No 5º episódio do Raízes Ouro Verde, mergulhamos na história da Sicredi em Cuiabá. Os convidados Ruy Nogueira Barbosa e Hermes Martins Cunha, sócios fundadores da cooperativa, compartilham suas experiências e desafios ao criar e desenvolver o sistema cooperativo na capital de Mato Grosso.
Eles contam como o cooperativismo surgiu como uma solução para os problemas financeiros enfrentados por pequenos empreendedores e como a Sicredi se tornou uma instituição financeira de confiança, oferecendo inclusão financeira e serviços em áreas onde outras instituições não estavam presentes.
A conversa também aborda a importância da expansão da Sicredi em Cuiabá, destacando a abertura de agências em bairros como o Distrito da Guia, e como isso impactou positivamente a economia local. Além disso, os convidados refletem sobre o legado que deixaram e como se sentem orgulhosos de terem contribuído para o crescimento da cooperativa.
TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 5
Camila:
Olá, seja bem-vindo a mais um episódio do nosso Raízes Ouro Verde. Esse é o quinto episódio em que nós estamos contando aqui boas histórias sobre os 35 anos da nossa cooperativa Sicredi Ouro Verde. Essa cooperativa está presente em 15 municípios de Mato Grosso e já conta com mais de 180 mil associados, né, Bruno?
Isso mesmo e olha, nós já falamos por aqui da história da cooperativa e a presença dela em alguns municípios, como por exemplo Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, São José do Rio Claro, e hoje aqui no estúdio nós trazemos a história da chegada da Sicredi, da cooperativa em mais um importante município da área de atuação da Sicredi Ouro Verde aqui no estado de Mato Grosso.
Camila:
E é um município muito importante mesmo hoje nós vamos falar sobre a nossa capital Cuiabá, o município onde hoje a Sicredi já tem a maior rede de atendimento de uma instituição financeira na capital. Importante, né Bruno?
Bruno:
Muito importante e assim, Camila, diferente dos outros episódios, a história de Cuiabá ocupa um espaço muito importante aqui no podcast Raízes Ouro Verde, por quê? Nos outros episódios dos outros municípios, por exemplo, nós falamos sobre a presença da cooperativa, o desenvolvimento local, mas hoje nós vamos falar de uma capital, de um estado com mais de 300 anos de história e que aí há quase três décadas tem o apoio da Sicredi.
Camila:
É isso mesmo, mas antes da gente começar a falar então sobre Cuiabá, sobre a cooperativa, eu vou trazer aqui um pouquinho de contexto da Sicredi em Cuiabá, um pouquinho de contexto dessa história.
A gente costuma dizer e a gente já falou em episódios anteriores que a Sicredi Ouro Verde é resultado da união de sete cooperativas. Dessas sete, quatro foram criadas em Cuiabá. A primeira instituição financeira cooperativa da Sicredi que foi criada em Cuiabá foi a Ministério Público, que foi fundada lá em março de 2001.
Um pouquinho depois surgiram então a Sicredi Engenharias em abril de 2002 e a Sicredi Farmácias em maio de 2002. Em 2004, Sicredi Engenharias e Sicredi Comércio se uniram para formar a Sicredi Empreendedores e mais tarde, já em 2010, Sicredi Empreendedores se uniu à Sicredi Centro-Norte, a cooperativa que a gente já contou a história dela, que foi fundada ali em Nova Mutum, e depois mais tarde então essa grande cooperativa de Nova Mutum se uniu à Sicredi Ouro Verde e hoje então somos esse resultado dessa união de sete cooperativas fundadas nesses municípios de Mato Grosso. Então é sobre uma parte importante dessa história que a gente vai conversar hoje, Bruno, com dois personagens importantes que foram sócios fundadores dessas cooperativas de Cuiabá.
Bruno:
Isso aí, olha só, com essa cronologia a gente já vê que tem muita história boa no episódio de hoje, por isso nós recebemos aqui no estúdio do Raízes Ouro Verde o Ruy Nogueira Barbosa e o Hermes Martins Cunha, eles que são sócios fundadores da Sicredi em Cuiabá. Eles vão se apresentar e vão explicar um pouquinho da história deles. Sejam muito bem-vindos, Ruy e Hermes, ao nosso Raízes Ouro Verde.
Hermes:
Nós queremos agradecer a esse chamamento que houve por parte da Sicredi Ouro Verde para que nós aqui estivéssemos para relatarmos aquilo que foi mais importante, que foi a constituição de nossas cooperativas lá na capital do estado de Mato Grosso, Cuiabá. Nossa querida Cuiabá, como você já bem disse aí, uma capital com mais de 300 anos e que à época, infelizmente, ainda não tínhamos uma cooperativa do sistema Sicredi aqui em Cuiabá.
Ruy:
Só tenho que agradecer a vocês a possibilidade de estar presente e de, viva voz, dizer o porquê de que hoje estamos aqui. Haja vista que, salvo o melhor juízo, fizemos história e nada melhor do que contar e dizer por quem vivenciou. É isso mesmo, queremos ouvir essas histórias. Isso aí.
