder também se associar.

José Mauro: Como que foi, Mauro, para vocês, então, vendo ao longo dos anos mais e mais pessoas acreditando naquela ideia que vocês foram os primeiros ou os poucos que acreditaram lá no início?

José Mauro: É a realização daquilo que a gente se propôs a fazer, porque o caso da família Maretti é um como tantos outros. A gente convidava, mas não é o momento, eu já trabalho com outra instituição financeira. Mas a gente nunca desistiu, porque eram amigos nossos, são amigos nossos. Então, a gente, de vez em quando, ia lá. Vamos lá de novo? Não é hora ainda, vamos lá de novo. E, de vez em quando, a gente conquistava um, amanhã conquistava outro, conquistava outro. E hoje nós somos 40% da população de Diamantino Associada do Sicredi. Então, vamos dizer que nós começamos lá com 18, como falei. Na época, Diamantino já tinha mais de 20 mil habitantes, hoje continua mais parecido com a mesma população. Então, saímos de 18 para 9 mil. É uma grande evolução. Isso é resultado de muito trabalho de muitas pessoas. Hoje nós vemos o trabalho muito forte da cooperativa, vemos o trabalho muito grande dos colaboradores também. Olha bem, nós começamos com a agência lá, tinha o gerente compartilhado mais dois colaboradores. Hoje a quantidade que são, a cooperativa quantos tem hoje, daqui a pouquinho nós vamos estar com mil colaboradores na nossa cooperativa. Então isso nos enche de orgulho mesmo, de ver cada dia mais e mais pessoas acreditando. Na época tinha eu para convidar alguém. Hoje tem 9 mil para convidar mais gente. Tem 9 mil pessoas acreditando. Hoje tem pessoas como a Adriana, que além de convidar, de ser associada, está levando o cooperativismo para as pessoas, seja através do Comitê Mulher, seja em outros locais também. A Adriana é uma presença frequente, já representa o Sicredi. Já é a Adriana do Sicredi também, como é o Mauro do Sicredi. Já ganhou um sobrenome diferente agora. Isso é importante, isso nós vemos com muitas pessoas. Então, isso nos enche de satisfação e nos faz continuar acreditando de que nós vamos continuar crescendo e fazendo o bem para as pessoas.

Camila: Agora, essa força, essa união que todos vocês tiveram em Diamantino também reverberou e levou a cooperativa até o município também de Alto Paraguai. Como é que foi essa chegada da Ouro Verde por lá?

