Neste episódio do podcast “Raízes Ouro Verde”, Jair Kaufmann e Oswaldo Machado de Oliveira, fundadores da cooperativa RioCred, compartilham suas histórias e experiências na criação da cooperativa em São José do Rio Claro (SP). Eles exploram os ciclos econômicos da região, desde a borracha até a agricultura e pecuária, e como esses fatores influenciaram a necessidade de uma cooperativa de crédito local. A conversa destacou ainda os desafios enfrentados e como a RioCred se tornou uma peça-chave no desenvolvimento econômico da região, integrando-se posteriormente à Sicred Ouro Verde. O episódio é uma jornada emocionante através da história e do cooperativismo em São José do Rio Claro (SP).
TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO 4
Camila:
Olá, bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast Raízes Ouro Verde. Esse é o nosso espaço onde nós contamos o desenvolvimento da nossa cooperativa e todo o trabalho que já foi realizado através do cooperativismo. Por aqui, a gente está falando dos últimos 35 anos da Sicredi Ouro Verde. E para contar essa história, não tem como a gente não contar um pouco da história de cada uma das cooperativas que formaram a Sicredi Ouro Verde. No segundo episódio, nós falamos sobre a Credilucas. No terceiro episódio, nós falamos sobre a Credimutum. E hoje, nós vamos falar sobre mais uma cooperativa que fez parte dessa história e hoje integra a Sicredi Ouro Verde, que é a Riocredi, fundada lá em São José do Rio Claro.
E para isso, a gente está recebendo dois personagens muito especiais dessa história, né, Bruno?
Bruno:
Com certeza, dois personagens que fizeram parte dessa história e hoje vão trazer aquelas boas histórias que a gente já está esperando aqui para compartilhar com os nossos associados. Por isso, nós recebemos aqui no podcast Raízes Ouro Verde, Jair Kaufmann e também Osvaldo Machado de Oliveira, eles que são sócios fundadores da cooperativa e que dedicaram muito esforço ali ao longo de muitos anos para o desenvolvimento também do município de São José do Rio Claro e, claro, da nossa cooperativa. Sejam muito bem-vindos. Seu Jair, seu Osvaldo, é uma alegria receber vocês aqui para a gente falar um pouquinho da nossa história, da nossa cooperativa.
Jair:
Bom dia, é um prazer muito grande estar aqui com vocês. Primeiramente, muito obrigado pelo convite, pela oportunidade de retomar aqui, conversar um pouco com vocês e, de fato, contar um pouco da história que está gravada nas nossas mentes, nossos HDs.
Camila:
E a gente aqui é muito importante um pouco esse exercício aqui de resgatar essa história e trazer para as atuais gerações. Para quem viveu lembrar e para quem não viveu também saber mais.
Jair:
Exatamente, exatamente isso. A gente recorda e deixa aqui, vamos dizer assim, daqui para frente para quem, de fato, tenha interesse em conhecer um pouco, buscar as origens. Por isso que é importante, a gente fala de alicerce, buscar o alicerce dessa história, de que forma ela foi plantada.
Camila:
É isso mesmo. Seu Osvaldo, bem-vindo.
Osvaldo: Bom dia, muito obrigado pelo convite. E, como já disse, a gente somos fundadores, então somos raiz. E estamos aqui hoje para tentar contar o mais breve possível, dentro do espaço, um pouco da história. E que é uma história, parece que é tão longa e não é. Só em 35 anos você vê uma Sicredi. Saí de meia dúzia de corajosos associados e chegar hoje a 180 mil. É muito rápido. E na minha cabeça não cabia isso. Quando a gente fundou lá, eu, o Sr. Jair e o Sr. Waldir Vassoler, do qual a gente tem que também relembrar dele, foi o primeiro presidente. E eu admiro muito a coragem daqueles primeiros fundadores. Porque era muito difícil enxergar hoje no ponto que está.
Bruno:
Seu Osvaldo falou que eles são raízes, e é exatamente isso. O tema do nosso podcast, Raízes Ouro Verde. E é sobre isso que a gente gostaria de começar essa conversa com vocês. Antes de falar da criação mesmo da cooperativa, a gente trazer, de fato, as raízes. De onde o Sr. Jair veio, de onde o Sr. Osvaldo veio. Como conheceram a região ali do município de São José. Quando isso aconteceu. Então a gente gostaria de saber isso também, para iniciar.
Jair:
A história toda começou lá em 1971, quando meus avós, maternos, eles vieram para Mato Grosso. Meu pai, na época, veio junto e adquiriu, na época, 10 alqueires de terra. E retornou para o Paraná. Eu sou brasileiro. A minha origem é Rolândia, no estado do Paraná. E o pai retornou e já com o objetivo de ir embora para o Mato Grosso.
Na época, a gente era numa região de muito café. Meu pai tinha a intenção de plantar café. 10 alqueires. E aí trabalhamos mais 3 anos no Paraná. E em 1974, 22 de novembro de 1974, nós chegamos em São José do Rio Claro. Então, essa é a nossa origem. Na época, trabalhamos na roça, derrubamos mato. Ainda era no machado e no traçador, que nem motosserra a gente trabalhava na época. Nem sabia trabalhar também com elas. E meu pai plantou arroz. E aí a situação complicou muito, porque acabou o dinheiro. E o meu pai montou uma vendinha, na época a gente chamava de venda, na cidade. E aí passamos a morar na cidade e trabalhar na cidade. Período, inclusive, que eu conheci a escola, com 15 anos.