Camila:
Como a gente começa então? Vamos começar trazendo e resgatando um pouco mais da história de vocês antes mesmo dessa chegada na constituição, na fundação dessas cooperativas tão importantes para Cuiabá. A gente quer saber quem é o Ruy e quem é o Hermes. De onde o Hermes veio? De onde o Ruy veio? Como vocês chegaram em Mato Grosso? Com o que trabalham? Vocês já são daqui de Mato Grosso, né? Já são matogrossenses. Com o que trabalham? Conta um pouco da história para a gente.
Hermes:
Muito bem, eu sou nascido no que hoje é Mato Grosso do Sul, mas antes era Mato Grosso, que era o único estado. Eu nasci na cidade de Rio Brilhante, próximo a Campo Grande, que é a capital de Mato Grosso do Sul, e próximo a Dourados. Vim para Cuiabá no ano de 1963.
Em 1963, eu vim como um representante comercial de um laboratório, no qual eu tive a oportunidade de conhecer praticamente todo o estado, hoje Mato Grosso, que é esse Mato Grosso nosso aqui, que é a beleza do Brasil, que é o estado que mata a fome do mundo todo, podemos dizer, a potência que temos. E, chegando em Cuiabá, viajando pelo estado de Mato Grosso, inclusive, eu tive a oportunidade de conhecer todos os municípios da época. Hoje, não, porque hoje são mais de 140 municípios, mas na época nós tínhamos aqui 70 e poucos municípios ao todo.
E Mato Grosso era muito pequeno ainda, em questão de cidades. As cidades eram muito distantes umas das outras. Basta dizer que você saía de Cuiabá para vir aqui em Lucas, porque Lucas não existia, estava começando o Sinop. A gente saía de Cuiabá, vinha até Lucas, que era um dia de viagem, dormia aqui, na beira tinha uma pensão, que eu tentei me lembrar o nome da pensão, do senhor que era proprietário da pensão, infelizmente, me foge da memória nesse momento. E, no dia seguinte, a gente chegava até Sinop, que nem estrada tínhamos, era picada na mata que a gente andava por aí. Muito bem, depois de alguns anos, em 1977, eu me estabeleci na cidade de Cuiabá, na nossa capital.
Me estabeleci no segmento farmacêutico, com duas farmácias, nas quais eu trabalhei até 1999. Aí me aposentei, saí do segmento, abandonei, vendi as farmácias, mas continuei lutando pelo segmento, porque sempre gostei muito do segmento farmácia. E surgiu a ideia, em 2001, que a gente precisaria trazer alguma coisa para favorecer o segmento farmacêutico.
Surgiu a ideia, então, de constituirmos uma cooperativa. E, nessa constituição da cooperativa, fomos convidados para visitar o sistema Sicredi, lá em Porto Alegre. E eu me desloquei, eu e mais um companheiro, fomos a Porto Alegre, ficamos conhecendo os sistemas, e viemos de lá bastante empolgados com a criação, constituição, então, da cooperativa.
E decidimos, então, que iríamos constituir uma cooperativa do sistema, porque a época era segmentada. As cooperativas poderiam ser constituídas desde que fossem segmentadas, como todas as demais cooperativas da época.
Isso foi em 2001. E realizamos, então, a primeira assembleia em 2001, no final de 2001. E constituímos, com grande dificuldade, porque na época, também em Cuiabá, foi aberta uma cooperativa.
E essa cooperativa, infelizmente, veio a falir. E é onde os sócios da cooperativa, os associados, tiveram que bancar com alguns custos que, na época, não foram pequenos. Então, tive, inicialmente, uma grande dificuldade para constituirmos 20 associados para fundar essa cooperativa. É porque era desacreditado o sistema de cooperativismo. E abrimos, constituímos a cooperativa, e, em maio de 2002, fizemos a primeira autenticação da nossa cooperativa do sistema farmacêutico de Cuiabá.
Esse aí foi o início da nossa cooperativa. Quando já tínhamos mais duas
cooperativas que, recentemente também, haviam sido instaladas em Cuiabá. Que era o sistema do CREA, que é da engenharia, e mais o Ministério Público, do qual o meu amigo, companheiro Ruy, pode muito bem descrever.
Camila:
Ruy, mas antes, acho que já vamos falar também da história dessas cooperativas lá adiante. O senhor já trouxe uma boa parte dessa história. Mas, antes, a gente também quer ouvir sobre as suas raízes. Como são as suas raízes aqui e o seu vínculo com o Mato Grosso?
Ruy:
Bom, eu sou fruto do amor. E, acima de tudo, eu acho que do empreendedorismo. Porque os meus avós paternos vieram da Bahia a pé: São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Poxoréo. A minha mãe é de Aparecida de Goiânia. Também, com muita dificuldade, chegou até Poxoréo.
Sou filho único. Para mim, é um mais que orgulho dizer isso. E, acima de tudo, dizer que eu sou de Poxoréo. A capital dos diamantes que brilha nos meus olhos. E, dentro do que diz respeito ao cooperativismo, quando eu fui fazer segundo grau interno em São Vicente, montamos a primeira cooperativa de estudantes do Estádio Mato Grosso, da qual eu fui secretário. Posteriormente, voltei para Poxoréo, vim para Cuiabá estudar, dentro de um quadro que poderia pintar como de dificuldades.
