Neste episódio do podcast Raízes Ouro Verde, recebemos Alice Sabará, diretora da Coopermutum, e Eliane Menezes Sayed, diretora da Coabra. Foi uma entrevista rica e cheia de aprendizados.
Durante a conversa, exploramos o sexto princípio do cooperativismo: a intercooperação. Alice e Eliane compartilharam suas histórias de vida e carreira no cooperativismo, desde as raízes familiares até suas atuações atuais em cooperativas do agronegócio.
Elas destacaram como a intercooperação é fundamental para o desenvolvimento das comunidades e para o fortalecimento das próprias cooperativas, exemplificando com a história da Coopermutum e destacando o relacionamento da Coabra com a Sicredi Ouro Verde.
BRUNO MOTTA: Oi, pessoal. Começa agora mais um episódio do podcast Raízes Ouro Verde. Sejam muito bem-vindos a esse espaço semanal, onde a gente recebe histórias e compartilha com vocês tudo o que acontece dentro da cooperativa nessa celebração dos 35 anos da Sicredi Ouro Verde. Muito bom ter sempre vocês aqui com a gente. Esse é o 32º episódio de 35 histórias contadas por aqui. E nós agradecemos a participação de vocês e já reforçamos onde estão disponíveis esses episódios, todos os que já foram divulgados. Estão nas principais plataformas de podcast, no nosso canal do YouTube e também no nosso site da campanha dos 35 anos, que é sicrediouroverde35anos.com.br.
CAMILA CARPENEDO: Já estamos, como disse o Bruno, no 32º episódio. Já estamos nos encaminhando cada vez mais para o finalzinho desse projeto, né, Bruno? Já começou a dar saudade. Mas a gente ainda tem temas importantes que a gente quer conversar com vocês aqui. E hoje a gente vai falar sobre um tema que é um dos princípios do cooperativismo. O sexto princípio do cooperativismo, que é a intercooperação. E a gente vai entender um pouquinho mais o que é isso hoje.
BRUNO MOTTA: E para falar sobre esse tema, a gente recebe aqui no nosso estúdio hoje, aqui na nossa sede administrativa da Sicredi Ouro Verde, duas associadas da Sicredi Ouro Verde, né? Envolvidas também, coordenadoras de núcleo. Mas hoje elas estão aqui para representar duas cooperativas do agro e que têm essa relação de intercooperação com o Sicredi. Então, Eliane Menezes Sayed, gestora da Coabra, e Alice Sabará, gestora da Coopermutum. Sejam muito bem-vindas aqui ao Raízes Ouro Verde.
ALICE SABARÁ: Obrigada. Que bom.
ELIANE MENEZES SAYED: Obrigada, viu? Muito obrigada pelo convite, né? Em celebração aos 35 anos. Obrigada.
ALICE SABARÁ: Obrigada.
CAMILA CARPENEDO: Essa nossa pauta de hoje, ela é muito esperada, né? E ela tem um grande significado dentro do cooperativismo. E a gente está muito feliz de receber vocês hoje aqui para poder falar um pouquinho sobre isso. Só que antes de entrar diretamente na pauta, gostaríamos que vocês se apresentassem usando esse gancho do nosso podcast, que é o nome Raízes. Quais são as raízes da Alice? Quais são as raízes da Eliane? Contem para a gente e se apresentem, tanto na vida pessoal quanto na vida também profissional.
ALICE SABARÁ: Então, eu sou, eu falo assim, que eu já nasci dentro do cooperativismo. Meu pai sempre foi cooperativista, já era associado lá em Santa Catarina, quando a gente era criança, entregava produção em uma cooperativa. Quando eu tinha de 15 para 16 anos, ele foi lá e disse: “A minha filha quer trabalhar aqui na cooperativa”. E lá eu comecei a conhecer o que era o cooperativismo. Trabalhei lá por cinco anos, mudei para o Mato Grosso no ano de 1986, e, quando eu vim, eu já tinha filho e tal, ele já tinha arrumado um serviço para mim. Adivinha onde? Em uma cooperativa. Trabalhei durante mais de quatro anos e mês na Cevalli e, lá, estava montando essa cooperativa de produção de suínos e a diretoria foi conversar com meu pai de novo, que ele era, onde eu trabalhei, ele sempre era associado também. E eles convidaram, falaram para o meu pai: “Chama ela para trabalhar conosco”. E foi nisso que eu fui trabalhar na Coopermutum, há 34 anos atrás. Quando começou, não tinha nada. Começou desde os documentos, naquela época, tudo, tudo eu ajudei a montar. E estou lá até hoje. Que história linda. História muito boa. E dentro disso também, depois, fui conselheira do Credimutum, conselheira fiscal durante, foi quatro, cinco anos. Depois, fiquei uns anos fora, daí fui convidada também para participar do conselho fiscal aqui da Ouro Verde, durante seis anos. E continuo aí. Só sei falar de cooperativismo. Uma história. A Susana vai perder hoje.