José Mauro: Então, antes disso até, voltar um pouquinho para trás da história. Lá na abertura da agência em Diamantino. Na segunda agência. Na época, nós abrimos a agência no bairro Novo Diamantino. Então, tem a cidade de Diamantino, para quem não conhece, a cidade fica no baixo da serra e o Novo Diamantino fica em cima. Na época, até teve gente que criticou, mas por que não abre na cidade se todos os bancos estão na cidade? E a decisão nossa… Que a decisão seria, eu acho que em qualquer momento do Sicredi, seria por ir onde não tinha uma instituição financeira para assistir as pessoas. Então, na época, a gente não teve dúvida, não. Nós vamos abrir no Novo Diamantino, que lá existia antes uma agência de uma instituição financeira que fechou. Nós vamos abrir lá porque lá é o lugar que mais falta uma instituição financeira. Então, nós abrimos ela no Novo Diamantino por causa disso. Logo adiante, a gente viu a necessidade, que havia importância, de abrir uma agência na cidade também de Diamantino. Então, antes da gente ir para o Alto Paraguai, a gente abriu a agência lá em Diamantino também, porque a gente tinha certeza que ia dar certo e as pessoas nos cobravam. Porque daí o pessoal que morava na cidade tinha que subir a serra para ir na agência lá em Diamantino. E a gente gosta de estar próximo, né? O Sicredi gosta das pessoas perto, faz parte, está no nosso DNA. Então, a gente abriu agência lá na cidade de Diamantino também. Quem tinha conta no Sicredi, no Novo, migrou para Diamantino, para a cidade, para o centro lá, e depois começou-se o trabalho de mais associação de lá. Então, hoje, eu acho que as duas agências estão muito bem equilibradas lá em Diamantino. E aí, com isso, também, pela expansão que a nossa cooperativa precisava, o objetivo nosso do Conselho de Administração, daí já falando como conselheiro, era estar presentes em todos os municípios da área de ação da cooperativa. E Alto Paraguai fazia parte. Então, a gente começou também a fazer o mesmo trabalho que a gente começou lá em Diamantino, fazer visitas no Alto Paraguai, nas comunidades do interior também, conversar com as pessoas, conversar com a administração municipal, para haver o interesse das pessoas. Lá na época tinha, se não me engano, até duas agências de outras instituições financeiras lá, e a gente tinha dúvida. Não vou mentir, a gente teve muita dúvida, relutou bastante se seria viável, economicamente e tudo mais, a gente abrir a agência lá no Alto Paraguai. Mas, conversando com as pessoas, de novo, as pessoas em primeiro lugar. As pessoas do Alto Paraguai, a comunidade pediu que a agência do Sicredi fosse aberta lá. Então tivemos o apoio da comunidade de novo, fomos para lá. Foi planejado que durante cinco anos, se a agência desse prejuízo, nós continuaríamos lá igual, porque a gente sabe da importância que é uma cooperativa de crédito numa comunidade. O planejamento foi executado, a gente teve dificuldade esses anos. Olhando financeiramente, ainda temos dificuldade, até hoje um pouco, no Alto Paraguai, pela própria característica da região, característica do município. O tempo passou e hoje a única instituição financeira que existe no município do Alto Paraguai é o Sicredi. Então, nós estamos lá cada vez mais fortes. Já pensamos, não vamos esconder, não. A gente pensou algumas vezes, até fomos questionados, foram associados. Ah, mas a agência lá dá prejuízo. Mas a gente não olha só o econômico. Temos os dois pinheirinhos, o social e o econômico. Então, olhando para isso, olhando para aquilo que o Sicredi pode oferecer para a comunidade, a gente permanece lá. E hoje estamos cada vez mais sendo apoiados pela comunidade do Alto Paraguai. Nós temos certeza, quando a gente faz reuniões com os coordenadores, quando a gente faz as assembleias, agora na comemoração dos 35 anos, foi uma festa maravilhosa lá. Você conversa com as pessoas e vê brilho no olhar delas, de que elas, de fato, dão valor para a cooperativa estar presente lá. E nós continuamos presentes lá, porque eles querem que nós estejamos lá. Lá no Alto está buscando o ponto de equilíbrio, está conseguindo avançar nessa parte também, que é importante. Nós temos que trabalhar. Sustentabilidade também envolve o pinheiro econômico. Então, a gente está conseguindo isso, está conseguindo desenvolver. E o sucesso no Alto Paraguai também está garantido, porque as pessoas de lá dão muito valor para nós. Nossa gerente lá, Letícia, cada dia associando mais pessoas do Alto Paraguai. É um movimento lindo de ver a atuação delas lá nas comunidades, indo até o associado para atendê-lo da melhor forma, andando às vezes 80 quilômetros, como é o caso de estrada de chão, para atender o associado. E lá, pela característica do município, nos enche ainda mais de alegria de ver que lá, de fato, a cooperativa está cumprindo um papel muito importante, que também é o papel social de, de fato, ajudar pequenos produtores, ajudar pequenas empresas a crescer e a se desenvolver. Isso nos enche de orgulho. Não tem palavras para o tamanho da gratidão que a gente sente de ver isso.

Camila: Adriana, e para você, quando você descobriu o cooperativismo e depois passou a fazer parte do Comitê Mulher e viu essa atuação social da cooperativa, essa atuação tão próxima da comunidade, como o Mauro estava falando, como você se sentiu e como você sentiu que você podia fazer parte disso também? Como isso tocou você?