Muito pelo contrário, acho que foram escalas, foram degraus que Deus colocou para que eu galgasse. Tive a oportunidade de ser contratado como jurídico do CREIA, na época da administração do professor Ainabil Machado Lobo. Posteriormente, com um grupo de pessoas de quilates altíssimo, como Sátiro Paul Moreira de Castilho, Jair de Freitas, Péricles Baisseria Schmidt, Waldemar de Abreu, Luiz Benedito de Lima Neto, Edir Cunha de Moraes, montamos a nossa cooperativa, da qual, a princípio, eu fiquei como conselheiro fiscal.
E, no evoluir das tratativas daquele empreendimento, fomos orientados e muito bem orientados a fazer uma fusão onde fundimos com o Sicredi Comércio, ou melhor, que era o Sicredi Farmácia. Posteriormente, tornamos Sicredi Empreendedores. Um ponto que acho bacana de ser dito é que a nossa primeira gerente foi Magali Spenthoff, que conviveu, viveu e, acima de tudo, vivenciou o grande princípio, onde não tínhamos estrutura financeira suficiente para ser atrativo.
Então, o que a gente vendia era o quê? Era a nossa vontade. Vendíamos o nosso nome, vendíamos a seriedade. E, salvo o melhor juízo, deu resultado. Tanto que hoje estamos aqui. Isso mesmo.
Bruno:
Mas vamos voltar um pouquinho lá, então, nos anos 2000, naquele momento em que estavam se pensando a criação dessas cooperativas.
Se a gente for olhar para Cuiabá, já uma cidade estruturada, qual era o que se via de necessidade de vocês, em dois segmentos diferentes de atuação, de ter uma instituição financeira própria? Qual era essa necessidade? Por que se fez importante ter uma instituição financeira própria? Acho que cada um dos dois pode responder à sua maneira, à sua realidade.
Ruy:
Como, dentro do sistema, fundou-se a cooperativa de crédito das engenharias, que era centralizada no CREIA.
Ora, nós sabemos que as engenharias demandam um recurso financeiro considerável. E o sistema financeiro, posto e em plantão, no momento, quer seja, quando da fundação nossa, 2001, 2002, até hoje, o sistema financeiro visa exclusivamente o lucro. Precisavam de alguma coisa um tanto quanto diferente, que ofertasse a disponibilidade financeira e, acima de tudo, fizesse parte do empreender na condição de engenheiro.
Não basta apenas os números. Tinha que ter um apoio. Tinha que ter este apoio, esta ponte entre o ter e o ser.
E eu vejo que aí é que foi um grande gancho para que fundássemos, para que erguéssemos, tijolo por tijolo, a chamada Sicredi Engenharias.
Helmer:
Muito bem. Realmente, o que acontecia à época? Estavam começando a chegar em Cuiabá as grandes redes de drogarias.
Então, as pequenas farmácias que nós tínhamos em Cuiabá, no estado todo de Mato Grosso, tinham uma grande dificuldade com o crédito, porque os juros altíssimos da época. Então, falamos que tínhamos que achar uma maneira para enfrentarmos essa chegada de grandes empresas que estavam vindo de São Paulo, de Brasília, de Goiás, Rio de Janeiro, Minas. Estavam chegando e a gente, então, achou por bem que tínhamos que achar um caminho.
E o caminho qual era? O cooperativismo. E aí é que surgiu essa ideia de procurar algo que pudesse dar um fôlego maior para esses empreendedores do comércio farmacêutico. Nós constituímos a cooperativa e, nesta cooperativa, funcionamos por dois anos, segmentada, no segmento farmacêutico, e depois, então, que ela abrangeu, que teve aquela abertura toda e onde nós tivemos a oportunidade de dar uma abrangência maior para os segmentos do comércio em geral.
E depois veio, então, a união da cooperativa, que criou-se, então, a Empreendedores, onde era a CREA, e mais a SICREDI de Comércio Farmacêutico também. E isso daí, então, nos deu um fôlego maior porque conseguimos um certo recurso maior, condições melhores de descontos de seus títulos e tudo mais.
Camila:
O senhor Ernst estava contando antes que vocês foram buscar inspiração, foram conhecer as cooperativas lá no Rio Grande do Sul, lá em Caxias do Sul.
Em Caxias do Sul. Aqui, em Mato Grosso, nós já tínhamos também alguns exemplos de cooperativas dando certo. Como isso contribuiu para que vocês entendessem qual era o modelo que funcionaria para a criação das cooperativas de vocês?
Helmer:
No caso da SICREDI de Comércio Farmacêutico, o que vocês procuraram na época era um sistema que atendesse às necessidades específicas do segmento. Existiam dois sistemas em Mato Grosso, mas o primeiro não oferecia muitas opções. Então, vocês procuraram o Sicredi, na Central Sicredi, e eles deram a oportunidade de visitar cooperativas em Porto Alegre e principalmente em Caxias do Sul. Lá, havia uma cooperativa já ligada ao comércio em geral, que serviu de modelo para a criação de uma cooperativa segmentada, como a que vocês planejavam.