ELIANE MENEZES SAYED: Vai, vai. Eu sou casada, tenho três filhos. E a minha história no cooperativismo, eu vim do interior, nasci em Pedra Preta, no estado de Mato Grosso. E a minha primeira experiência foi em Guarantã do Norte, uma cooperativa dos produtores rurais. E, quando saí de Guarantã, que fui para Cuiabá, e aí foi seguindo. Eu falo que é o sangue verde. Depois que a gente é picado, a gente não consegue sair mais. E aí comecei a viver essa experiência em Guarantã do Norte e fui para Cuiabá para estudar, que é o objetivo, que eu não tinha a minha primeira formação ainda, que é a contabilidade. E lá eu vivi uma nova experiência no cooperativismo. E aí foi. E esse sangue verde que eu falo, eu falo do sangue verde, do coração verde, porque a gente vai se aprofundando, e como diz o tema, raízes. Achei muito lindo. Por quê? São as nossas raízes, de onde a gente veio, o que a gente vai fazendo. E hoje eu estou na Coabra, trabalhei 15 anos. A minha primeira experiência que eu tive em Guarantã, o primeiro teste que eu fiz, tudo foi na antiga Cosecreta ainda, para você ter uma ideia. Então foi muito bacana, muito aprendizado, muitas pessoas que você vai conhecendo. E aí trabalhei 15 anos numa cooperativa lá em Cuiabá, saí e comecei esse trabalho na Coabra. Estou celebrando 15 anos agora, em março do ano que vem que eu celebro. Então, hoje eu estou como gestora da Coabra, uma cooperativa do ramo agro. Nós temos hoje 238 cooperados. Então é um grande desafio, a sede fica em Cuiabá, e temos as filiais, inclusive uma aqui em Sinop. Então é uma experiência. Fui conselheira também do sistema Sescoop, fiquei um tempo ali como conselheira. E como coordenadora do Sicredi, eu estou praticamente desde o começo ali, efetivo, suplente, a gente vem fazendo um trabalho. E tem uma experiência bacana da Coabra com o Sicredi, muito bacana, porque quando eu entrei na Coabra, a Coabra ainda não era associada a uma cooperativa. E aí a gente fez o movimento, o conselho muito participativo, e a Coabra se associou. Então tem uma história muito bacana com o Sicredi Ouro Verde também.
BRUNO MOTTA: Quero agradecer por a gente estar aqui, estar celebrando também com vocês. Que legal! Eu acho que seria legal a gente explicar um pouquinho também para quem está nos assistindo, está nos ouvindo, um pouquinho do que fazem as duas cooperativas. Porque até agora, em todos os episódios, a gente falou muito das nossas cooperativas, da nossa cooperativa financeira, do ramo financeiro. E como atuam então as cooperativas, a Coabra e a Coopermutum? Fale um pouquinho para a gente também da diferença que elas fazem para os seus associados.
ALICE SABARÁ: Então, a Coopermutum, ela foi fundada nas épocas de crise, também lá dos anos 90, com o intuito de verticalizar e ver outras opções de renda para as pessoas que tivessem interesse em associar. E foi feita uma pesquisa e eles decidiram, nessa pesquisa, que iam criar suínos para consumir o milho, que na época não tinha valor nenhum. Então, esse foi o início. Se você olhar hoje o que vale o milho, perto do que era naquela época. E, desde aquela época, ela já, no início, foi associada à fundadora do Sicredi. Já eram os mesmos, na verdade, que iniciaram lá a cooperativa. O Credimutum, na época, eram os mesmos que tinham fundado a produção de suínos. E, de lá para cá, sempre foi parceira, sempre que precisou de um recurso, o Sicredi está junto. A cooperativa movimenta 100% das suas receitas, digamos assim, toda ela movimenta dentro do Sicredi. Claro, tem conta em outros bancos, mas o valor que é recebido é 100% Sicredi.