Muitas histórias, né?
Camila:
74, o seu Jair, em São José. Então viveu muito da história de São José. Daqui a pouco a gente vai querer que você conte um pouquinho para a gente também. O movimento dela, da região também. Isso é muito importante.
O seu Osvaldo também tem uma história muito interessante com a chegada ao município.
Osvaldo:
Com certeza. Então, eu cheguei, eu sou natural do Paraná. E vim de Cianorte, mas sou natural de Marialva. No ano de 1984, eu vim direto para São José. Eu, três filhos, e a esposa, e a cara e a coragem. Dinheiro pouco, mas com bastante vontade de progredir. E achei assim. Um meio. Sou pecuarista, então não sou agricultor. Mas, graças a Deus, a gente conseguiu vencer um pouco. Cheguei dia 15 de agosto de 1984. Completou 40 anos.
Até fez uma meia festinha lá dos 40 anos. Merecida, né? Para fraternizar os 40 anos, né? Cheguei em São José. O seu Jair já estava lá há 10 anos. E a gente chegou, era muito, muito, faltava tudo, né? Muito devagar, mas era assim. As outras cidades também, que a gente, eu dei uma andada assim antes de vir para ali. E tinha uma animação, a gente sentia um povo animado. Tinha o Seringal, tinha muita serraria. Então, o povo, eu sentia um povo gente na rua, assim, sabe? Então, eu falei, nossa, esse lugar aqui vai ser bom. E graças a Deus, estamos lá até hoje. Já 40 anos completo. E criei meus filhos. Tenho, sou casado há 53 anos com a mesma mulher. Tenho 11 netos e 6 netas.
Então, formei uma família tudo ali em São José. Só tenho uma neta que está fora. Estava para Santa Catarina. Casou e foi para lá. Mas os outros estão todos por ali. Nova Mutum e São José.
Bruno:
Agora, o senhor falou. Falou da borracha, da madeira. Acho que cabe a gente lembrar um pouquinho e falar um pouquinho desses ciclos econômicos. Porque São José é uma cidade um pouco mais antiga do que essas que a gente conhece aqui da nossa região hoje do Médio Norte. Aqui da 163, como o Lucas, de onde a gente está gravando o nosso podcast. São José é uma cidade que tem um pouco mais de tempo de história. E passou por muitos ciclos econômicos. Acho que é legal a gente lembrar um pouco disso. Até para contextualizar. Para as pessoas que estão nos assistindo. Em que momento depois fez sentido a criação de uma cooperativa. Qual era o cenário? Quais eram os desafios? O que vocês viviam lá na época para pensar assim?
Jair:
Não, a gente realmente precisa de um apoio. A gente precisa se unir.
Então, nessa sequência, São José até então ia muito bem. Mas aí, quando chegou uma certa altura. A borracha começou a entrar em decadência e não começou a ser muito viável e as serrarias foram junto. As serrarias também foram acabando a madeira da região, que era o que dava uma vida forte, um comércio forte para a cidade. Aí a gente sentiu, como todo mundo sentiu, mas aí a pecuária estava razoável, estava indo bem.
Camila:
E aí quando foi pelo 96, por aí, né? Seu Jair….
Jair:
Nós já estávamos na cooperativa, né? Que começou a entrar a pecuária, a agricultura. E aí foi na época que entrou a agricultura, aí o asfalto para Diamantino. Então aí nós começamos a ter uma vida mais confortável um pouco. Mas até ali, por ser uma cidade, como você falou, um pouquinho mais antiga, nós ficamos muito tempo lá, assim, preso. Por falta de. De estrada, falta de um asfalto, e graças a Deus chegou, o progresso agora está bem, né? Mas na época nós passamos muito perrengue ali, por essa parte. Mas do contrário, a gente esperou assim, que desenvolvesse mais, mas por falta de logística eu imagino que ficou mais para trás, mas estamos firmes lá. Então. O ciclo, como disse no início, muitas famílias que vieram para São José tinham intenção de plantar café.
Mas de repente percebeu que o clima não era adequado para café, né? E aí a cultura do arroz era muito complicada também, porque não tinha preço, né? E aí, através de pesquisa, se decidiu então que a cultura mais adequada seria a seringueira, né? Em 1974. E aí, através dos programas de financiamento da borracha, através do Banco da Amazônia, foi um momento assim muito forte, porque muita gente plantou, né? Grandes proprietários plantaram, os pequenos também, muitos plantaram, né? E o próprio financiamento em si, ele era bem, sobrava-se dinheiro, né? E aqueles agricultores, né? Tradicionais e os que têm, de fato, raízes, né? Da agricultura, além dele formar a seringueira, ele também conseguiu criar gado, né? Muitos fizeram isso. Integrava duas atividades. Exatamente, porque a seringueira, ela começou a produzir com seis anos e meio de plantio, né?