Essa experiência foi fundamental para entender como o modelo cooperativo poderia ser adaptado às necessidades locais em Mato Grosso, especialmente em Cuiabá. A visita às cooperativas no Sul do Brasil mostrou como o cooperativismo poderia ser uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento local, oferecendo soluções financeiras mais adequadas às realidades dos pequenos empreendedores e das comunidades.
Ruy:
Especificamente com relação à sua pergunta, Camila, as engenharias, quando, na fundação da nossa cooperativa, buscamos exclusivamente segurança, critérios e transparência. O Sicredi descortinou tudo que a gente, naquele momento, tinha como objetivo maior, porque pensávamos em criar algo não para aquele grupo de pessoas que estava ali compondo e se predispondo a fundar a cooperativa, mas que tivéssemos uma cooperativa por muito tempo, auxiliando e, acima de tudo, injetando credibilidade nas engenharias.
Camila?
Na visão de vocês, então, já era para ser uma instituição que contribuiria por muitos anos… E se tornaria isso que a gente está vendo hoje? Sonhavam com essa grandeza?
Ruy:
Com essa grandeza, não, mas sonhávamos com a perenidade, com uma coisa plantada para termos frutos.
Esses frutos vieram. Ocorre que eles vieram embaciados, vieram bem abundantes.
Bruno:
Quando a gente fala do porquê, da necessidade, o que era visto na época, a gente está falando de quais eram essas necessidades, para a gente exemplificar realmente.
Ruy:
Posso te adiantar, Bruno, como necessidade, como o Hermes já disse, custo.
Bruno:
Boa.
Ruy:
Na época, nós víamos a inflação. Então, haveríamos como… E visualizávamos como possível saída algo que reduzisse o custo, que aumentasse a eficiência, e, acima de tudo, que retornasse para aquele que fazia tais investimentos. E somente através do cooperativismo que tínhamos essa única saída.
Dentro do sistema financeiro, eu, particularmente, não visualizava.
Camila:
Agora, eu queria que vocês contassem um pouquinho mais daquele início, logo após a criação. Então, 2001 até 2002, começar a funcionar.
Como foi aquele início? Como foi estruturar uma instituição financeira do zero? Como foi convencer as pessoas? Como foi começar a prestar serviços? Quanto tempo levou para que vocês realmente começassem a atender as necessidades daquelas pessoas que estavam acreditando naquele sonho?
Ruy:
Ok. Se me permite… Eu vou falar um pouco da engenharia. O engenheiro, ele é cartesiano. Dois mais dois, quatro. Dois vezes dois, quatro. Eu quero fazer e ver o resultado.
E, nesse sentido, como tínhamos um projeto de médio e longo prazo, ele gostaria de ver e ter já visualizável aquilo que ele poderia ter. Entretanto, nós não tínhamos disponibilidade financeira. E fazer o quê? Nós tínhamos a necessidade de trazer pessoas que, acima de tudo, vendessem credibilidade.
Este foi, no meu entendimento, o grande capital de giro que tínhamos. Vendíamos seriedade. Vendíamos e entregávamos seriedade.
Tanto que, quando da fusão, nós aumentamos significativamente em escala. E, principalmente, quando da fusão posterior, por parte da Sicredi de Ouro Verde, que foi hoje e que é hoje esse resultado, quero crer que alguns pequenos tijolos do que hoje somos foram lá de trás vendendo essa credibilidade. Vendendo nome.
E, acima de tudo, dando resposta a todo e qualquer questionamento. Transparência.
Hermes:
Veja só vocês. O que acontecia na época? Juros exorbitantes. Então, distribuidoras de medicamentos, que também estavam envolvidas, elas tinham grande dificuldade para descontar suas duplicatas por causa dos juros que os bancos cobravam.
Absurdo, não é? E, então, migraram para o sistema nosso, a Sicredi de Ouro Verde, que houve essa facilidade. Juros menores à época. Como nós tivemos essa grande dificuldade na abertura, em virtude da outra, um sistema de cooperativa que havia sucumbido lá em Cuiabá, mas trabalhamos aquilo ali, a credibilidade.
Algumas cooperativas, o caso do Creia, da engenharia, ela tinha uma grande vantagem, porque o Creia era uma instituição constituída, é uma autarquia pública federal. Pública federal, que tinha muita credibilidade. E o nosso segmento, ao contrário. Nós tínhamos apenas um sindicato. Um sindicato de farmácia, apenas, que foi o que ela bancou. Mas não tínhamos sede, nada.
A gente trabalhava numa sala. Uma hora dentro da minha farmácia, outra hora a gente procurava uma federação para abrigar e tal. E lá, então, nós tivemos a oportunidade de fazer, como já disse, a primeira autenticação, porque naquela época também constituía-se uma cooperativa, mas você tinha um prazo para colocá-la em funcionamento.