ELIANE MENEZES SAYED: A Coabra, o segmento dela, do ramo agro, e nós temos ali hoje os produtores que ficam aqui no estado de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e todo o território praticamente ali. Ela começou em Campo Grande, a cooperativa. E, depois, a gente abriu em Mato Grosso e começou a atender todos os produtores. E, quando a Coabra fez essa mudança de Mato Grosso do Sul para Cuiabá, que ficou a sede, teve as outras filiais, inclusive aqui em Sinop, em Rondonópolis. Então, tem algumas filiais espalhadas. E, hoje, o objetivo maior da cooperativa, nós temos o sócio fundador, que ele fala que é servir o cooperado. É servir o colaborador e servir o cooperado. Então, o que nós fazemos? A gente faz a intermediação das commodities, das negociações de milho, soja, algodão, a parte de insumos também. Inclusive, esse relacionamento Coabra e Sicredi começou em 2011. E, hoje, o Sicredi, praticamente, das movimentações, como a Alice comentou ali, das movimentações da cooperativa, praticamente todos os nossos contratos, a movimentação passa pelo Sicredi Ouro Verde. Então, hoje, a Coabra atende esses produtores que muitos também são associados do Sicredi Ouro Verde. Então, a gente atende, faz as movimentações e tem todo um apoio ali. Então, hoje, a Coabra, o objetivo maior é atender esses cooperados. Inclusive, o Sicredi, nós estamos com um projeto agora que está nos apoiando muito no investimento que é na construção do laboratório aqui em Sinop. E é o Sicredi que está apoiando a gente nesse investimento, nesse projeto. É mais um serviço que vai ser oferecido. Mais um serviço para os associados na movimentação de algodão, que faz a classificação visual e do HVI, do projeto.
BRUNO MOTTA: Falando ainda de intercooperação, para a gente falar na prática, como vocês definem esse conceito? Acho que para a gente aprofundar um pouquinho mais.
ALICE SABARÁ: Intercooperação é o relacionamento que… O exemplo da Coopermutum que ela tem com o Sicredi e com outras entidades, que também pode ter esse corpo, e com outras cooperativas, tipo de transporte, ela pode ter… Como se diz? Tem a intercooperação horizontal e a vertical. Horizontal são cooperativas dos ramos, digamos assim. E vertical seria com o Sescoop, com a OCB, como o Sicredi tem com a Central. Então, vai numa pirâmide onde tem os que orientam como funcionam as outras cooperativas lá na… Como é que se chama? Na horizontal.
ELIANE MENEZES SAYED: Legal. A Coabra está celebrando agora 25 anos. E, desses 25 anos, tem um projeto que o Sicredi… A intercooperação entre Sicredi e a Coabra é muito nos projetos sociais, além de outros, mas também no projeto social. Então, o que eu vejo da intercooperação? É duas cooperativas ou mais se unindo por um objetivo comum, para atender… Quem ganha com tudo isso? A comunidade que estamos inserindo. Então, hoje, temos o projeto, que é o Encanto de Beleza, e o nosso grande parceiro, aliado, e a intercooperação na veia mesmo é o Sicredi. E atendemos essas associações, algumas que ainda não eram cooperadas do Sicredi e se associaram. E começamos a fazer esses projetos com essas cooperativas. E nós temos esse encontro anualmente. Então, a intercooperação, para mim, é… O que a gente pode fazer de melhor? Vem cá, Sicredi! Vem cá, Coabra! Vem cá, outra cooperativa! A gente se juntar e fazer uma coisa grandiosa. E eu vejo hoje o Encanto de Beleza… Eu sou muito grata ao Sicredi, a Coabra é muito grata ao Sicredi, porque a participação dos colaboradores também… Então, a intercooperação não é só o conselho, é um todo, a cooperativa como um todo, os cooperados e os colaboradores participando de algum projeto. Eu entendo que um dos pontos que a gente mais pode explicar sobre a intercooperação é esse olhar comum que as cooperativas têm para a sua comunidade, esse olhar comum que as cooperativas têm para o coletivo acima do individual. Ou seja, a partir desse olhar comum, elas entendem que trabalhar juntas pode trazer melhorias, benefícios, ficar mais fortes.