Mas a pessoa, através do gado, ele também foi se mantendo, né? E quando começou a produção, era muito forte, né? Era, eu, quando começou a produção, eu tinha, eu trabalhava nisso, né? No estado, na Secretaria de Fazenda, e a gente que emitia as notas fiscais para transporte, era um movimento muito forte, né? Da borracha. Aí começaram a se industrializar a borracha, fazer alguns produtos derivados, né? E assim foi. Mas chegou um ponto que o preço daí já começou a não compensar, né? As variedades dos seringais também, elas começaram a não produzir mais, né? Talvez num, o tempo, o trato, né? Porque era tudo uma coisa nova. A pessoa saía da cultura do café e ia para a borracha, né? Na hora que começou a cortar, tinha muitas técnicas e muitos talvez até abusavam um pouco, né?
Do corte e morreram muitos seringais também, né? Então, foi-se o ciclo, mas rapidamente, daí a pecuária já era bem forte, né? E aí foi entrando a agricultura. A agricultura, né? O pessoal acreditando. Mas é interessante aí o ciclo da agricultura, porque foram os proprietários praticamente da região mesmo, né? Da região Nova Mutum, que já era forte, Lucas, Sorriso. E o pessoal, começaram a ver, embora a terra, ela tem algumas partes arenosas, mas tem muitas terras boas, né? Aí, na época, o nosso município era muito grande. A gente tinha Nova Maringá, região de Bria Norte, até a gente tinha limite com Juara, né? E nessa região toda, muitas terras boas. Aí, os proprietários, né? Da região de Lucas, Sorriso, Nova Mutum, eles começaram a investir lá. Expandir para lá. Expandir, né?
E aí, hoje, chegamos onde estamos aí na agricultura, né? Não podemos deixar de falar também que foi muito importante na região. A cana-de-açúcar, através da destilaria de álcool, a Libra, né? Que ela teve uma participação muito forte também na economia, geração de emprego na região. E hoje, então, a cidade, a principal atividade econômica é a agricultura e a pecuária, isso? Perfeito. Agricultura e a pecuária. Andando junto.
E acho que cabe a gente lembrar também um pouquinho, né, Bruno? Então, olhando para todo esse cenário econômico. Em que momento se viu a necessidade de se criar uma cooperativa? Qual era o cenário? Quais eram os desafios? O que vocês viviam lá na época para pensar assim?
Jair:
O Osvaldo, nessa parte, sabe até mais do que eu, que ele vivia mais no mundo dos negócios ali, né? E eu recordo bem que, na época, foi o secretário nosso de agricultura, o senhor João Ricardo Moreira, né? O João Ricardo, ele era um entusiasta. Bastante sonhador, tá? E ele viajava bastante. E ele teve um evento em Nova Mutum.
E lá comentaram para ele sobre a cooperativa, né? De crédito e que já estava implantada em Nova Mutum. E eu me lembro que ele chegou lá. Na época, eu era secretário-geral na prefeitura. E ele chegou de volta.
No outro dia de manhã, ele estava no gabinete do prefeito, a gente trocando umas conversas, e ele falou: “Olha, eu achei um negócio muito interessante em Nova Mutum, que lá o pessoal criou um banquinho local. O pessoal está muito animado com a forma de movimentação.” E eu entendo que é uma coisa muito boa para a gente começar a pensar para cá. E o prefeito disse: “Ó, se é bom, tem que trazer. Se é bom, tem que trazer, né?” E aí, a partir daí, começou-se a pensar na cooperativa. A cooperativa se viu, de fato, como uma viabilidade, né?
Bruno:
Eu acho que também é legal a gente comentar, seu Jair, sobre como foi essa captação. Como a Camila mesma comentou, 70 pessoas. 71 pessoas, muito mais que o mínimo. Como vocês iam? Como era essa captação? Ela batia na porta? Reunia em algum lugar? Como vocês conversavam? E o que é importante também, que a gente já falou com outras pessoas que passaram por aqui, é como era a confiança dessas pessoas. Como você colocava essa ideia da cooperativa, do cooperativismo para elas, sendo que era algo novo, não só para vocês, mas para a cidade, para a região e para todo mundo que estava ali. Vocês já conheciam também, né? Além dessa experiência de Mutum, vocês já tinham passado por alguma experiência de cooperativa antes?
Jair:
Nunca tinha visto, não. Não. De fato, esse é um processo. E, até hoje, se você começa uma organização e não existe alguém que esteja tomando a frente, divulgando e mostrando como um bom negócio, se ele não gozar da confiança das pessoas para as quais ele está levando a proposta, não funciona.
Ainda mais nesse negócio, a confiança é fundamental. E, na época, o nosso primeiro presidente, o seu Valdir Vassoler, ele tinha uma liderança na região. Ele é engenheiro agrônomo. E, vamos dizer assim, quando ele falava, as pessoas de negócios ouviam. Tinha ele ali como um líder. E ele foi escolhido para ser o primeiro presidente. E ele é bem alto. E ele fala que lançaram um laço lá. E, como ele era o mais alto, ele que pegou. E ele liderou por sete anos como presidente. Então, essa luta pela confiança é o que fazia trazer dinheiro. Eu me lembro de um investidor que a gente tinha. E ele é médico. E ele tinha uma boa receita mensal. E já era um profissional bem conhecido. E, além disso, era funcionário do estado.