E o prazo se expirava no mês de maio, foi dia 2 ou dia 3 de maio de 2002, em que a gente tinha que pôr a cooperativa em funcionamento. E nós não tínhamos ainda nem espaço. Onde foi feita a primeira autenticação do documento? Foi na central que funcionava ali, hoje é a Avenida do CPA, que funcionou aquele prédio ali.
Então, ali que funcionava. Era a Magali, que o Ruy já citou, teve a oportunidade de citar. Foi feita lá a primeira autenticação, que foi conta de água, de luz, não me recordo agora qual foi.
Então, aí começou a funcionar. Aí vamos montar a sede da cooperativa. Onde vai funcionar a cooperativa? E procuramos um espaço aqui, outro ali, e encontramos aquele espaço lá onde começamos.
E começamos com três funcionárias que nós tínhamos na cooperativa. Na cooperativa, o espaço era muito amplo, um espaço que o Ruy conheceu, era um espaço bastante amplo, mas a gente começou… Não dava 40, 50 metros quadrados, que começamos a funcionar. Uma caixa ali, a gerente, que era a Magali, e ali começamos.
Mas logo, graças à credibilidade que houve, à vontade de crescer, àquela semente que havia plantado e que estava germinando muito rápido, tivemos que ampliar. Fomos adentrando aquele prédio ali, que era um prédio de quase 200 metros quadrados, quando a cooperativa ainda funcionava ali.
E ali, então, nós começamos, e depois foi crescendo, crescendo, crescendo, graças a Deus, e depois veio a fusão, então, que veio trazer essa pujança toda aí de cooperativismo.
Camila:
E vamos falar sobre essa primeira fusão, então, quando as duas cooperativas segmentadas, então, né, Engenharias e Comércio, fizeram, então, essa primeira união. Como foi? Qual foi a motivação? O que mudou já de início? Ou quem se via de mudança, num médio, longo prazo?
Ruy:
A princípio, nas engenharias, houve uma certa resistência. Isso é público notório, não tem como dizer que não, houve, sim, uma certa resistência. Entretanto, com a intervenção da Central, com as explicações quanto à necessidade de união, no sentido de crescimento, no sentido de ganho de escala, no sentido de redução de custos, foi perfeitamente debatido e aprovado por unanimidade. A partir do momento que houve essa fusão, essa união, não só passamos a ter e manter o espaço que tínhamos, como passamos a ter um novo espaço de recepção, de atendimento e tudo mais, além do ganho em escala, que, para mim, foi fundamental.
Ainda assim, a cooperativa ainda era deficitária, e somente com o aporte, com a vinda de novos associados e de novas condições, que deu-se a viabilidade econômica e financeira para atingir o ponto de equilíbrio e também passar a ter os resultados, as sobras.
Hermes:
Então, foi isso que ocorreu após a fusão das cooperativas, do sistema. Então, houve esse crescimento. O número de associados cresceu já no primeiro momento da fusão, porque juntou comércio, Creia. Então, já houve ali um crescimento muito grande de associados. E, nesse crescimento, a cooperativa… Mas, mesmo assim, a cooperativa ainda tinha dificuldade, como já foi dito no início aqui, da cooperativa anterior, do outro sistema, que era um sistema próprio, criado lá em Cuiabá, que havia falido, faltava muita credibilidade ali.
Cuiabano é muito desconfiado. Então, ele não queria… Demorou um pouquinho para acreditar. Demorou. Foi com o tempo que foi. Tanto é que o início, os primeiros anos das cooperativas, elas eram deficitárias. Por exemplo, as assembleias. Pra gente fazer uma assembleia, hoje eu vejo a facilidade que tem. Pra fazer uma assembleia, você tinha que sair de associado em associado, chegar lá e falar, olha, assembleia, tem que ir, tem que ir lá, tem que… E muitos, às vezes, falam, não, pode contar que eu vou… Chegava na hora, não aparecia. Aparecia 20, 30 associados em uma assembleia. Então, era muito difícil na época.
Camila:
E, nesse momento, a gente ainda estava falando de cooperativas segmentadas. Segmentadas. Em que momento, então, que houve essa mudança para se tornarem, então, cooperativas de livre admissão e que houve, então, a expansão para que mais pessoas pudessem fazer parte desse movimento?
Ruy:
Quero crer que, a partir do momento que tivemos uma aproximação com a central e houve a viabilidade de deixarmos de ser segmentada, quero crer que aí foi o grande, a virada de chave. Não só para engenharias, não só para o comércio, mas para o sistema cooperativo brasileiro.
Camila:
Porque daí a gente conseguiu levar o cooperativismo para mais gente que até então não podia fazer parte.
Ruy:
Eu diria até o seguinte, Camila, não seria nem levar para mais gente, seria levar para aquele que estava excluído do sistema financeiro. Porque, para o sistema financeiro, me interessa se você me dá lucro, se não, está fora. Para a cooperativa, é o contrário. Me interessa você. O resultado financeiro é decorrência daquilo que nós podemos trocar. Eu te ajudando e você ajudando a sua cooperativa, ajudando o seu empreendimento.