Adriana: Eu sempre gostei de ajudar voluntariamente. E acho que juntou o útil ao agradável. Posso, através do comitê e dos cursos, me aprimorar e eu posso transbordar isso para outras mulheres. Isso pode chegar em outros lares, em outras instâncias. Lá em Diamantino, a gente já foi convidada várias vezes para ir em uma escola da zona rural, para falar com as mães, que são mulheres da zona rural. E eu falo assim, eu morei 18 anos na zona rural. E eu sei que as mulheres da zona rural é diferente das mulheres que ficam aqui na cidade. Elas são mais fechadas, elas têm que trabalhar o dia inteiro, ainda dar conta de um filho, dar conta da casa e ainda fazer tudo que ela tem para fazer. Então, quando me convidaram para isso, eu falei, gente, é meu sonho. Porque eu pensava assim, quando eu vinha nos encontros do comitê, eu falava assim, um dia eu vou ajudar uma mulher que foi igual eu, que não abria a boca, que não falava nada. Eles só ficavam escutando. E aí, hoje eu posso fazer isso, né? Eu posso levar um pouquinho do que eu aprendi à outra mulher. Como isso é gratificante, ajudar outra pessoa.

Bruno: Conta pra gente, então, um pouquinho mais de como que é essa atuação do comitê, como que vocês trabalham hoje, então, lá em Diamantino.

Adriana: Desse mês. Esse mês foi proposto pra nós trabalhar da plataforma de curso do Sicredi. O curso Mulher Empreendedora Sicredi. Aí, quando a Bruna, né? Falou. A Lissidinha me avisou. E eu falei com a Bruna. Aí, a Bruna falou assim. Vamos fazer. Apoiou, né? Que é a nossa gerente. Aí, eu falei. Tá bom. Aí, a gente foi atrás. Fizemos todo o convite. Pelo Instagram e WhatsApp. Assim, gente. Foi coisa assim de. Não deu. Uma hora. Já 40 mulheres quis fazer o curso. Aí a gente falou, não, a gente vai abrir para 20 e tem outra fila de espera para mês que vem, para 20. E a gente fez um curso de cinco dias lá, com parceria com o SESC e o SENAT, e foi algo surreal. Até eu estava falando assim, gente, eu nunca imaginei que eu ia dar um curso de empreendedorismo. E foi maravilhoso. Quanto aprendizado eu recebi, eu tive com aquelas mulheres e eu pude passar também muita coisa para elas que eu trouxe daqui, dessa bagagem do que eu aprendi. Então, assim, isso é muito bom. Fora isso, a gente tem roda de conversa nas escolas. A gente levou, conseguimos nessa junção, o MEC Dia Feliz, nós conseguimos levar em Diamantino, já fizemos duas edições. Esse ano nós vamos, se Deus quiser, para a terceira. Então, assim, mobilizando. Hoje a gente tem um comitê local já lá. Mais mulheres envolvidas. Nós somos, comigo, 11 mulheres envolvidas num propósito só. De ajudar mulheres a se verem mulheres, a se verem capazes. Eu sou capaz.

Camila: Protagonismo mesmo, né? Feminino.

Bruno: Aqui no Raízes a gente ainda vai falar muito, né, Camila, sobre os comitês também, comitê jovem, que também tem uma atuação muito importante na nossa região. Só que eu queria que você comentasse mais um pouquinho, Adriana, sobre, para que a gente entenda e visualize realmente, através de todas essas iniciativas que você comentou, como que você vê o papel das mulheres no cooperativismo, nessa força, nessa liderança com a comunidade, algo que cresceu e tem crescido ainda mais lá em Diamantino, mas também tem vindo para outras cidades. Como é que você percebe isso?

Adriana: Assim, eu acho que ainda está devagar, né? Assim, por quê? Porque muitas mulheres não se acham no direito ou de assumir certas funções ou ter a capacidade de abraçar aquilo, aquela causa e embainhar aquela bandeira e ir embora. Eu falo assim que ainda falta isso, as mulheres poderem acordar. E saber o quanto elas são capazes. Não ter medo em se encorajar. E a gente pode fazer isso. É isso que a gente fala para as mulheres. Assista a um bom podcast. Leia um livro. Estude. Eu falo assim, eu me formei na faculdade com 50 anos. Então, eu falo assim, nunca é tarde para a gente poder aprender um pouquinho mais. É só a gente ter coragem e força de vontade. Então, acredite em você.

Camila: Ao longo desses anos de envolvimento com a cooperativa, seja o Mauro desde lá do início ou a Adriana mais recentemente, com certeza teve muito aprendizado, muitas histórias. Qual que vocês diriam que foi o maior aprendizado que vocês tiveram com a cooperativa e que vocês levam para a vida de vocês?