Todo mês, ele ia lá e aplicava um pouco de dinheiro. E ele usava uma expressão que ele dizia o seguinte: “Como que está aí? Está tudo bem? Está tudo certo? Posso confiar?” “Pode confiar, doutor.” E, na época, foi um dos grandes investidores da cooperativa que ajudou a sustentar bastante. Então, tudo na base da confiança.
Camila:
O senhor Osvaldo estava falando de como ele aprendeu e viveu dentro da cooperativa. Acho que também teve essa fase, né? Das pessoas que estavam participando ali, vocês que começaram ali com toda a simplicidade daquele momento, sem saber o que era uma cooperativa, também foram evoluindo para poder tocar esse negócio que foi se tornando cada vez maior, né?
Jair:
Exatamente. O profissionalismo foi se exigindo, né? E vejam quanto passo importante foi dado, né? Se a gente pegar ali a tecnologia, o que era a tecnologia?
Nossa, era a máquina de telex, o computador, o disquete. Quando saíam alterações, sempre obedecendo as normas do Banco Central, tinha que se trabalhar no fim de semana para atualizar o sistema. Os contadores viviam assim, tensos o tempo todo, né? Porque tinham que obedecer as normas. O sistema tinha que funcionar, né? Porque hoje até o celular muitas vezes dá um probleminha e a gente acha ruim, né? Veja bem como era. Você ia lá na agência e muitas vezes o sistema estava fora do ar, você não sabia quando voltava, o contador em contato. Ah, mas não atualizou tal versão, não funciona, né? Então assim, foi um processo, né? De, vamos dizer assim, profissional. Porque teve que ir mudando e muitos cursos, muitos treinamentos, né? Então nós trabalhamos assim muito tempo que o presidente e o vice, né?
Que exerciam as funções além da questão da gestão em si, mas a parte executiva, né? Tinha que, vamos dizer, ser centroavante e goleiro ao mesmo tempo. E isso criava, assim, um certo conflito, né? Conflito de interesses, né? Porque eu que defiro o crédito para o Osvaldo. Depois, daqui a pouco, o Osvaldo tem que deferir um crédito para mim. Daqui a pouco, isso é um processo que fazia uma certa, vamos dizer, uma certa confusão, né? E, graças a Deus, quando dividiu aí as diretorias, isso deu um salto de qualidade muito grande, né?
Osvaldo:
E um alívio, né.
Jair:
E um alívio também.
Camila:
Vocês continuaram sendo conselheiros, enfim, mas daí numa função mesmo, né? De representantes dos associados, né?
Jair:
Exatamente. Então, vamos dizer assim, o poder de gestão, vamos dizer, a gestão estratégica ficou com os conselheiros eleitos. Mas a gestão executiva com a diretoria executiva, ela ganhou qualidade. E continua ganhando até hoje. Para sustentar esse crescimento, né?
Camila:
Mas eu queria, Bruno, só voltar um pouco naquela história, porque eu acho que quando o seu Osvaldo contou ali das vacas magras, ele falou que foi um momento de integralização de capital, né? Em que os associados tiveram que dobrar o capital que tinham investido. E isso foi muito pensado para avançar no patrimônio da cooperativa, fortalecer a cooperativa, imagino, né? Isso é uma grande amostra desse acreditar, né? Dessa confiança num negócio. Que vocês ainda estavam ali, né? Investindo para fazer acontecer. Eu queria que a gente voltasse um pouco nisso, sabe?
Na importância dessas pessoas que acreditaram, que colocaram dinheiro que ainda nem era certo de ter, né? Acreditar num negócio que vocês ainda não conheciam, né? A importância disso. Lembrar um pouquinho desse momento.
Osvaldo:
É. Eu entendia, sim, que o pessoal acreditava desacreditando. Eu também. Eu também não tinha, assim, aquela certeza. Porque até então, não foi muito tempo, né, Jair? A Diamante Cred, a Diamantino, fechou, faliu. Então dá aquele susto. Aí todo mundo vem perguntar para você: “E aí, o que está acontecendo? E aqui, como é que está?” E aí você tem que dar uma resposta: “Não, nós estamos tudo bem.” Mas será que está? Porque até então eles estavam confiando em nós. E assim foi. Vinha a Alta Floresta, fundou a cooperativa e fechou, faliu na mesma época, né?
Vieram outros problemas depois, como os de Cáceres e Barra do Garça. Mas aí já tinha sustentabilidade, né? Já era o sistema. E naquele tempo lá, nós não éramos sistema, né Jair? Nós éramos “solteiros”. Cooperativa sem sustentabilidade. Era muito difícil. Aí nós viemos. Na gestão do Sr. Waldir, com o Sr. Jair de vice, abrimos porque fazia parte de São José do Rio Claro e Diamantino. E para pôr na cabeça daquele povo que a cooperativa ia dar certo e estava dando certo… Porque eles vinham de uma perda de dinheiro.