Bruno:
Vamos mudar um pouquinho? Vamos falar um pouquinho de economia também? Eu acho que é interessante, quando a gente fala de Cuiabá, que ela é uma das capitais que mais se desenvolvem economicamente no país. Cuiabá tem esse destaque hoje em dia justamente pela nossa realidade de um estado conhecido como Estado de Mato Grosso. Como que a cooperativa, a gente pensando nisso, a gente está falando de um município de uma região que gera renda, que gera empregos, gera renda para milhares de famílias lá do município de Cuiabá.
Como que a cooperativa contribuiu, falando aí de um pós, quando a gente deixou de trabalhar com segmentos, como que ela contribuiu para o desenvolvimento, para os resultados das famílias, dos trabalhadores, pensando lá naquele começo? O senhor mesmo comentou que foi abraçar, foi abrir espaço para quem não tinha, para quem não estava dentro de uma instituição financeira. Como que isso desenvolveu para quem trabalhava, para quem precisava?
Ruy:
Bom, penso eu, Bruno, que a partir do momento, como eu disse, na virada de chave, você sair da cooperativa segmentada para uma cooperativa de livre admissão, você abriu as portas do sistema financeiro para todos aqueles que estavam fora, aqueles que não interessavam aos agentes financeiros de plantão. Em Assim Sendo, Mato Grosso, na condição de, hoje, celeiro do mundo, tudo passa pela capital.
As grandes decisões estão na capital. O centro financeiro do estado de Mato Grosso está na capital. E, nesse sentido, Sicredi, mais uma vez, ao meu ver, ao meu ver, não perguntei isso para ninguém da administração.
Se eu estiver errado, vocês me corrijam. Eu não digo navegando contra a corrente. Muito pelo contrário.
Eu acho que ele está na corrente, entretanto, ele não está no meio do bolo. Ele está um tanto quanto à margem, mas sem perder esse fluxo. O Sicredi, hoje, traz para dentro do sistema financeiro aquele que continua na periferia.
Ao ponto que, hoje, em Cuiabá, nós temos pontos de atendimento onde o sistema financeiro não interessa. Só o Sicredi está. E isso é muito mais do que ser sistema financeiro.
Isso é fazer o social que o próprio estado, por vezes, deixa de fazer e o sistema financeiro não interessa. Entretanto, isso começa a despertar eu não digo ganância, mas o olhar do sistema financeiro ao ponto que, hoje, somos referência a nível de país como parte do sistema financeiro. E isso incomoda.
E esse incômodo eu quero sempre estar dentro dele. Se a gente olhar lá para aquele momento que a gente teve a fusão das cooperativas da capital com essa cooperativa da centro-norte no interior que, então, ganhamos escala. Se tornou uma cooperativa maior.
Vocês perceberam, rapidamente, também, uma mudança na forma como a cooperativa Sicredi começou a poder atuar em Cuiabá? Quais as possibilidades maiores de expansão como você está citando, Ruy, de abrir mais agências, estar em mais localidades da capital? Vocês perceberam essa expansão?
Hermes:
Sim, sem dúvida nenhuma. Porque a gente sempre acreditou muito no cooperativismo. Então, o que ocorre? O que acontecia à época aqui, por exemplo, era tudo demandado para Cuiabá. Porque Cuiabá era a capital. Aqui não tínhamos à época até algumas rodovias com dificuldade, a produção que girava aqui. Onde é que ela ia? Onde se gastava o dinheiro? Era em Cuiabá.
Porque aqui tinha muita ainda deficiência de comércio. O comércio ainda era um pouco primitivo, muito fraco ainda. Então, aquilo que se produzia no campo terminava gerando riqueza lá em Cuiabá. E aí foi a grande oportunidade que tiveram as cooperativas no crescimento. Porque aí começou a haver essa migração de recursos nas cooperativas. E que houve esse desenvolvimento, esse crescimento.
E como cresceu em todo o estado de Mato Grosso e principalmente essa região aqui, que é uma das maiores regiões produtoras de grãos, isso aí fortaleceu as cooperativas de um modo geral. Então, a economia de Cuiabá também ela dependeu muito e depende ainda muito do cooperativismo.
Eu vou dizer para você que hoje os recursos girados nas cooperativas de Cuiabá, que hoje são umas 15 ou 16 agências, não me recordo agora do momento. Todas elas, eu acredito que estão dando superávit, receitas, sobras volumosas até. Isso aí então vem mais uma vez fazer com que essas pessoas associadas lá passem a acreditar mais no cooperativismo.
Camila:
Ruy, alguma contradição?
Ruy:
Não, a contribuição seria que, no sentido de que ao se descentralizar, ao desconcentrar pontos de atendimento, você está trazendo não só para o mercado financeiro, mas você está falando para o cidadão, você está falando para a pessoa jurídica e microempreendedor, para o empreendedor individual. Venha, eu posso te ajudar. Venha crescer comigo.
E eu vejo que o resultado está sendo muito positivo. Onde não tem ninguém, eu, cooperativo, estou aqui. Conte comigo.
E este resultado é mais do que palpável. Posso dar um exemplo?
Camila:
Claro.
Ruy:
Vamos lá.