José Mauro: Olha, eu vou falar por mim. O maior aprendizado que eu tive foi de que, juntos, nós somos mais fortes. Sozinho, a gente não consegue fazer nada. E quando a gente se une, quando a gente tem um propósito em comum, a gente consegue fazer coisas extraordinárias. E isso eu levo para a minha vida pessoal, para a minha vida profissional, para tudo. Eu sempre procuro estar junto com as pessoas, porque eu sei que sozinho eu não vou conseguir. E o cooperativismo me ensinou isso. Me ensinou que a gente tem que ter confiança nas pessoas, que a gente tem que ter transparência, que a gente tem que ter honestidade. E que, se a gente tiver tudo isso, a gente consegue fazer qualquer coisa.

Adriana: Eu acho que o maior aprendizado que eu tive foi de que a gente nunca pode desistir dos nossos sonhos. Por mais difícil que seja, por mais que as pessoas digam que não vai dar certo, a gente tem que acreditar na gente. E tem que ir atrás. E o cooperativismo me mostrou isso. Me mostrou que, quando a gente acredita, quando a gente se une, a gente consegue realizar os nossos sonhos. E isso é muito gratificante.

Bruno: E qual a mensagem que vocês deixariam para os nossos associados, para quem está nos ouvindo, sobre a importância do cooperativismo, sobre a importância de fazer parte de uma cooperativa como a Sicredi Ouro Verde?

José Mauro: Olha, a mensagem que eu deixo é que acreditem no cooperativismo. Acreditem na Sicredi Ouro Verde. Porque é uma instituição que está aqui para ajudar as pessoas. Que está aqui para transformar vidas. E que, se você fizer parte disso, você também vai estar ajudando a transformar a vida de outras pessoas. E isso não tem preço.

Adriana: E eu digo para as mulheres: não tenham medo. Não tenham medo de participar, não tenham medo de se envolver. Porque o cooperativismo é um lugar onde a gente pode crescer, onde a gente pode aprender, onde a gente pode se desenvolver. E onde a gente pode fazer a diferença na vida das pessoas. Então, acreditem em vocês. E acreditem no cooperativismo.

Camila: Bom, e falando em histórias inspiradoras, em transformações, a gente não pode deixar de citar alguns programas que a cooperativa desenvolve e que fazem toda a diferença na comunidade. O Mauro já citou alguns, mas eu queria que vocês falassem um pouquinho mais sobre o impacto desses programas na vida das pessoas.

José Mauro: É, nós temos vários programas, né? O União Faz a Vida, que é um programa de educação cooperativa, que trabalha com crianças e jovens. E que ensina valores como cooperação, solidariedade, respeito. E que forma cidadãos mais conscientes e participativos. Nós temos o Comitê Mulher, que a Adriana faz parte, e que trabalha o empoderamento feminino, a liderança feminina. E que mostra para as mulheres que elas podem, sim, ocupar espaços de decisão e fazer a diferença. Nós temos o Comitê Jovem, que trabalha com os jovens, incentivando o protagonismo juvenil, a participação deles na cooperativa e na comunidade. Nós temos o Fundo Social, que destina recursos para projetos sociais, culturais, esportivos, ambientais. E que ajuda a transformar a realidade de muitas comunidades. Enfim, são muitos programas. E todos eles têm um impacto muito positivo na vida das pessoas.

Adriana: E eu queria destacar também o programa Crescer e Pertencer, que é um programa de educação financeira. E que ensina as pessoas a planejarem suas finanças, a controlarem seus gastos, a investirem seus recursos. E que ajuda as pessoas a realizarem seus sonhos. Porque, quando a gente tem controle sobre o nosso dinheiro, a gente consegue realizar muitas coisas.

Bruno: É, são muitos programas, muitas iniciativas. E tudo isso mostra o quanto a Sicredi Ouro Verde se preocupa com as pessoas, com as comunidades onde ela atua. E o quanto ela está comprometida em transformar vidas.

Camila: E para a gente finalizar, eu queria que vocês deixassem uma mensagem final para os nossos ouvintes, para os nossos associados. Uma mensagem de otimismo, de esperança, de futuro.

José Mauro: Olha, a mensagem que eu deixo é que o futuro é promissor. O cooperativismo tem um futuro brilhante pela frente. E a Sicredi Ouro Verde faz parte desse futuro. E nós, como associados, como dirigentes, como colaboradores, temos um papel fundamental nisso. De continuar trabalhando, de continuar acreditando, de continuar transformando vidas. Porque é isso que a gente faz de melhor.