Tem um associado lá dos mais fortes, dos ricos mesmo, chama Noedir. Eu me lembro e nunca esqueço. O Sr. Waldir falando, o Sr. Jair falando, e eu ao lado ali encostado. Ele chegou na porta porque tinham convidado ele e ele foi. Ele chegou na porta e ficou ali encostado olhando meio de canto de olho, muito sério. Aí eu perguntei para alguém do lado: “Quem é?” E falaram: “Esse é Noedir.” Ele perdeu 50 mil reais quando colocou na semana que fechou a Diamante Cred lá. Eles pediram para tentar salvar e ele colocou 50 mil reais. Então não ia ser fácil.
O Mauro D’Ambrosio estava junto com a gente. Mauro tinha uma credibilidade muito grande, era muito correto e direito nos negócios dele. Então foi ao Mauro que nós devemos Diamantino, né Jair? Porque o pessoal confiou em nós, nós fazíamos parte disso tudo, mas foi o Mauro quem provocou e fez abrir Diamantino.
Foi muito difícil esse tipo de coisa. Nós estávamos antes da fusão com Lucas e vem aquele detalhe: a economia fracassava e o dinheiro também fracassava. Então teve ano lá em que zeramos tudo e apresentamos para o povo na assembleia que não deu lucro nem prejuízo; não deu sobras. E o povo nos aplaudiu! Não ficamos no mínimo constrangidos. Aí o pessoal vinha e cumprimentava: “Tá bom! Tá bom! Vamos tocar para frente.” A gente sentia que pelo menos nunca ouvi alguém falar desconfiado da gente.
O Sr. Jair como presidente tinha muita credibilidade e todo mundo via que nossos negócios eram corretos e dedicados à cooperativa. Nós fazíamos tudo dedicado à cooperativa.
Quando fizemos a fusão com Lucas, veio o Sr. Eledir lá com aquelas preparações todas… Na hora que terminou a assembleia uns três ou quatro disseram: “Mas o Sr. Jair vai ficar né? Porque nós não vamos dar nossa cooperativa para os outros.” Até o saudoso Sr. Gentil Cunho chegou e bateu no meu ombro dizendo: “Tu vai ficar né? O Sr. Jair não vai sair.” Eu respondi: “Não Sr., Gentil! Vai ficar sim! O senhor viu ali como vai ser a formação: o Sr. Jair vai ser vice e eu vou ser conselheiro administrativo.”
Depois disso ainda teve mais desafios para sustentar o crescimento da região… Camila:
Precisava de recurso!
Osvaldo:
Precisava juntar forças! Foi esse o objetivo daquela fusão na minha cabeça — acho que na do Jair também não foi diferente!
Jair:
Com certeza. O nosso processo de desenvolvimento, né, dentro desse raciocínio que estamos seguindo aqui… O Waldir, no ano, acho que de 99 ainda, né? Porque nós assumimos em 2000, eu e o Osvaldo. Ele deixou tudo praticamente organizado, a questão de Diamantino, né, junto com o Mauro D’Ambros. E aí nós inauguramos lá, acho que no começo do ano 2000. Acho que nós já tínhamos assumido, né, Osvaldo? Acho que foi.
E aí tínhamos o desafio também de instalar em Nova Maringá. Porque as cooperativas tinham cada uma sua área de ação, mas elas precisavam se desenvolver, né? Nova Maringá foi um desafio muito grande pra nós. Porque dentro do processo de troca de cheques houve muita devolução de cheques lá. Muita devolução. As madeireiras ainda eram fortes na época, mas teve mês de fechar balanço que a gente fazia uma lâmina pra apresentar e tinha 700 cheques devolvidos no mês. Você já pensou o que é isso hoje? Só num mês teve 180 cheques devolvidos. Administrar um negócio desses era complicado, né?
Então a auditoria foi detectando esses problemas e criando mecanismos pra evitar isso. Outro produto que a gente tinha bastante era o desconto de duplicatas, mas também deu problema porque se emitia duplicata sem ter nota fiscal emitida de verdade. Aí começamos a exigir as notas fiscais e sempre criava-se um mecanismo pra dificultar. Muitas vezes emitia a nota fiscal, emitia a duplicata e depois cancelava a nota. Era um processo que exigia muita atenção.
Nesse desenvolvimento todo, Nova Maringá foi um desafio grande. Depois tivemos outro desafio: abrir em Deciolândia, que estava dentro da nossa área. Tivemos um certo conflito com Tangará da Serra porque os produtores da região de Deciolândia pertenciam a Diamantino, mas praticamente todos eram de Tangará da Serra. Eles não aceitavam que abríssemos a agência lá.
Mesmo assim fomos lá, convencemos o pessoal e instalamos. Depois da fusão acabamos negociando a área com a cooperativa de Tangará porque não era muito viável pra nós pela distância: 60 quilômetros para eles e 160 quilômetros pra nós em estrada de chão. Mas dentro da vontade de fazer a cooperativa crescer e melhorar as condições para atender os associados, partimos pra cima e instalamos a agência lá. Depois tudo se organizou.
Camila:
Vamos falar mais um pouquinho então desse processo da fusão? Como foi? E eu acho que tem um ponto importante dessa história que a gente não pode deixar de contar nesse episódio: que o nome Ouro Verde surgiu e nasceu lá em São José do Rio Claro, né?