Distrito da Guia. Distrito da Guia tão velho quanto Cuiabá. Está a 25 km de Cuiabá. Tem pessoas que saem da Guia para ir em Cuiabá e receber o salário. O benefício. O benefício. O BPC, a aposentadoria de um salário mínimo. Ora, para ele sair da Guia para ir a Cuiabá, ele vai gastar no mínimo 30 reais. É pouco? É pouco para quem tem muito. Para quem tem pouco, é muito. E o Sicredi hoje está aqui dentro. Hoje nós trabalhamos dando para a população não apenas a possibilidade de ele fazer transações financeiras.
Não. Não é isso. O grande resultado, aos meus olhos, é a possibilidade dele falar, eu tenho onde fazer a minha transação. Inclusão financeira, né? A grande sacada é essa. Ele fazer parte. Ele se sentir pertencente. Quero crer que é isso.
Bruno:
Agora, falando sobre momentos marcantes. Momentos que impactaram a vida de vocês, enquanto pessoas que viram tudo o que aconteceu. A gente tem como exemplificar aí alguma coisa, alguma história, algum momento que vocês viram enquanto membro da comunidade, enquanto profissional das áreas que atuam, e que traz um sentimento bom, aquela lembrança de “estamos aqui, fizemos parte disso”.
Hermes:
Sim, as histórias são muitas. Quando constituímos a cooperativa, tivemos alguns, vamos dizer, eu poderia até dizer embates.
E eu me recordo que um associado, hoje ele ainda continua associado, ele falou: “Hermes, eu vou me associar, mas eu não quero nem visitar essa cooperativa. Porque eu não acredito em cooperativa.” Eu falei: “Mas ele é um associado até hoje e movimenta bastante na cooperativa.” Depois ele ficou fã da cooperativa. Eu acredito que hoje ele ainda deva trabalhar com a cooperativa em mais de 50% dos negócios dele. Porque ele tem uma atividade bastante forte em Cuiabá.
E ele falou: “Eu vou me associar e tal, mas não quero nem entrar na cooperativa. Não quero nem ir lá conhecer.” Falei: “Não, mas tem que ir lá, um dia ir lá, vai nos fazer uma visita.”
Passado mais de um ano, ele foi um dia na cooperativa. Chegou lá e falou: “Olha, porque nós já tínhamos ampliado, como eu disse anteriormente, nós trabalhava num espaço de 50 metros no máximo. E já tínhamos ampliado, já estava com mais ou menos uns 100 metros de área. Já tínhamos lá uns 10 funcionários, talvez. Estava crescendo rápido.” Aí ele viu e falou: “Agora eu acredito na cooperativa” e passou então a trabalhar com a cooperativa.
Porque ele somente associou na época e não ia na cooperativa e não queria mesmo trabalhar. Mas, enquanto ele não foi lá, não viu a estrutura que a gente estava montando, que já havíamos montado, aí ele passou a trabalhar. Então, são coisas que ele acreditou, só vou acreditar se eu ver.
Bruno:
Trazendo para a nossa realidade atual, como que vocês veem que a comunidade e que os moradores de Cuiabá recebem a Sicredi hoje? Hoje em dia, com essa expansão, já foi dado o exemplo da agência da Guia, que é muito importante para a região, mas no dia a dia, como que a Sicredi está presente? Hoje é mais fácil falar da Sicredi em Cuiabá?
Ruy:
Ora, hoje a Sicredi é uma marca. Hoje a Sicredi, ainda que tenhamos cooperativas, cada um com seu CNPJ, mas ela tem é mais do que uma marca. E essa marca vende credibilidade.
É como você vai numa lanchonete e pede uma Coca-Cola. Você abre, põe na boca e toma, porque você sabe que ali dentro tem Coca-Cola. Quando o camarada vai lá e abre a conta, ele sabe que ali tem seriedade, que ali tem a Sicredi.
Isso somente com resultados se atinge? Não. Além dos resultados, você tem que ter postura, você tem que ter transparência, você tem que ter participação. E assim eu vejo que essa marca é mais do que uma marca. É um atestado de qualidade.
Hermes:
O Sicredi, a gente pode dizer, é uma família. É uma família, porque a gente observa ali em Cuiabá, apesar de eu já estar afastado há 10, 12, 15 anos, que eu já não participo mais da diretoria. Simplesmente criamos a cooperativa e depois, em 2010, eu já saí, deixei, mas continuo associado. Vejam só vocês. Minha família associada, eu, tem três filhas que são associadas e a minha esposa, quando era viva, também era associada.
Só da minha família. Não convidei irmão, sobrinho, cunhado, cunhada, tio, ninguém, para não misturar. Falei, a minha família, eu sou o responsável. Eu sou o responsável. Então, eu acredito na cooperativa e quero que vocês também. Tanto é que eu tenho filhas que moram no exterior e são associadas do Sicredi.
Elas moram na Alemanha e o movimento aponta aqui em Cuiabá. Incrível que pareça. Até hoje, continuam associadas. E querem crescer. Se elas retornarem para o Brasil, a ideia é essa, uma, né? Continuar associadas. Elas fazem os depósitos, transferência, pix, porque lá na Alemanha não existe pix.