CAMILA CARPENEDO: Então, eu queria que vocês trouxessem, se possível, mais exemplos de como vocês enxergam que isso acontece efetivamente, de fortalecimento. Eu achei muito bacana, Eliane, esse exemplo que você trouxe, de que logo que você entrou na Coabra, ela ainda não era associada a uma instituição financeira cooperativa para movimentações financeiras. Como foi perceber que isso era uma vantagem, que passaria a ser uma vantagem? É interessante isso, porque são as raízes.
ELIANE MENEZES SAYED: Como eu já vinha de um segmento, já vinha do cooperativismo, quando entrei e vi o balanço, falei que não havia uma cooperativa aqui. A Coabra ainda não é associada a uma cooperativa. E a adesão do Conselho também não apoia essa visão. Então, quando trouxemos para a reunião do Conselho, já foi aprovado e começou a movimentação. E, desde então, a gente foi fortalecendo, fortalecendo os contratos, fazendo um trabalho da conscientização realmente dessa intercooperação, da importância. Então, o dinheiro não dorme na conta. O dinheiro não dorme na conta. O dinheiro do produtor não dorme na conta. Ele está ali porque, no final, tem a distribuição de sobras. Então, quando isso vem para a cooperativa no resultado, quem ganha? O cooperado Coabra, o cooperado Sicredi. Quando a gente contrata um colaborador também, a gente estimula, traz essa conscientização, faz um treinamento, um desenvolvimento, para ele ser sócio de uma cooperativa. Então, a gente vai trabalhando essa intercooperação. E foi muito bacana na época, porque e isso vem da identidade, que é o que eu falo do sangue verde, que é o da gente ser picado. Porque você bate o olho e fala, nossa, eu estou numa cooperativa do ramo agro, mas ela não é associada a uma cooperativa instituição financeira. O dinheiro estava indo. Você está entendendo? Então, quando a gente trouxe essa consciência e vai trabalhando, e hoje os colaboradores também são associados de Sicredi Ouro Verde e de uma cooperativa.
ALICE SABARÁ: E, Alice, você estava contando também do início das duas cooperativas, o quanto também foi próximo e tinha um objetivo comum ali. É, na verdade, eles um ia complementar o outro. Então, hoje, ela estava comentando, da Eliane, os nossos, todos os nossos cooperados, os valores que eles recebem na conta, todos eles são associados do Sicredi, todos eles, os depósitos que a gente faz para eles, é todos na conta do Sicredi. E como os nossos colaboradores, quando eles entram, que a nossa folha de pagamento é feita através do Sicredi, a gente sempre comenta com eles: “Oh, associa lá, a taxa não é muito para você se tornar sócio, no final do ano você pode movimentar, você tem o retorno, você vai ter a participação dos lucros”. E tem assim dado certo, é impressionante como você começa a implantar o espírito cooperativo já desde quando eles começam a trabalhar lá. E mesmo a gente faz em casa também, com os filhos, com os netos, desde sempre já tem a poupança dos netos, os filhos já diziam que tem que aprender o que é cooperativo e explicar o diferencial, então isso é muito importante. Quando a gente… Pode falar.
ELIANE MENEZES SAYED: Você sabe que essa consciência do colaborador, porque hoje é uma educação que a gente está fazendo na sociedade, é um trabalho, é de todos nós que estamos no cooperativismo. Então, quando a gente contrata um colaborador que já tem uma vivência do cooperativismo, é uma coisa, porque ele já vem normalmente como sócio de uma cooperativa, mas tem muita gente que não conhece. Então, na hora que a gente vai contratar, essa consciência, não é que eu só pago por uma cooperativa, não, o colaborador escolhe. Mas a gente traz a consciência da importância do cooperativismo.
ALICE SABARÁ: E ali ele já vai sendo picado, ali ele já vai sendo convidado para uma reflexão de uma sociedade diferente que é o cooperativismo. Então, esse que é o nosso trabalho, o nosso desafio. Nossa inspiração.
CAMILA CARPENEDO: A gente, ao longo desses 35 episódios que nós vamos fazer, Bruno, nos primeiros episódios, a gente ouviu muitas histórias aqui sobre a criação das nossas cooperativas. E quando a gente olha para a história de lá, de Nova Mutum, da criação da Credimutum e MutumCredLucas aqui em Lucas do Rio Verde, a gente também lembra de algumas histórias de outras cooperativas que foram fundadas juntos, como é o caso da Coopermutum. E falou-se muito de como o cooperativismo fez muito parte do desenvolvimento dessas duas cidades, principalmente. Eu queria, então, Alice, entender também, porque eu sei que tem uma história de uma intercooperação que fez muita diferença para a nossa região, que a Coopermutum teve muito envolvida, que foi a criação da Intercop. Então, conta para a gente um pouquinho.