Na cooperativa de São José do Rio Claro. Que é o nome que a nossa cooperativa carrega hoje, né? Depois de tantas fusões, é o nosso nome. Então queria que vocês contassem pra gente também um pouquinho de como surgiu esse nome Ouro Verde. E depois, quando teve a fusão com a cooperativa de Lucas, como você falou, que se chamava Cred Verde, como foi brigar pra garantir esse nome Ouro Verde que nós carregamos hoje?
Jair:
Eu acho que foi bem mais tranquilo manter o nome Ouro Verde do que quando foi para definir. Porque foi bem naquele período ali, no ano 2000, que eu acho que nós chegamos ao nome Ouro Verde. E a gente discutia isso com o pessoal de Diamantino também. E aí, Diamantino pega ali aquele Vale do Parecis, né?
E começaram a surgir nomes diferentes, né? Mas a gente via que não dava muito certo. Quando surgiu Ouro Verde, aí puxou a fila. Falou: “Gente, vamos pensar. É um nome importante, interessante. Representa muito a região já. Chama atenção, né?” E aí a gente convenceu Diamantino a aceitar. Principalmente Diamantino, porque a agricultura já era muito mais forte por lá. E aí se chegou nisso.
Quando foi para a fusão, isso foi muito tranquilo, o nome, né? E na liderança do seu Elidir, né? Ele sempre foi habilidoso na condução desses pontos que poderiam ser mais de conflito, né? Mas veja bem, na época era para sair uma fusão. Eu sempre falo que a fusão começou pelos próprios agricultores, né?
Eles se deslocavam de Lucas, de Novo Mutum, de Sorriso para desenvolver as suas atividades. Precisavam de crédito e acabavam vindo tomar em Lucas. Mas plantavam lá. Porque já eram associados aqui, mas estavam plantando lá em São José ou em Nova Maringá.
O objetivo principal era fazer a fusão das três cooperativas, né? Que eram Novo Mutum, São José e Lucas. E era outra parceria. E a parte de gestão, que começou a fusão bem antes também, foi quando se criou o RDC, né? A Unidade Regional de Contabilidade. E aí resolvemos sediar em Nova Mutum, que era um lugar mais estratégico, né? Para o pessoal da parte de controles.
Em Nova Mutum, começou-se então a criar essa conversa entre as diretorias. E isso foi evoluindo. Chegou um ponto em que ficou um pouco mais complicada a questão de Nova Mutum, né? Porque os diretores têm que representar os associados. E tinha associado com uma certa resistência, né? Chegou um ponto que eu comentei com o Eledir: “Falei, Eledir, vamos fazer nós. E depois, lá na frente, a gente vê como que fica.” Falei porque nós precisávamos fazer a fusão. A gente tinha consciência disso. Era necessário.
Olhando toda a evolução do sistema no estado e vendo algumas cooperativas que já falavam em fusão, quando a gente projetava o futuro, dava pra ver que o melhor caminho era mesmo a fusão. Então, pra nós foi muito tranquilo fechar esse processo. E aí fechamos nós ali na frente. Alguns anos depois, Nova Mutum também veio. O automático veio em Nova Mutum, né?
Osvaldo:
Aquela sensação de perda. Porque dava uma sensação de perda pra nós que estávamos acompanhando e vendo o desenvolvimento de Lucas e da região. A gente tinha bastante relacionamento com Sorriso. Então, a gente via e falava: “Nós precisamos e vai dar certo. É o que vai dar certo.” Mas o povo, o associado, não entendia muito isso. Era aquela sensação de perda. Mas, como o Sr. Jair falou, o Sr. Eledir, com aquele dom dele de convencimento… O Sr. Eledir tem o dom, né? Então ele participou lá da nossa assembleia e deixou o povo muito tranquilo.
Foi bem tranquilo. A questão do nome foi, como o Sr. Jair falou, muito boa. Nós ficamos até orgulhosos, né, Sr. Jair? Nossa cooperativa dá o nome à cooperativa, né? E o povo todo lá, os nossos associados, todos ficaram encantados: “Olha que maravilha! Não perdemos nem o nome.” Quando perdeu as contas, né Jair? As contas, principalmente as continhas fundadoras… Deu uma dó, né? Daí passou por dois processos: passou pra cá e depois daqui pra quando fez com Mutum, né? Mudou a conta duas vezes.
Então a gente tinha gravado aquela continha lá e teve que mudar.
Camila:
Osvaldo:
Teve que mudar. Mas o nome ficou firme. Sim, o nome não mudou. O nome ficou e o povo ficou. Nossos associados, principalmente nós que estávamos na frente, ficamos maravilhados.
Jair:
Lembra da sua?
Osvaldo:
A minha era 79.
Bruno:
Trazendo para os dias de hoje. Nós falamos tanto de mudanças, né? Como foi a evolução, tanto lá quanto aqui. Como vocês visualizam, hoje em dia, a presença da cooperativa Sicredi Ouro Verde na região? Tanto aqui quanto lá na região de São José. Qual é a importância dela para quem está ali no município?