Mas elas de lá, elas pagam conta aqui, recebem aqui tudo. Então, eu acho que é uma grande família. Eu digo que o sistema Sicredi é uma família unida. Isso é que é a verdade.
Camila:
E acho que para a gente ir se encaminhando já para o fechamento, quero fazer uma pergunta para vocês de como que vocês se sentem, então, ao serem reconhecidos hoje como associados fundadores do Sicredi em Cuiabá. Como que vocês se sentem por terem ajudado a plantar aquela sementinha que hoje é, então, essa nossa grande Ouro Verde, com essa presença tão importante na nossa capital que a gente enxerga hoje?
Ruy:
Eu, particularmente, me sinto privilegiado, porque eu tenho histórias para contar. E só isso basta? Não. Eu tenho dados para mostrar que eu fiz. Ninguém apaga. Quero crer que os filhos dos filhos dos meus filhos um dia vão falar: “Meu tetravô teve aqui, ele fez.” Para mim é tudo.
Hermes:
É, isso daí é importante, não? A gente, às vezes, pensa assim, né? Poxa, uma cooperativa, pô, como é que eu fui? Eu estava num segmento de farmácia e, de repente, um sistema financeiro. Querer criar um sistema financeiro. Por quê? Então, isso aí, hoje, eu me sinto também, apesar da idade e tudo, mas já me sinto um homem realizado.
Porque tive oportunidade, eu saí de um segmento, entrei no outro segmento, graças a Deus está aí hoje, cresceu como vocês todos são testemunhas. E, então, é um momento fora de série, assim, que a gente pode dizer eu, já disse, eu me sinto um homem, um velho realizado, sabe? Porque não é fácil chegar numa idade em que eu estou e, graças a Deus, tem aí um nome limpo aí, em todos os segmentos que eu já atuei e continuo aí na expectativa de dias melhores para o cooperativismo. Eu sei que o crescimento, ele é iminente, é uma semente que plantou-se e ela germina muito rápido, cresce muito rápido e produz bons frutos.
Camila:
Que continue crescendo, né? Vocês querem deixar mais alguma mensagem, Ruy?
Mensagem final aqui para os nossos ouvintes?
Ruy:
Não, não, não, nem mensagem final, eu me esqueci de um nome, de citar lá no de trás, que é Hésio Calabria. Também foi fundador do mesmo… Gente de primeiríssima qualidade. Foi fundador, foi secretário de Estado e teve com a gente desde a fundação.
Camila:
Então, em nome deles, vamos agradecer todos esses fundadores, né?
Ruy:
Só tenho a agradecer a oportunidade que Deus me deu de fazer parte disso e ainda de estar presente, quer seja como coordenador de núcleo, mas que para mim, Ruy, o grande cargo que eu tenho dentro da cooperativa é que eu sou cooperado.
Camila:
Associado que acredita, que movimenta e que leva mensagem do cooperativismo. Bruno, a gente adora ouvir essas histórias. A cada episódio a gente fica mais feliz de poder resgatar um pouquinho dessas histórias, poder ouvir associados, fundadores que contribuíram tanto para a chegada da cooperativa nessas diferentes cidades onde a gente está contando. E no caso de vocês, queremos agradecer muito por terem vocês, então, como eu disse antes, plantado essa sementinha do Sicredi lá em Cuiabá que hoje está dando tantos frutos e que tem ainda um futuro ainda mais promissor, a gente enxerga todo esse crescimento que vem ainda acontecer em Cuiabá. Então, muito obrigada pela participação de vocês aqui com a gente, mas também por toda essa contribuição para a nossa cooperativa.
Ruy:
Camila, eu do fundo do coração não só agradeço, mas acima de tudo digo que estamos no mesmo barco e temos um timoneiro. Esse barco vai para onde nós remarmos. Temos muitos portos pela frente, mas até agora não chegamos no porto em que nós definimos qual haveríamos de chegar.
Todos remando para o mesmo lado, sentido e direção, esse barco vai muito mais rápido.
Camila:
E vai longe.
Ruy:
E vai muito longe. Muito longe.
Bruno:
35 anos que foram e que vêm mais 35 e muito mais aí pela frente, né? Camila, vamos lá para os nossos, para quem está nos assistindo, para quem está nos ouvindo nas principais plataformas de podcast. Nós também agradecemos por acompanhar mais esse episódio, nosso quinto episódio aqui do Raízes Ouro Verde.
Você já sabe que ele fica disponível, pode ser compartilhado, pode ser comentado e a gente gosta realmente dessa participação, dessa interação.
Camila:
Quem gostou, então compartilha, comenta, manda os nossos episódios aí para os amigos, para outros associados também acompanharem um pouquinho dessa nossa história. E todos os episódios estão disponíveis em secredouroverde35anos.com.br e lá também você encontra vários outros conteúdos sobre os 35 anos da nossa cooperativa, então acompanhe por lá.
Bruno:
Semana que vem tem mais, hein? Esperamos vocês.
Camila:
Até lá!
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