Adriana: E eu digo que o futuro é feminino. As mulheres estão cada vez mais ocupando seus espaços, mostrando sua força, sua capacidade. E o cooperativismo é um caminho para isso. É um caminho para a gente construir um futuro mais justo, mais igualitário, mais solidário. Então, mulheres, acreditem em vocês. E acreditem no cooperativismo.

Camila: Nós somos a primeira cooperativa que teve em todos os municípios presente com o programa União Faz a Vida. A atuação que nós temos com o Fundo Social. Olha hoje quantas entidades são beneficiadas com recursos do Fundo Social. E mais importante que as entidades, quantas pessoas são impactadas com esses recursos que são oferecidos para as entidades. E agora ainda, como nós estamos conduzindo a nossa cooperativa, na votação das assembleias, onde o próprio associado, antes a gente pegava recurso da cooperativa, destinava X para o fundo social, que ia para as entidades. Hoje é o nosso associado que define aquele valor que ele doa e para quem. Então, ele já vai sabendo, ele já faz essa escolha. E a gente vê, de novo, falando das pessoas, quando a gente faz as reuniões de entrega lá em Diamantino para essas instituições, para essas entidades que recebem o recurso, a diferença que isso faz no dia a dia daquelas entidades, seja numa APAE, seja no lar dos idosos, seja das crianças, seja onde for, seja de uma igreja, seja de uma comunidade, a diferença que isso faz, porque era um recurso que não estava no orçamento, vamos dizer assim. Não estava disponível. E isso vem através da cooperativa. Sempre lembrando, o dinheiro não é da cooperativa, o dinheiro é dos nossos associados, a cooperativa é o instrumento.

Bruno: Os associados abrem mão de parte do seu resultado.

José Mauro: Exatamente, de parte do resultado para isso. Então, os associados têm que saber, e é importante, têm que se sentir orgulhosos. A gente fala, sim, por força do hábito, da expressão, a cooperativa tem um fundo social e ajuda as entidades, mas não é. São os associados que têm uma cooperativa, que têm um fundo social, que ajudam as entidades. Aí temos também o programa… Como é que é? Cooperação na Ponta do Lápis?

Camila: Sim, de educação financeira.

José Mauro: De educação financeira também. E você vê quantas pessoas que o Sicredi ajuda. O Banco Central está exigindo até das cooperativas que tenham uma atuação maior nisso e nós estamos desempenhando esse papel. Isso é muito gratificante. E todas as outras ações que o Sicredi desenvolve na comunidade, tem o Comitê Mulher, tem o Comitê Jovem que está sendo desenvolvido. Participação, se nós vermos hoje, Adriana, por causa do Comitê Mulher, quantas outras entidades não ajudam? É convidada, vai ser cada vez mais convidada, Adriana, para dar palestra, para falar sobre isso.

Adriana: É verdade, porque tem coisa boa para ser falada.

José Mauro: Se nós olharmos, quem participa do Sicredi está na frente das comunidades, seja diretoria de igreja, seja diretoria de associação comercial. Se pegar os nossos colaboradores também, falamos antes, daqui a uns dias seremos mil colaboradores só na nossa cooperativa, sempre que são chamados e na maioria das vezes se oferecem porque querem ajudar as comunidades participando, ajudando numa festa, ajudando a desenvolver ações sociais nas comunidades. Então essa atuação do Sicredi, além da parte financeira, que de novo… É extremamente importante, porque sem a parte financeira a gente não consegue fazer essa parte social. Mas todos esses programas que nós temos, sejam eles oficiais, com esses nomes, com essa participação pessoal de cada um de nós, isso é extremamente importante. Isso faz muita diferença na comunidade. Nós não vemos outras instituições financeiras fazerem isso. No máximo, é um dia por ano lá, porque talvez existe uma cobrança do mercado até. E no nosso caso, não. É voluntariado mesmo. É porque as pessoas que fazem parte do cooperativismo, que fazem parte do Sicredi, querem participar, querem ajudar. É uma coisa genuína nossa.