ALICE SABARÁ: Nesse ano, 1989, 1990, nas crises, como eles tinham que ter outras opções para achar saída para poder a população que estava aqui já sobreviver e viver nessa região, que foi criada a Suinocultura. Então, teve em Mutum, teve em Itapurá, Cooperitapurá, Coopermutum, aí Sorriso era com a Sol, me parece, e aqui era com a Gril. Eles se juntaram, as quatro cooperativas, para formar uma central, que formou a Intercop. Naquela época, claro, depois teve… Não continuou dessa forma, mas, durante muito tempo, a ideia era toda a produção de suínos fazer o frigorífico e entregar lá nesse frigorífico. No ano passado, que teve uma ação de comprar leite para o Banco do Leite, foram 550, não sei quantas, caixas com 12 litros. E esse Banco do Leite serve 170 famílias mensal. Então, são 170 caixas que todo mês eles têm que ter para fornecer para essas famílias. Acho que foi um acontecimento muito legal. A união, lá não tinha ciúme, era uma cooperação. Não era uma marca sobre a outra? Não, não tinha. Era muito legal. E nós fizemos parte e ficamos muito felizes de estar sempre ajudando. Teve outras participações também, mas essa foi a que mais me marcou nos últimos tempos.
ELIANE MENEZES SAYED: Nós já participamos… Tem algumas ações, mas hoje vou focar muito no Encanto de Beleza, porque é uma parceria muito forte com o Sicredi. Teve momentos em que pensamos em seguir com o projeto, e o Sicredi veio e nos apoiou, os colaboradores. O Encanto de Beleza, você falou de transformar a sociedade. O que toca, o que emociona a gente? Nós fazemos esse encanto, a gente escolhe, como eu comentei um pouquinho antes, agora vai ser dia 27 do nove, para você ter uma ideia. E a gente recebe, Coabra, Sicredi, aproximadamente, já tem hoje 145 inscritas mulheres em tratamento de câncer, e a gente se reúne num hotel, no espaço, e serve um café da manhã para essas mulheres, faz a maquiagem delas, inclusive colaboradores da Coabra, colaboradores do Sicredi, fica um grupo grande lá em Cuiabá, contribuindo, servindo mesmo à sociedade, e, na sequência que elas fazem a maquiagem, a gente tira as fotos. Antes, lá atrás, eram dois momentos. Tinha o primeiro, porque não tinha aquela foto digital que saía na hora, então a gente tirava a foto, e depois nós entregávamos no segundo momento, agora não. Agora a gente já tira a foto, já coloca num kitzinho, já coloca a foto dela, e já entrega. E aí tem toda uma cerimônia que nós fazemos, então amanhã é o Encanto de Beleza. O que a mulher tem de mais lindo? O rosto. Então faz um trabalho, e tem muitas mulheres que vão em tratamento mesmo, desfilam, conversam, e recebem o que nós temos de mais precioso, que é nosso tempo, o carinho, o amor que a gente dá para essas pessoas. Então é um momento, até convido, acho que vocês ainda não foram, mas lá de Cuiabá muitos colaboradores já participaram. É um momento único. E aí você vê a grandiosidade dessa ação, porque nós sempre fizemos ela em julho, e esse ano nós mudamos para setembro. E as assistidas ligando: “Esse ano não vai ter o evento?” Ansiosas para saber. Então eu realmente contribuí com a sociedade de uma forma muito prática, você sentindo, você apoiando, não é só sobre a maquiagem, mas é sobre o abraço que você dá, a energia que você entrega para aquelas pessoas, todo o amor. Então hoje a Coabra, com o Sicredi, tem esse projeto que, para mim, é a intercooperação mesmo na veia e pensando no bem comum de todos da sociedade que nós estamos inseridos. Que legal! Agora a gente vai participar, agora, dia 3 de outubro, de uma outra ação que vai trazer um show artístico, junto com o Sescoop, vai trazer lá em Mutum um ônibus que faz um show artístico para as crianças, que é perto do dia 12 de outubro.
ALICE SABARÁ: A Coopermutum está participando também. E aí vai distribuir pipoca, algodão doce, e eles vão poder assistir coisas relacionadas à cooperação, à reciclagem de lixo, coisas educativas. Então estamos agora, no dia 3 de outubro, junto com outras cooperativas, promovendo essa ação também que vai explicar o que é, funciona uma cooperação, uma cooperativa também.