Jair:
Para a grande maioria dos associados, a cooperativa veio como uma referência, né? Como algo de que ele faz parte. Hoje, ele está num estágio em que, se tiver um dinheiro para aplicar, ele vai lá. Embora ele vá discutir taxa e querer a melhor taxa, ele vai na cooperativa fazer isso, né? Se não faz eletronicamente, ele vai pessoalmente.
Ele sabe que, se precisar de um dinheiro, vai ter à disposição. Houve um processo inverso, né? Antes dele buscar dinheiro, agora ele está sendo visitado, prospectado, comunicado: “Ó, tem dinheiro à disposição. Você vai precisar de quanto?” Então, nessa evolução, hoje é isso. Quem é da cooperativa sabe que tem segurança. Se precisar, ele vai lá e busca. Ele vai ter.
Camila:
E agora pensando, voltando lá atrás para quando você contou que, né, quando a ideia chegou por meio do secretário, do prefeito, enfim, vocês conseguem hoje olhar e entender como também isso foi importante para o desenvolvimento de São José? Todo esse processo, todos esses anos, desde a criação da cooperativa até a presença dela hoje?
Jair:
Muito, muito importante, muito importante. O processo político de cada município tem as suas peculiaridades, né? Mas, assim, nós nunca tivemos problemas de relacionamento com os prefeitos. Mesmo que nem sempre você esteja do mesmo lado, né? Porque é o processo político que existe. Mas nunca tivemos problema de relacionamento com a prefeitura. Os prefeitos sempre viram a cooperativa como algo importante.
Nós tivemos, por muito tempo, muitas restrições do próprio Banco Central e dos órgãos públicos para poder movimentar na cooperativa. Mas os nossos gerentes sempre tiveram um excelente relacionamento com a gestão e isso foi fundamental, né? Ver o programa União Faz a Vida, ver a importância que ele teve… Eu acho que lá nós não… Agora eu não me recordo da época que fundamos.
Mas aquilo ali aproximou bastante também, principalmente através da Secretaria da Educação e da assistência social. E aí começaram a surgir os projetos e programas importantes. A prefeitura e o Sicredi sempre disponibilizando ou patrocinando alguns projetos relevantes. Então sempre foi muito voltado para o desenvolvimento da comunidade, sem sombra de dúvidas.
Bruno:
Antes de finalizar, eu acho muito legal, o senhor mesmo agora já estava falando sobre essa presença e os associados entenderem que podem contar com o Sicredi lá no município. Então, a gente queria a visão de vocês sobre o futuro agora, os próximos anos. Vamos pensar nos próximos 35 anos de cooperativa, por exemplo. O que o Sicredi ainda tem para oferecer para a gente lá na região de São José?
Camila:
O que vocês esperam também, né? Vocês, como associados fundadores, sonham com o quê para essa cooperativa?
Jair:
Olha, a tecnologia sempre foi fundamental, né? E continua sendo. Então, é um pouco difícil a gente visualizar o que vai ser da tecnologia daqui pra frente. Mas a gente tem certeza de que ela vai continuar evoluindo, e mais veloz, né? Mas, pegando um gancho ali do Osvaldo, é fundamental essa presença, esse contato.
Eu vejo assim: hoje a gente acompanha um pouco mais de longe, né? Mas a gente ouve, conversa com as pessoas e percebe a importância de continuar evoluindo. E evoluindo de forma geral, né? A tecnologia é uma parte, mas também a formação do nosso pessoal, da linha de frente. Isso é fundamental. Nós chegamos num ponto em que não podemos retroceder, né?
Por exemplo, uma agência que tem um gerente que a gente considera top, um exemplo. E aí, de repente, ele tem uma capacidade grande e é convocado para ocupar outra função ou ir para uma agência maior. Se não vem outro gerente naquele padrão para a agência, a cidade percebe. Os associados percebem. Reclama. Reclama mesmo, né?
Então eu vejo assim: a importância de continuar do jeito que estamos seguindo, evoluindo. Mas essa presença humana nós não podemos perder. Sempre vai ter espaço. Sempre vai ter espaço. E esse é o nosso diferencial. Hoje, por que somos diferentes? Somos diferentes porque ao longo dos anos conseguimos conciliar um desenvolvimento tecnológico muito grande sem nos afastar do associado.
Camila:
Nunca afastar das raízes.
Jair:
Com certeza.
Camila:
Qual é o sentimento de vocês, fundadores, que ajudaram a criar essa instituição ao vê-la hoje? Então, para a gente, já se encaminhando para uma despedida, queria só ouvir de vocês esse sentimento.
Jair:
O sentimento é de gratidão. E eu vejo que, quando o Bruno entrou em contato para fazer parte de uma conversa e tal, aí começa a passar um filme, né? Você tenta resgatar.
E o Osvaldo até falou: 35 anos passaram muito rápido. De fato, passaram muito rápido, né? Mas, assim, a sensação é de gratidão. Gratidão pela comunidade, pelas pessoas com as quais nós tivemos a oportunidade de trabalhar ao longo desses anos. A confiança que foi se estabelecendo nas diretorias, né? E essa confiança segue. Por isso, o nosso processo de sucessão está muito bem estabelecido. Sempre comentamos e estudamos muito sobre isso. Hoje, a cooperativa está muito bem alicerçada para seguir nesse ritmo. Porque, à medida que alguém passar o bastão, vai passar para alguém que vai dar sequência nesse processo de confiança. Então, o sentimento é de gratidão. Gratidão por tudo mesmo.