Adriana: Bom, assim, eu vejo essa parte do fundo social, porque eu participo na comunidade e algumas pastorais que não têm fins lucrativos recebem do fundo social e podem ajudar quantas pessoas. A gente tem lá a Pastoral da Saúde na nossa cidade, que esse dinheiro, eu falo assim, e ele é tão abençoado que ele… Assim, ele parece que aumenta pra ajudar as pessoas. Porque, gente, é remédio, é fralda, é tanta coisa que essas pessoas precisam. E ele vem em boa hora. Outra coisa que eu acho muito interessante é o Crescer e Pertencer. Quantas pessoas e quantas famílias aprendem a fazer o seu planejamento econômico mensal pra poder lá no final ter um caixinha, ter uma sobra para guardar, para fazer algo, ou investir num sonho, ou fazer algo em casa mesmo. Então, é muito gratificante isso.

Camila: Uma pergunta para os dois agora. A gente começa a chegar no final do nosso episódio e é aquele momento que a gente começa a perceber as perspectivas de futuro da cooperativa. Só que, antes disso, é interessante a gente saber, dos dois, qual é a experiência pessoal de vocês, enquanto associados, de verem essa evolução, de verem as coisas acontecendo em um ritmo tão bom. A gente não diz rápido, mesmo sendo, mas um ritmo tão bom e próspero como tem sido.

José Mauro: Olha, o momento é de, eu vejo assim, como de transformação. Desde o início, voltando na história, quando nós começamos com a cooperativa, ela transformou a vida das pessoas e transformou comunidades. Olhando para hoje, nós continuamos como cooperativa transformando a vida das pessoas, transformando comunidades, transformando regiões, transformando realidades pessoais. E já falando do futuro, mesma coisa, eu continuo vendo que os nossos valores vão continuar muito fortes. Os valores que nós temos no cooperativismo, os valores que nós temos no Sicredi são o que nos guiam. E isso vai continuar muito forte. Quando a gente decidiu que a gente ia continuar como cooperativa mesmo, que a gente jamais seria um banco, uma instituição financeira, é porque isso é verdadeiro. Isso é nosso, é de ajudar as pessoas. Então, eu vejo no futuro também que o Sicredi, a nossa cooperativa, vai continuar transformando a vida das pessoas. Acho que esse é o nosso papel. É o meu papel como pessoa também, eu ficar cada vez melhor e ajudar as outras pessoas a serem melhores. E isso como instituição financeira também. É um instrumento que nós temos, que ele é capaz de fazer essa transformação. E precisa da nossa ajuda. E precisamos da ajuda cada vez de mais pessoas, para que essa transformação aconteça e que seja uma transformação só voltada para o bem, só voltada para todos nós crescermos juntos.

Adriana: Eu acredito que a todas as pessoas, que ele cresça cada vez mais e continuando sempre vendo o associado como pessoa. E os associados sabendo que com o Sicredi, eles podem contar. Porque para um associado, seja qual ele, se ele for de qualquer classe social, ele se sente tão bem quando ele se olha. E é chamado pelo nome. Porque tem muitos bancos que chamam a gente pelo número. Então, ele fala assim, eu existo, eu pertenço. Eu acho que é se sentir pertencente àquele lugar.

Camila: A gente está chegando ao fim, então, do nosso episódio e a gente agradece muito pelas histórias compartilhadas. Agradecemos principalmente por vocês terem transformado o sonho de vocês, né, Mauro, como você contou para a gente, o sonho nessa realidade dessa cooperativa que a gente enxerga hoje, tão pujante e que faz tanta diferença na vida das pessoas, como fez na vida de vocês. Algumas histórias que vocês compartilharam aqui com a gente. Então, é emocionante de ouvir essas histórias. E a gente agradece muito pelo compartilhamento e por vocês estarem aqui com a gente e por fazerem parte da cooperativa. Então, agora, deixo um espaço para vocês fazerem o fechamento desse momento aqui com a gente.

Adriana: Eu agradeço o convite. Ficou bem de surpresa. E dizer assim, o símbolo do comitê é a borboleta. Para as mulheres que vão nos escutar, que a borboleta é a transformação, a metamorfose. Que você não tenha medo de sair do casulo. É dolorido você ter que rasgar o casulo, olhar o mundo aqui fora e sair. Mas é gratificante você vir para o mundo e olhar como o mundo tem coisas para você fazer. Coragem, força e muito, muito, muito amor para cada uma dessas mulheres que vão nos escutar nesse dia. Para vocês, muito obrigada.