ELIANE MENEZES SAYED: Levar lazer, a cultura para a comunidade. A Coabra também vai participar desse. Lá em Cuiabá vai ser dia 8 de outubro. Então é a intercooperação de várias cooperativas. Então é um projeto bem rico, porque vai ser o primeiro que o Sescoop, a OCB, está conduzindo. Então vai trazer esse show, mas as cooperativas já têm um grupo ali. As cooperativas têm uma que vai ser anfitriã, que vai estar recebendo, e nós vamos entrar como apoiadores. E aí entra essa consciência também de a gente convidar os colaboradores, a família dos colaboradores, porque vai ser a maior divulgação do cooperativismo. É você evidenciar o cooperativismo na prática, as pessoas vendo na prática. E tivemos também, no ano passado, gostei do que você falou da consciência. Nós tivemos na escola da Cooper Ensino, inclusive o nosso presidente foi lá na prática e acompanhou todo o projeto no dia com as crianças. E essa consciência do lixo, de onde jogar, da limpeza. Então teve a ação e, no final, essa orientação para as crianças. Porque não é só ir lá e participar do evento e deixar tudo sujo. É como que você conscientiza. Então foi a Coabra com uma outra cooperativa também participando ali em Sinop. Então são várias ações aí da intercooperação.
CAMILA CARPENEDO: E eu queria falar então sobre um outro pilar importante quando a gente trata de intercooperação, que é o aprendizado, as trocas proporcionadas pelas cooperativas quando elas atuam juntas. E aí vocês estavam nos contando antes da gente começar a gravar sobre uma grande experiência que vocês duas tiveram que foi visitar um dos berços do cooperativismo no mundo. Então isso também foi uma prática de intercooperação e que agregou com certeza muito para a vivência de vocês e das cooperativas que vocês representam. Contem para a gente.
ALICE SABARÁ: Com certeza, não é, Eliane? Foi muito aprendizado, um conceito um pouco diferente. Mas, no fundo, você vai lá e vê que eles fazem coisas que a gente pode aplicar aqui, não é, Eliane? Então, muito, muito interessante. Quando nós estivemos lá, porque você chega, é o que você falou… Isso, vamos explicar para quem está nos ouvindo para onde foi, então, o que representa essa viagem. Nós fomos para Mondragón, que é o berço do cooperativismo. O país básico da Espanha.
ELIANE MENEZES SAYED: Exatamente. Eles dizem que é país, não é? Então, assim, é uma experiência porque é escola, você visita as escolas do cooperativismo. Então, é na prática, nós ficamos dentro do ambiente lá com vários depoimentos, várias experiências. Isso foi em 2014 que nós fomos juntas. Então, você sai de lá, é uma inspiração, porque você sai de lá e fala… Nossa, o que a gente pode aplicar? O que a gente pode fazer isso dentro da nossa cooperativa? E uma das coisas que eu me autoconscientizei depois que estive lá fazendo essa visita é olhar mais para esses profissionais, para as pessoas, aqueles que já conhecem o cooperativismo, mas também aqueles que não conhecem. O que falar, como aplicar, como desenvolver essas pessoas no berço mesmo, nesse DNA do cooperativismo. Então, foi uma experiência única, um aprendizado, uma autoconscientização para a gente. Então, eu, por exemplo, tive uma situação dentro da cooperativa, que teve o ICOPE, que foi uma faculdade dos profissionais. Então, eu cheguei, fiz uma pós-graduação em Direito Cooperativo e veio professores de lá também, da Espanha. E aí eu peguei e falei… Teve um momento em que eu falei… Gente, vamos contratar profissionais que estão estudando, que estão fazendo a formação do cooperativismo. E aí você remete àquela experiência. Então, todas as vezes que você tem um desafio maior no desenvolvimento de pessoas, que a gente sabe que não é fácil ir no dia a dia, a gente remete àquela experiência. Por quê? Porque inspira a gente, você lembra, porque lá é o berço mesmo do cooperativismo, é o supermercado, é a faculdade, é tudo! É tudo! Você entendeu? Então, é muito lindo, vale a pena. O que chama a atenção lá é a união que eles têm. Eles têm um problema para resolver. Eles têm uma união entre eles e uma determinação, uma cooperação. É impressionante como eles se unem para resolver os problemas que eles têm. Então, isso é uma forma grandiosa de cooperação. Nós temos uma frase, uma menção: “Juntos somos fortes, unidos somos melhores ainda”. Porque não basta a gente estar só unido, a gente tem que estar junto mesmo, essa união, mas na prática. O que nós estamos fazendo de diferente? O que nós estamos fazendo para somar? E é essa emoção, essa conexão que a gente tem. Então, o que eu estou desenvolvendo? O que eu estou fazendo pela sociedade? O que eu posso fazer melhor? E a gente é humano, a gente está ali, a gente erra ali, vem aqui, acerta ali. Então, o desenvolvimento maior, eu falo que quando tem essas ações, o maior aprendizado é para a gente mesmo. Porque você chega lá querendo contribuir de alguma maneira, mas a gente está abastecido, tipo nesse do Encanto de Beleza, essa outra ação que teve aqui em Sinop, várias outras ações que nós tivemos da intercooperação, das cooperativas. Então, agora, olhando um pouquinho, a partir de vivências como essas, em que vocês puderam enxergar como o cooperativismo pode ser ainda mais presente na nossa vida, nas nossas comunidades, e contribuir ainda mais, obviamente, para onde a gente está vivendo.