Gratidão pela família, pelas famílias que entenderam o quanto os colaboradores e diretores talvez tiveram que viajar quantos quilômetros de estrada para chegar onde chegaram. E continuam viajando, né? Então, quando a gente vê que isso tudo está caminhando, com regras estabelecidas e sem nenhum problema de interrupção desse processo que está consolidado, isso nos dá uma sensação só de gratidão. Gratidão à família, aos associados e aos colaboradores que entenderam o recado. Entenderam qual é o propósito da cooperativa.
Então a sensação é essa: gratidão por tudo o que aconteceu e pelo que está acontecendo. E também a sensação do dever cumprido. É isso. Embora tenha havido momentos não tão bons, quantos momentos bons nós tivemos ao longo desses anos!
Se colocarmos na balança, nos dois pratos da balança, os fatos bons e os acontecimentos que fizeram com que hoje pudéssemos estar contando essa história foram muito maiores. As coisas boas foram muito maiores. Por isso dá uma sensação muito gostosa e é gratidão mesmo.
Camila:
Obrigada, Seu Jair.
Osvaldo:
Eu também. Não é diferente. A gente caminhava muito junto. E eu agradeço ao Jair por confiar na gente. Nós fomos parceiros. Até teve alguém que falou que nós estávamos há tanto tempo juntos que já estávamos até parecendo um com o outro. Alguém me chamou de Jair algumas vezes. É, teve mesmo, verdade. Teve associado ou gente nas reuniões que confundia, né? Como o Sr. Jair falou, a gente viajou bastante. E eu agradeço ao Sicredi pelo conhecimento.
Gratidão eterna pelo conhecimento. Fiz muitas amizades que, se não fosse pelo Sicredi, eu jamais teria feito. Viajamos bastante. Agradeço à minha família, à minha esposa, principalmente. Eu e o Sr. Jair íamos todo mês fazer uns cursos que eram bem difíceis. Nós tínhamos que ir mesmo e participar para poder ganhar conhecimento. Então, minha gratidão ao Sicredi nessa área, nessa parte. Não posso esquecer dos associados que acreditaram muito na gente. Quando fizemos a fusão, eu me recordo que tem até uma foto ali na frente. O Sr. Jair não pôde estar presente, então o Sr. Eledir fez questão que eu viesse. E eu vim, participei na hora de amarrar o laço. Essas coisas marcam muito, marcam muito mesmo.
Eu tenho muito o que agradecer. E contar a história não é para qualquer um; é para quem fez história. Então dizia assim: o Sr. Eledir sempre gosta que eu fale alguma bobeira… Depois, se vocês quiserem deixar gravado, deixem; se não quiserem, não deixem. Então diz assim: “Todo velho já foi moço, todo moço foi criança. A velhice é o fim da vida onde finda a esperança. Quem só fez o bem na terra, a glória no céu alcança. Seu nome fica na história e o passado por lembrança.”
Camila:
O nome de vocês, com certeza, já está na história da nossa cooperativa.
Osvaldo: É isso que a gente gostaria: deixar nosso nome gravado. Eu tenho meus filhos, todos são associados; meus netos também são associados. Sou fiel ao Sicredi há 31 anos de conta! Não tenho conta em outra instituição e não é por falta de convite das novas que chegaram lá.
Meu Deus! Teve uma que chegou lá e eu até aluguei meu prédio pra ela! Mas dei conta de não ser associado dela! Os colaboradores eram dois que já tinham sido do Sicredi e mais um outro lá que foi criado lá também… Meu Deus! Não sei como aguentei e não cedi! É porque o sonho não se aposenta! Tenho certeza de que não se apaga! Não se apaga! No futuro estarão todas num sistema sócio, se Deus quiser. É isso! Eles têm duas lá agora… São novatos ainda, mas estão lá! Muito obrigado! A gente pede a Deus que conserve as cabeças e ilumine todos! O Sicredi é uma estrela com o maior brilho, na minha opinião!
Camila:
Agradecemos muito pela presença de vocês aqui. E encerramos, então, mais esse episódio do Raízes Ouro Verde. Esperamos que vocês tenham gostado e que continuem com a gente, Bruno. Porque ainda vem muita história por aí.
Bruno:
Muita. Muita história para completar.
Então, para você, associado, e você também, não associado, leve o exemplo do seu Osvaldo e do seu Jair. E compartilhe também. Continue compartilhando com a gente essas histórias que transformam a nossa região, que transformam o cooperativismo.
Nós temos também, para você que está nos acompanhando, várias maneiras de acompanhar, compartilhar e estar sempre por dentro dos nossos episódios. Acesse nosso site: www.secreadeouroverde35anos.com.br. E também estamos nas plataformas digitais, né, Camila?
Camila:
No Spotify, no YouTube e nos canais da cooperativa.
Então fiquem com a gente, acompanhem os próximos episódios e até a próxima semana. Até lá!
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