Camila: Obrigada, Adriana.

José Mauro: Eu agradeço demais por ter sido convidado para esse momento. Hoje, a nossa vida é tão corrida que cada vez a gente tem menos tempo para muita coisa. E cada vez temos menos tempo para contar histórias. Até porque tem muitas pessoas que já não tiram tempo para ouvir histórias. Mas eu acho que esse trabalho que nós do Sicredi resolvemos fazer esse ano, Raízes, eu acho que não teria nome melhor para esse momento aqui, nos 35 anos da nossa cooperativa, de trazer o passado mesmo, de dar valor para isso. Afinal, se nós falamos de presente, se nós falamos de futuro, é com base em alguma coisa que já foi feita. Se nós chegamos até aqui, é porque alguém, algum dia, fez alguma coisa, senão não estaríamos aqui. Então, esse momento, para mim, como pessoa, é muito importante mesmo. Eu me sinto valorizado, me sinto feliz, me sinto realizado de poder estar contando um pouco da minha história e um pouco da história do cooperativismo aqui na nossa região, para as pessoas da nossa cidade, para todos os nossos associados e quem mais nos assistir, nos ouvir. Eu acho que isso é de extrema importância. As pessoas vão entender mais de cooperativismo, vão entender mais de cooperativa de crédito, vão aprender a dar mais valor para aquilo que é seu. A cooperativa é nossa, a cooperativa é de cada um. Então, nós temos que valorizar isso. E temos que valorizar também a história. Tem que valorizar a história, tem que olhar para trás. A baliza de trás só serve para alinhar da frente, o nosso presidente fala e é verdade. Mas, nesses momentos, nós temos que olhar para a história. Temos que dar valor para as pessoas. A gente gosta, eu ainda não tenho, espero ter netos. Mas eu vejo que meu falecido pai adorava contar a história para os meus filhos. E os meus filhos até hoje não esquecem do avô por causa das histórias que ele contava. Então, nós temos que contar a história do Sicredi. Isso tem que ficar vivo, esse trabalho que está sendo feito agora nos 35, tem que voltar a ser feito nos 40, mas tem que ser contado todo dia. Tantas histórias que vocês já aqui conversaram, ouviram pessoas aqui com histórias todas diferentes, mas uma mais importante do que a outra, uma mais legal do que a outra. É tão bonito de ver, né? A gente viaja para a Europa, tem gente que viaja para a China, traz de culturas milenares aí, para quê? Para olhar a história. E por que nós não damos valor para a história? Eu acho que tem que… Por isso que tem que contar, tem que deixar marcas. Então, por isso que esse momento é tão importante e eu me sinto tão feliz de estar participando dele. Obrigado pelo convite. Deus abençoe todos vocês, todos os nossos associados e todos que nos assistirem e nos ouvirem.

Bruno: E nós agradecemos. Nós agradecemos porque as histórias de vocês, e nós acreditamos muito nisso, vão inspirar muitas novas histórias. Então, muito obrigada mesmo, de coração, por esse momento aqui de compartilhamento.

Camila: E obrigado também a quem nos assistiu e nos acompanhou em mais um episódio aqui do Raízes. A gente já reforça aquele recado de sempre, que é importante o pessoal que nos acompanha, os nossos associados, acompanharem também através do site, né? www.sicrediouroverde35anos.com.br. Todos os episódios estão disponíveis por lá e também nas principais plataformas de podcast. No Spotify, no YouTube e também no site, reforçando então o Sicredi Ouro Verde. ouroverde35anos.com.br. Você pode acompanhar todos os episódios e também tem muitos outros conteúdos dos 35 anos por lá. Tem os episódios emocionantes na nossa série documental Raízes. Então, visite o site e acompanhe tudo o que a gente está fazendo nesses 35 anos da Ouro Verde. Tem muita história inspiradora para vocês ouvirem por lá.

Bruno: E agora, então, fique com a gente até a próxima semana, né? A gente espera todo mundo lá, né?

Camila: Todo mundo até a próxima semana, até o próximo episódio do podcast Raízes. Até lá.

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