CAMILA CARPENEDO: E a gente costuma falar também, a gente até ouviu em alguns episódios, Bruno, o quanto ainda o desconhecimento é um desafio. O desconhecimento sobre os diferenciais do cooperativismo ainda é um desafio que a gente precisa vencer. Que futuro vocês imaginam, tendo essas inspirações, de como o cooperativismo, a intercooperação, o fortalecimento das cooperativas pode beneficiar ainda as nossas comunidades e mudar as nossas comunidades?
ALICE SABARÁ: Acredito que a gente não pode desistir nunca. A gente tem de ter a consciência de que a gente tem de deixar um legado, que eu tenho de deixar um legado. Então, como a gente está no meio das cooperativas, é uma forma de a gente também divulgar e manter e passar para os mais novos. Porque vai ter as sucessões, os meus sucessores lá onde eu trabalho, os sucessores das cooperativas, das diretorias. Então, a gente tem de praticar o cooperativismo até para os meus netos, porque no futuro vai ser como? Se deixar eles só na individualidade? Eles têm de também aprender o que é cooperar, o que é respeitar o outro, sabendo que, se eles se unirem, eles vão ser mais fortes. Então, a gente tem de preparar hoje, acredito, os mais novos. E que não é uma tarefa fácil você disputar com as telas hoje, com as facilidades. Mas a gente tem de deixar esse legado que o cooperativismo é uma das forças para o futuro deles também.
ELIANE MENEZES SAYED: Você sabe que eu vejo assim, eu estava até comentando com a Alice ali, na hora em que a gente estava, uma ação que o Sicredi está fazendo, que é muito grandiosa, que eu vejo o cooperativismo como um caminho de luz, é um caminho de luz para a sociedade que a gente está vivendo hoje. E esse legado, como ela está falando, o que fica? Então, nós fomos convidados, por exemplo, quando eu fui convidada para ser coordenadora de núcleo, eu, não, eu não tenho tempo, eu estou corrida, não vai dar, eu não vou estar presente. Então, a primeira reação que vem é você dizer não, porque você não vai conseguir fazer, que não vai conseguir dar uma atenção. Mas é uma sementinha. Se você tem dez encontros, se você conseguir participar de um, ou de dois, ou de três ali, mas você sair com aquela experiência e conseguir levar para dentro da sua cooperativa, para dentro da sociedade que a gente está inserido, isso vai crescendo. E uma ação que vocês estão tendo, que o Sicredi está tendo, que está de parabéns, é levar a gente. Igual ano passado, meus 30 anos de cooperativa, eu ganhei a viagem lá para Nova Petrópolis, que a gente foi conhecer também o berço. Nós fomos lá em Mondragón, falamos de Mondragón, legal, mas e aqui? Você está entendendo? E eu não conhecia. Quantos exemplos a gente tem? Então, o que o Sicredi está fazendo? Ele está plantando a sementinha ali, cada vez mais a gente vai, conhece, e a gente vem descendo isso para o time, para os colaboradores, para a família, para as associações. Então, esse Encanto de Beleza mesmo, são quatro associações envolvidas. Então, eles têm uma, duas lá não eram associadas ainda, acho que as quatro ainda não eram, mas aí entraram e começam a conhecer o cooperativismo, começam a entender. Então, é uma transformação que a gente vai fazendo no dia a dia. Então, eu vejo o cooperativismo como caminho de luz mesmo. É um desafio? É. Mas é necessário, é importante, é relevante no momento que nós estamos vivendo com essa sociedade hoje, com as dificuldades. Como você falou das telas, como você falou de muitas outras coisas que estão acontecendo, é um jeito de servir melhor a sociedade. Mesmo com os desafios, eu imagino que o sentimento e a sensação de orgulho sejam muito grandes. A gente está chegando no final do episódio, então, eu queria que vocês tivessem esse momento para falar realmente dessa conexão, da intercooperação, de como vocês se sentem estando neste meio. E que deixem, então, essa mensagem para que outras pessoas se conectem, compreendam mais e estejam mais ligadas à intercooperação. E se inspirem na experiência de vocês.
ALICE SABARÁ: Olha, cooperativismo para mim sempre foi tudo. Eu tenho 44 anos, imagina, e queria viver só o cooperativismo. Hoje eu falo assim, se eu tivesse que trabalhar em outra empresa ou em um órgão público, eu acho que não ia me dar bem. Eu gosto da cooperação, eu gosto do cooperativismo, do modo de ser, desse conjunto de pessoas. Então, isso me atrai. E eu sempre gosto de comentar, olha, isso faz a diferença para o mundo, faz a diferença para a comunidade, faz a diferença lá na minha família, faz a diferença lá dentro da cooperativa com nossos colaboradores. E cooperativa é tudo. Eu acho que, se todo mundo pensasse dessa forma, o mundo seria, com certeza, muito melhor.
ELIANE MENEZES SAYED: O cooperativismo, na minha vida, eu falo que foi terapêutico. Eu tive alguns desafios. Então, quando a gente olha para dentro, o que o cooperativismo fez na minha vida? Foi transformador. Então, o que a gente pode fazer? Passar isso para diante, de alguma maneira, contribuindo de alguma forma, seja com um colaborador, seja com uma associação que a gente está inserido. Então, a mensagem que eu deixo, quero parabenizar esse Sicredi. Eu estava falando para a Alice. Quantas pessoas poderiam ter sido convidadas? E olha que privilégio, que honra a gente estar aqui falando daquilo que a gente gosta, daquilo que faz o olhinho da gente se emocionar, o coração bater mais forte. Então, vejo, sim, como luz. É um desafio, mas é gostoso. Dá prazer para a gente trabalhar, cuidar. E a mensagem é: venha ser cooperado, venha conhecer o cooperativismo, venha viver essa experiência. Muito bom. Muito bom. Obrigada, viu? Parabéns, né, Raízes? Obrigada, gente.
CAMILA CARPENEDO: Muito bom receber vocês aqui, né, Bruno? Eu já estava quase chorando. São essas duas histórias inspiradoras de duas pessoas que realmente vivem a essência do cooperativismo. E falamos bastante de intercooperação e a gente consegue enxergar no olhar de vocês o quanto a gente ainda pode construir mais, né, a partir dessa presença das cooperativas nas nossas comunidades. Então, parabéns pela atuação de vocês e muito obrigada por estarem com a gente hoje aqui no nosso Raízes Ouro Verde.
ELIANE MENEZES SAYED: Obrigada, viu? O Sicredi, pelo convite, né? Ficamos muito orgulhosos de serem convidadas. Muito obrigada, viu? A diretoria da Coabra, os colaboradores, a gente tem uma gratidão imensa pelo Sicredi e por tudo o que já fez, já fizemos juntos e podemos fazer ainda muito mais, tá? Muito obrigada e parabéns pelos 35 anos.
BRUNO MOTTA: Muito legal. A gente agradece também, é claro, a cada um que nos acompanhou nesse 32º episódio. Temos ainda mais três episódios pela frente nesse especial, nesse conteúdo especial que foi preparado com tanto carinho para celebrar realmente os 35 anos da nossa cooperativa, como bem disse a Eliane. Muito obrigado por você que nos acompanhou. Na próxima semana nós temos mais, né, Camila? Com certeza. Ainda tem muito mais histórias vindo por aí. Então, continue acompanhando com a gente e se você quiser rever algum dos episódios ou voltar em algum conteúdo que eventualmente você não conseguiu assistir, lembrando, está tudo no nosso site sicrediouroverde35anos.com.br. Então, esperamos você na próxima semana. Até lá.
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